terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Natal.

Manhã, mesa, café amargo e jornal de ontem.

Feliz Natal!

Ali e assim ninguém o vê. Não consegui perguntar-lhe se quer ser visto. Não dá os olhos não se cruzam nunca. Só nos sinalizamos com os olhos. Sua boca não abre. Nunca.

Preso a corrente
Cabeça entre as mãos.

Neste natal ganhará lembranças, daquelas trágicas que o assombram durante toda vida, sempre à noite.

Pensa em ligar, desejar bom dia. Tenta escrever, cabeça não para. Idéias vêm e vão e nada se completa. Ele, na realidade, gostaria de ter um bom dia, ou quem sabe uma boa noite, de natal.

Passei e o vi na varanda. Acenei. Sem resposta. Olhava para o meu lado, mas não sei se seu olhar chegava a mim.

Por que eles não vêm aqui? Deve se perguntar.

Agora tirou seu carro da garagem, limpou por dentro e por fora, encerou, gostei quando vi aquela cena.

Vai sair. Pensei.

Após a limpeza, carro na garagem.

Agora o vejo abrindo a caixa do correio, uma carta. Um sorriso, após muito tempo.

Movimentos pela casa.
Luzes que acendem.
Janelas se fecham.
Carro sai da garagem.
Aceno de dentro do carro.

Era uma carta! Apenas uma carta que faltava.

Feliz Natal!! Desejei de longe.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Trezentos e sessenta e cinco dias

Doze Meses. Pouco a pouco fomos levantando nosso mundo, mundo bom.

Teve aquele morro lá que a gente derrapou na subida, mas nós, espertos que somos, estávamos preparados com nosso kit de sobrevivência e assim saímos ilesos.

Únicos!

Fomos únicos. Dias, semanas e meses. Agora é preparar os anos e olha que eles chegam sem dó, vamos deixar chegar, vamos chamá-los até.

Venham anos! Tragam suas histórias e nos contem. Venham preparados também para ouvir, contarei às nossas, que já são tantas e sempre serão.

Quanta coisa legal nesse tempo passado. Tempos da dúvida pensada, tempo da certeza construída.

Embalados ao som da música boa nossa. Juntos, rosto colado, piegas... É tão bom saber que não estou só.

É tão bom não deixar só.

Doze Meses rápidos. Doze passos profundos. Nossas marcas estão bonitas nessa estrada, sabia? Estão sim, pares de pegadas retas, poucas curvas, nem vejo fim.

Estou aqui fazendo sombra aos olhos, tentando ver ali adiante, a barra da minha calça suja do caminho, bota com solado novo e realmente não vejo fim não.

Venha! Vamos por aqui mesmo, lado a lado, vamos por essa estrada mesmo, chegaremos lá.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Felicidade alagada

Nem sempre rimos quando estamos felizes. Nem sempre chuva é tristeza, ou escuro é noite.

Hoje, por exemplo: chovendo, nublado, cansado, tudo aqui alagado e eu aqui, na moral, levando na flauta.

Cochilei aquele cochilo de vencedor. 30min? Talvez, mas foi revigorante, era isso que meu corpo pedia. Desci lá nas profundezas do nada absoluto, subi repentinamente e aguardei o telefone tocar. Tocou. Aí o círculo se fechou. Mesmo chovendo, nublado e tal.

Nem sempre queremos ver.

Hoje eu quis. Vi dum modo outro que não tinha visto. Vi molhado, rua com cheiro de terra. Gente que chega abatida. Eu vi todos. Daqui da minha sorrindo, meio que sem jeito, é difícil sorrir na chuva. Quando dei por mim, estava apertando o chapéu mais ainda na cabeça, óculos molhado, guarda-chuva quebrado.

Sorrindo mesmo assim. Vai saber né?

Será que existe vida do lado de lá?
Quando eu estou do lado de lá? Será que eu percebo este lado aqui?

Nem sempre. Nem sempre queremos ver.



Talvez essa isso explique alguma coisa:

http://www.youtube.com/watch?v=UP6XJKwZBU4




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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Garoto Enxaqueca.

Há dias com uma dorzinha de cabeça daquelas bem chatas. Vou ao médico hoje pra ver o que ocorre com o cabra aqui.

Será sinusite?
Enxaqueca?
Coluna?
Dente?

Será o final de ano? Será o medo do 2011?

Fui ao banco inventar de pagar as contas, só pra dor passar das pontadas para a dor contastante.

Durante todo esse tempo de blog, tenho alguns textos mais ou menos desse jeito.

Falta de grana.
Dor de cabeça e tal.

Que sujeito chato sou eu né? (parodiando Raul).

Pois é! Sou mesmo desse jeito.

Mas agora, confesso que até estou menos. Estou até otimista em relação ao que se aproxima. Vamos ver!!

Por enquanto vou levar esse restinho de ano desse jeito, meio chato meio tal.

Fazendo jus ao apelido que já tive: “Garoto Enxaqueca”.




Ouvindo aquela caixa do Chico da editora Abril.

“Acorda, amor, eu tive um pesadelo agora, sonhei que tinha gente lá fora batendo no portão, que aflição” Salve Julinho da Adelaide.


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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Passou tão rápido.

Pronto! Terminamos a faculdade. TCC apresentado com louvor e agora eu, com meus singelos trinta e dois anos, estou formado.

Para alguns é o começo.
Para outros uma nova oportunidade

Para mim não sei o que mudará.

Continuo na mesma estaca que há quatro anos, preso ao meu comodismo, porém, agora com nível superior.

O mais legal disso tudo não foi terminar, nem apresentar o TCC e nem será pegar o diploma.

O mais legal! Isso sim é que vale a pena, foram os quatro anos e suas histórias mirabolantes. É tanta história pra contar.

Isso realmente me deixa feliz.

Hoje acordei de ressaca, aliás, dormi mal, tive pesadelo, acordei suando, não sei o que houve. Será a falta sentida por antecedência?

Será o corpo triste por saber que agora a rotina irá mudar?

O que será de nós?

O que farão meus amigos? Serão ainda meus amigos?

Poxa! Já sinto saudade do povo legal.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Missão cumprida!

Tirando a poeira daqui. Depois de tantas coisas, mas é hora de colocar a vida no eixo de novo, ou tira-la, sei lá.

Domingo vi o Paul.
Segunda-feira entreguei o TCC na faculdade.

Que mais eu quero?

Não sei nem por onde começar a pensar, no que fazer, e tal.

Nem sei se quero começar algo, vou deixar pro ano que vem né?

É bom se sentir assim, aquele sentimento de missão cumprida.

Vou esperar esse 2010, que foi ótimo, diga-se de passagem, terminar, quando 2011 chegar eu penso em algo. Pra mim, o ano terminou segunda-feira 22 de Novembro, curtindo a ressaca de um espetáculo maravilhoso, entregando o TCC na faculdade.


Ufa!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

No meio do mapa. Dentro da gente.

Fui pro centro do País. Sempre quis ir para aqueles lados. Lugar da terra plana, lugar de horizonte grande, lugar do barro vermelho, lugar de gente legal.

Quis conhecer lugares narrados nas tramas de Renato Russo, Parque da Cidade de Eduardo e Mônica, Asa Sul, onde havia os “pegas” do João Roberto, Ceilândia onde ocorreu o duelo tão famoso. Conheci alguns desses.

Conheci também um pouco mais dos meus.

No centro do país conheci mais profundamente as pessoas amadas por mim. Conheci a coragem e a beleza de alguns. Conheci os desejos e medos de outros.

Forças e fraquezas no meio do mapa.

Na água gelada da Cachoeira vinda não sei de onde, reabilitamo-nos.

Água gelada, chão vermelho, Sol poente, parede verde. Eita passeio bom.

Passeio que marcou profundamente nas lembranças do que foi bom. Não teve mal.
Passeio para dentro da gente. Pra dentro do País.

Avançamos ao tratado, fomos pro lado de lá, voltamos pra cá e tudo se acertou.

Quero voltar...

Quero conhecer mais da gente.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Que bom assim!

E quando tudo acontece melhor do que o imaginado?
E quando, sem palavras, você agradece aos bem feitores?

Querendo abraçar, querendo chorar, querendo rir ou apenas olhando em silêncio.

A gratidão não tem forma, é como o vento, como a água. Apenas é.

Não se tem apenas no “obrigado”, nem no “valeu” ou no “puta que o pariu”, não se vê apenas aí.

É algo maior.

É o sentir daquele que a sente e somente esse sabe o que é. Nós, aqui de fora, nem ousamos tentar saber. Apenas olhamos e nesse olhar percebemos um pouco da cor da gratidão.

Acho que só no olhar é que chegamos perto dela.

A vontade que da na gente, quando nos encontramos nesse momento, é de voar por aí, ou de parar nesse tempo exato, tempo da felicidade suprema, pararmos e ficarmos ali admirando, juntos, olhando tudo ao redor.

Eita felicidade!

Numa noite que de tão intensa e feliz, nos estragou no dia seguinte. Aquele estragado sem ter bebido. Aquele estragado da euforia, do jorro de felicidade. Desmedida.

Depois de curada a ressaca eufórica vem o dia. Dia bom, dia de ficar junto dos que gostam da gente.

Dia dos risos.
Das estórias e histórias.

Dia da foto.

Dias felizes esses... E ainda faltam alguns.


Neste clima:

http://www.youtube.com/watch?v=GZgBKVBduQg&feature=related


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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Na véspera do 32º

Trigésimo segundo ano de vida! Nem passa tão rápido assim, ta certo que eu dei uma parada no tempo. Talvez medo de vê-lo passar. Continuo na mesma que há dez anos atrás. Algumas coisas mudaram, mas no resumo das coisas continuo estático.

Bom?
Ruim?

Sei não. Talvez nunca vá saber.

Nesses trinta e poucos anos aprendi algumas coisas. Aprendi bem menos que aquele colega da mesma idade que viajou o mundo todo, hoje senta e conta histórias por três dias seguidos sem repetir ao menos uma. Sei quase nada diante daquele outro que casou, tem dois filhos e conseguiu um alto cargo na firma em que trabalha, perto desse eu nem existo. Teve aquele outro que foi embora ainda jovem. Morreu, agora sabe ainda mais que todos os citados, este, sabe o que tem do lado de lá.

Mas digo, com toda certeza do mundo, que fico feliz com todos os que sabem mais que eu, mas não quero saber o tanto que eles sabem. Deixo com eles a arte de saber. Eu quero mesmo é ficar assim, desse jeito escolhido por mim. Esse jeito de não saber das coisas. Jeito que fica por aqui, quieto. Vejo tudo do meu jeito, me alegro com a sabedoria dos outros, me alegro com minhas sabedorias. Poucas que são minhas.

Vendo daqui, do meu ângulo é tudo muito bom é bonito ver daqui. É meio antigo, meio velho, faz barulho é colorido.

O teto é de vinil e o capô é preto.
A mesinha de centro é de mogno.
Só a agulha da vitrola que é recém trocada.

Olho daqui. Três décadas olhando assim. Aprendi assim, conheço esse jeito. Me embalo na expectativa de seguir sem ser importunado.

Claro que tudo muda. Inclusive nossa cabeça.

E quando mudar serei igual.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Outubro (mês da crise)

Tem dia que a gente fica assim meio sem querer saber das cosias.

Mas hoje não posso. Tenho minhas obrigações diárias, que são muitas.

Acordar, ouvir um som, almoçar, deitar um pouco, depois... Sei lá.

Não posso ficar sem saber das coisas.

Preciso saber que Hoje é dia 19 de Outubro de 2010. Terça-feira.

Um dia muito especial pra alguém.

Tem gente nascendo.
Gente morrendo.
Gente passando no concurso tão concorrido.
Gente sendo despedida do emprego tão sonhado.
Gente amando.
Gente matando.

Viu? Por isso que não posso deixar tudo pra lá. Vou me concentrar aqui e ter um dia bem proveitoso. Afinal, estou de férias.

Férias com gostinho de nada. Tem a faculdade, tem o TCC, tem aquele monte de coisa que lateja minha cabeça. Contas, contas e pepinos.

Ah! Mas tem o Paul in SP. Ingresso comprado. Cartão pra pagar.

Não sei se fico feliz por ver o Paul, ou se me entristeço, pois não consegui parcelar a compra do ingresso.

Tem gente querendo ir e não tem ingresso.
Tem gente que tem ingresso e se preocupa com o cartão.

Não posso ficar sem querer saber das coisas. As coisas estão aqui, batendo à minha porta, latejando minha cabeça, chamando minha atenção.

Dias, tardes e noites. Todas de Outubro. Mês gostoso, logo mais irei nascer.



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sábado, 9 de outubro de 2010

Divã do Injustiçado

Pobre de nós, que queremos ser corretos, dignos e livres na nossa própria consciência.

Não dá!

Não! Não nesse mundo. Mundo sujo, corrupto, podre.

Somos errados em sermos assim. O que é correto? Colocaram na nossa cabeça que é bom sermos assim, pagando os impostos, não trapaceando, respeitando todos ao nosso redor. Mas como agir, quando todos ao nosso redor fazem exatamente ao contrário disso?

É uma provação?

Como fazer “certo” se os responsáveis em dar exemplos fazem “errado”.

O que é BOM? O que é MAU? O que é CERTO e ERRADO?

Freud se descabelou e não respondeu.

Hoje estou triste, preocupado. Hoje, depois de trinta e tantos anos, percebi que meus pais talvez estejam errados. Percebi que passei todos esses anos sendo enganado. Querendo sempre fazer tudo corretamente, feliz com minha consciência. Mas quem é minha consciência? Minha consciência, nada mais é do que às coisas que colocaram nela, principalmente meus pais. Que loucura isso.

Estou fazendo tudo errado, durante tanto tempo?

Por que a CPFL(Companhia de energia da minha cidade) está cobrando uma coisa que meus pais, que sempre fizeram tudo tão certo, de acordo com a consciência deles, não fizeram. Por que essa cobrança?

Por que a prefeitura da minha cidade cobra esse imposto irregular, se meus pais nunca fizeram nada de errado a ela?

Por que os justos pagam? Pra que ser justo? Quem vai reconhecer nossa justiça?

Dá uma vontade de sumir.

Camelão disse isso...

“É de imaginar bobagem, quando a gente liga na televisão. Toda dor repousa na vontade, todo amor encontra sempre a solidão”.

Quem sabe me ajuda em algo.



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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tem algo vindo por aí

Vento quente esse. Vento que vem num sei de onde, vem chegando deixando a gente meio preocupado. Será que vai acontecer algo?

Parece premonição! Eu heim!

Será Síndrome do Pânico?

Vento quente que vem de lá.

To preocupado com não sei o quê. Olho pros lados. Tranco à porta, fecho os olhos, culpa do vento.

Vento que diz algo. Indecifrando o que o vento diz, vou indo, assustado, aguardando a tragédia anunciada.

Olhando pra cima, vejo o céu parecendo Fast Forward, nuvem correndo como nunca antes. Será que elas, as nuvens, também correm com medo? Medo do quê?

Será que elas [também] estão doidas?

Todo mundo parece estar preocupado. Nuvem correndo. Sacola na rua desesperada sem destino. Eu com a janela entreaberta, olhando pela fresta. Cachorro latindo. Carro buzinando. Será o fim do mundo?

Medo!

Enquanto o fim não chega vou ficar por aqui, ouvindo alguma coisa do tipo...

“Minha vida é tão confusa quanto a América central, por isso não me acuse de ser irracional”.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da parede à urna.



Olhei ali pra parede e vi o chapéu pendurado. Chapéu de cangaceiro. Chapéu que lembrou às glórias do povo seco, da seca.

Chapéu que me lembrou da batalha do Jenipapo, da luta para expulsar os portugueses da Bahia, na época da Independência, fatos lidos recentemente no livro 1822.

Poxa! Tão perto de mim, aqui em casa na parede, uma lembrança de uma história tão forte e bonita. Como a história dos pescadores que, com suas pequenas canoas, renderam um navio de guerra Português.

Alguns fatos nossos, do nosso povo, são desconhecidos né? Povo sem memória. Culpa nossa ou de quem nos ensina?

Por que a gente conhece a Revolução Francesa e não sabemos quase nada da NOSSA independência?

Por que a gente conhece a batalha de Waterloo e nada sabemos da batalha nas margens do Rio Jenipapo?

Na parede aqui de casa, o chapéu descansa em silêncio. Percebo que ele quer contar algumas coisas, mas eu ignoro. Aprendi assim. Ignorar. Meu pai, nascido no sertão também desconhecia a tal batalha nordestina. O desembarque na Normandia ele conhece. Ele também, ou seja, a coisa vem lá de trás. Não é culpa das gerações recentes.

Como nós, brasileiros, não temos memória para nossas coisas, dia 03 de Outubro será uma festa daquelas. Festa “inédita”. Dia de votar, colocar nossa roupa de Domingo, decorar uns números qualquer e seguir o rumo cívico. Ninguém se lembra nem lembrará das promessas feitas e não cumpridas. Ninguém se lembra da batalha do Jenipapo. Ninguém se lembra.

Vamos votar e esquecer.
Vamos lembrar do dia “D”, do Napoleão. Do Hitler. Vamos esquecer o PT, o PSDB e o DEM.

O chapéu agora me olha dali e ri. Sabe que estou falando dele. Eu olho pra lá e digo com meus olhos:

“Ó! Foi por você”.

domingo, 26 de setembro de 2010

Grande menino

No seu mundo de cobertor! Mundo grande do grande menino.

Mundos.
Robôs.
Mares.
Montanhas.

No mundo do grande menino não tem gente. “Gente é má” diz ele.

Nas profundezas da coberta ele vive seu mundo diferente.

Segue no seu passo, no seu tempo, tempo que passa sem ele perceber.

Ali, naquele imenso pequeno mundo não existe dor. Morte. Raiva. Coisas de gente.

No grande mundo, todos se conhecem, se ajudam e nunca morrem.

Ele não entende porque às coisas tem de ter um fim.

“pra que acabar?”

Quando anoitece a saga do grande mundo recomeça, ventos, vulcões, vivem em harmonia com crianças, robôs, dragões e bonecos cabeça-de-batata.

O menino não entende porque os adultos (gente chata que só gosta da morte) não brincam com ele, se brincar é a coisa mais importante do mundo.

Papai sempre fala em dinheiro.
Mamãe sempre grita, fala do tempo, das contas e da TV.

O grande menino se incomoda, sofre. Esse mundo pequeno não é para ele. Por isso se refugia no grande mundo, lá ninguém conhece essas palavras que são tão faladas no mundo pequeno, Dinheiro, Conta, Morte, TV.

No grande mundo não tem TV. As pessoas se olham. Não perdem seu tempo olhando àquilo.

Pai! Vamos jogar bola?
Mãe! Senta aqui na cama, vem ver o que eu fiz!

Ninguém liga para o grande mundo, só o grande menino, talvez só pessoas grandes possa entender o real significado daquilo.

Não tem tempo no grande mundo, por isso o grande menino levanta de madrugada e caminha nas montanhas.

Pai briga.
Mãe reclama.

O menino pensa: será aquilo, a tal morte, não poder viver?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Passeiozinho.

Tomei aquele copo de água gelada, após o café-com-leite quente e doce, adoçado com adoçante.

O dente doeu, sensibilidade à flor dos dentes.

Dei aquele tapa no cabelo, aquela passada de mão na franja pra deitar a danada.

Passei a camisa nos óculos, camisa suja limpou às lentes.

Fui...

Não sei pra onde. Fui por ali, seguindo o intuito de que tudo seria melhor.

Parado no semáforo o povo atravessando, lembrei dos Zé’s, Zé que deixa Maria em casa, Zé que sai cedo, passa no boteco, joga no bixo, toma um gole, sai apressado, pega o ônibus, motorista conterrâneo, fala do Corinthians, fica em pé, lata de sardinha, sardinha da bóia esfria, desce no ponto depois do seu, reboca a obra, prédio levanta, Zé volta pra casa, Maria dorme, Zé cutuca, Maria reclama, Zé dorme.

Semáforo aberto.

Sigo...

Penso da vida abençoada de quem não tem fato marcante pra contar. Penso na minha vida de estrada em linha reta. Meio sem curvas, bifurcações e tal. Será benção? Monotonia?

Se cortarmos o caminho pela trilha de terra batida que tem ali na frente?

Tenho medo e você?

Liguei a seta... Mas com seta é sem graça, avisar que vai sair da estrada não tem sentido algum, o legal é sair sem avisar, deixar quem vem atrás passar direto sem perceber nada.

Assim é legal!

E o Zé? Que não tem seta, não tem nada?
E a Maria que não tem estrada, nem bifurcação?

E eu? E eu?

Passei da estradinha de terra, desliguei à seta, reduzi na lombada, reduzi no radar, reduzi na faixa de pedestre, reduzi no cruzamento, reduzi...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mudanças

Nascido aos vinte oito dias do décimo mês do ano de mil novecentos e setenta e oito, aos trinta e cinco minutos da quinta hora deste dia.

Manhã chuvosa, trovejante. Como na música do Renatão, “Sou metal, raio, relâmpago e trovão”.

Vim ao mundo na cidade de São Paulo, mais precisamente na Zona Norte da capital paulista. Filho de um garçom e de uma dona de casa, que naquela época não sonhava em vender Natura e Avon, e De Millus e Tupperware e chapeado e Hinnode e tais e afins e etc’s. Era apenas dona de casa e mãe do meu irmão mais velho.

Papai garçom, dormia de dia e trabalhava a noite.

Eu chorava.
Meu irmão tossia.
Minha mãe se desesperava e papai... Servia.

Íamos levando assim, desse jeito.

Deixamos a capital e viemos ao litoral. Mais úmido aqui né? E quente também.

Fiz meu primeiro ano de vida aqui no litoral, na mesma casa em que moro hoje. Ou seja? No décimo mês, do ano de mil novecentos e setenta e nove (da era cristã) eu já morava nessa mesma casa. Tempo faz. Bastante, aliás.

Percebem porque quero mudar?

Quero mudar. Comecei pelo cabelo, que cortei ontem e depois de... uns 15 anos. Não passei a maquina do lado. Foi na tesoura, para o desespero da cabeleireira que é acostumada a passar a máquina do lado há 15 anos. Corte no mesmo lugar.

Quando falei, “deixa baixinho, mas na tesoura” ela quase teve um troço (preguiça talvez).

Mudei ou não mudei? Mudei sim pô!

E vou mudar mais. Hoje (22/09) é aniversário do papai, sessenta e quatro anos, ele também muda. Tudo muda né?

Mês que vem mudarei mais, ficarei um ano mais velho.

Mudanças e mudanças. Chegou à hora mesmo, estou estagnado.

Vamos ver onde elas me levarão.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vamos tentando

Como numa página amarela, com letras belas, porém, incompreensíveis.

Aquela tarde que foi bonita, que foi certa. Daquele dia que tudo deu errado de início, mas que no desenrolar das coisas se mostrou perfeito.

Dia mal acordado.
Noite mal dormida.
Manhã daquelas chatas.

Tarde que muda. Tarde nova, recente. Tarde bonita.

Dia-a-dia sendo assim. Começa dum jeito, termina doutro.

Arrumei às coisas aqui. Cada coisa em seu lugar. Pensamentos em ordem.

E por aí? Tudo do mesmo jeito? As coisas fora do lugar?

Que tal tentarmos?

Vamos andar pros lados de lá. Vamos andar e andar!

Vamos mexer, bagunçar, vamos escrever.

Desenhar letras naquelas páginas velhas. Umas ainda estão em branco. Vamos riscar e arriscar.

Eu topo!
E você?

Trouxe lápis e borracha, no caso de querermos apagar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ano que vem...

Saldo negativo. Poupança raspada. Lambreta suja e sempre na reserva.

Carreira estagnada.

Faculdade nos momentos finais, algumas prestações e pego meu diploma. Será esta a saída?

Será o diploma a fuga para vitória?

Quero sair daqui.

Quero mudar. Quero partir pra algum lugar.

Será que com o diploma na mão conseguirei comprar o tão sonhado Quarto e sala?

Será que me mudarei pra cidade de Oz ano que vem?

O que será do ano que vem?

Aquele carro!
Aquele APequeno!
Aquela companheira (que já É ideal).

Será, diploma, que você irá me dar isso tudo?

Não sei se o diploma irá me dar algo, mas com certeza terei mais grana depois de pagar por ele, isso sim.

Ano que vem eu mudo.

Saio daqui, vou pra lá. Ano que vem, ano de lá.

É! Farei como todo mundo, ano que vem eu mudo. Ano que vem terei mais grana. Ano que vem eu caso.

Meu único medo. Ano que vem chegará?

Sei lá!

O povo da minha idade já casou. Comprou casa. Carro. Filho. (Comprou filho?).

Eu não. Não comprei. Nem filho, nem nada.

Ano que vem eu compro. Ano que vem.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os outros são os outros.

Eles e Elas. Sempre assim que as coisas se apresentam!

Ou eles, ou elas.

Eu? Não, nunca.
Você? Jamais, é pecado.

Vamos nós, assim, vivendo entre eles e elas.

São legais eles né?
São sim! Diferentes.

Vamos por aqui? O que acha?
Ah! Não sei, vamos por ali, junto deles.

Junto deles e delas.

Deles esperamos o nada.
Delas queremos o tudo.

Vamos nós assim... Sempre deles, por elas, nunca sendo nós.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Serei breve pra não atrapalhar o feriado.

Ó... Rapidinho...

Uns vivem numa concha só deles...

... Outros saem da concha e entram noutras... E outras e vivem nas conchas dos outros.

Outros...

Saem da concha, mas a levam junto, mostram-na aos outros. Sentem orgulho de suas conchas, compartilham.

Cada qual, com seus cada quais.

Assim somos nós. Complexos, chatos e tais.

Ponto final.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Com elas ou sem elas?

Elas são poderosas, muito, dependendo do caso, podem até matar.

Aquele clichê máximo, aquela velha história que vovó sempre conta... “Deus nos deu dois ouvidos, dois olhos e UMA boca..” Sabem? É disso que to falando.

Das palavras ou do poder delas. Da falta delas também entra no contexto.

Às vezes, felizes, eufóricos, ansiosos, a gente fala, fala e fala, gasta todo arsenal existente... Mas tem um porém. Quem está ali do lado, quer ouvir tudo isso? Está preparado pra isso? Ou melhor, mudando a coisa, aquele que ali está.. Quer falar também! Você está preparado para ouvir?

Ou só quer falar, falar e falar?

Palavras.

Um ponto, uma vírgula, um espaço mais logo, um “hã?’, um “quê”, podem mudar, mudam tudo.

Cuidado ao falar.

E se tentarmos fazer como vovó já dizia?

Ouvir mais...
Ver mais...
Falar menos...

Ai, essas palavras, a falta delas causa tanto mal, o mesmo mal que nos causa o excesso delas...

Qual o ponto ideal?
Qual o parâmetro?

Não falar demais? Não calar demais?

Palavras...

Variando.

TO LA TAMBÉM...


dosedeinspiracao.com.br


... A QUEM INTERESSAR.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Encontro.

Às vezes o vemos brilhando, dali de cima é Rei, senhor dos senhores, comanda o jogo com maestria, sempre sabe o que fazer e o que dizer, mas, o mais importante, não enxergamos, sua verdadeira face...

“Prazer em conhecer, adivinhem meu nome!” Ele grita.

Dos tormentos.
Das dores.
Desilusões.

Tentando se conectar ele abusa das flores, diz que flor é um ótimo artifício pra esconder algo podre que há dentro de nós.

Flores e dores, par ideal.

Na ponta de um iceberg, próximo a um abismo, no alto de um galho ele ora.

Pede pela vida lhe tirada tão cedo. Ele a quer de volta.

“Voltem, devolvam, tragam o que é meu!” Ele chora.

Na sua altivez de sempre, seu olhar certo de quem nunca vacila ele segue.

Julga.
Instrui.
Determina.

No silêncio da sua solidão ele renova. Joga o az. Faz a canastra.

No dado é seis na certa.

Ninguém entende sua dor. Dor de um homem só.

“Um dia chegará minha vez, devolverei na mesma moeda cada olhar atirado contra mim” Ele jura.

Vamos o conhecendo, a cada dia, a cada passada por um espelho... Quando o encontrar na próxima vez, não olhe apenas, sinta-o. Ele estará ali.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Redenção.

Um serrote dá... Talvez sobre.
Não quero elétrica não, elétrica é fria... Passa rápido, corta certo e a gente nem vê,

Quero um serrote mesmo, manual, quero suar sobre minha obra. Pingar sal na veia vermelha da madeira nova, recente.

Quero destruir.
Quero cortar.
Despedaçar.

Quero fazer tudo virar pó!

Minha obra prima não terá nome, nem forma, nem cor.

Vou serrar, serrar e serrar. Rir do serrote cortando com gosto. Machucando. Sangrando a seiva. Serei o melhor destruidor de coisas recentes.

Assassino do atual.

Depois das peças cortadas, vou sentar e admirar minha obra. Um amontoado de peças cortadas, vários formatos, cilíndricos e quadrados.

Ah! Serrote que serra.

Tome meu suor. Deixe-me fazer parte de você agora, nesse momento só nosso.

Eu, pingando na sua carne recém descoberta, serrote amolado, corte cirúrgico.

Agora aqui sentado, curtindo minha paz te vejo em pedaços.

Estou feliz hoje! Acordei numa alegria só. Por isso aqui vai minha declaração de amor.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nosso frio.

E eu com duas calças, uma Jeans, outra não, esta ta por baixo de tudo, inclusive da meia.
Não! Não é exagero, ta gelado, minha lambreta não tem ar quente, o joelho reclama antes de dormir.

Tenho até luva daquelas quentes, jaqueta de couro, só não tenho cachecol. Preciso de um.

Ta frio meu! Frio demais.

Eu vou levando assim, no frio do tempo, no nosso frio também. No frio teu, me esquento calado. Tiro a luva, a jaqueta James Dean, e fico quieto, procurando uma fogueira entre nós.

Eu sei que as coisas não são bem assim, ou assado e tal. Mas eu, como o mais falho de todos, não sei agir. Não ajo.

“Veja você, onde é que o barco foi desaguar...”.

Mas eu tenho uma surpresa...

Trouxe uma corda aqui comigo, ela coube no bolso da jaqueta, amarro a danada ali, naquela mesma estaca lá... Do iglu. Amarro bem amarrado, com o nó dos navegantes... Lais de Guia?

Amarro o barco, ele não deságua mais, a gente não passa frio e tudo fica certo...

Deixa comigo, vou tentar ta?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Festa louca de um homem só

Com esse martelo pesado, vai enfiando a estaca. Agora firme, forte e profunda, pode armar sua barraca.

Gosta do vento, mas ele não pode levar sua vida, não agora.

Tendo apenas essa barraca, firmando ela bem, não terá problemas, não por enquanto.

Barraca armada. Cobertor no sol, tirando a poeira. Óculos no jeito. Tudo pronto pra festa começar.

Festa que desinteressa. Festa que ninguém sabe. Festa de um só.

Festa de um só por motivos óbvios. A barraca citada é um iglu, aquela que só cabe um.

Festa louca de um homem só.

Ele e seu martelo de firmar estacas.

A gente passa e não entende o motivo daquela festa toda.

Festa pelo sol matador de mofo.
Festa pela madeira conseguida, madeira que alimenta na guerra contra o frio.
Festa pelo liquido quente na manhã gelada.
Festa pela cola conseguida, cola que cola o remendo novo. Hoje não terá aquele zumbido ártico no pé.

É festa!

Martelo fica de fora, ao relento, tem importância estratégica, faz peso no teto da morada. Equilibra a barraca nos ataques do ar em movimento.

Agora quente, reina em paz. Rei do iglu. Caçador de frio. Fincador de estacas.

Agora vamos deixá-lo em paz. É hora de recolher-se... Sumir no universo do seu mundo...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Homeopático.

Duas gotas em cada olho.
Duas gotas em cada narina.

Pelas gotas eu vou.

Pouco como uma gota, mas fazendo o mesmo estrago que elas.

As gotas.

Duas poucas gotas que invadem as narinas, dando cor ao ar respirado, deixando a boca fechada, descansando.

Poucas gotas que fazem tanto.

Olhos que coçam, vermelhos, arranhados... Quem os salvará? As duas poucas gotas.

Os poucos são muitos, muitas vezes.

Pelo pouco das gotas marco meu prumo.

Gotas que de poucas inundam meu quarto na chuva, na goteira do teto que nunca arrumei. Poucas gotas, não arrumadas.

Sendo gota, vou ao fundo das coisas. Perfuro, abro caminho, atinjo a meta, sendo pouco.

Causo estrago.

Gota a gota, clareando, desentupindo... Eu vou.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A velha história que sempre nos contam.

A gente tava quieto aqui na nossa... Chegou gente de fora e tomou tudo.

Como sempre o fazem, chegam e tomam tudo, de todos.

Tomados, nos resta ficar. Calar. Até chorar...

Choremos nós, calados, pra não incomodá-los.

A gente vai levando assim, pelos lados, se nos virem, a gente acena e anda depressa.

Sem pressa!

Vamos levando, pagando pelo nosso ta? É assim mesmo.

Abaixe à cabeça, isso, será melhor.

Pagou o imposto?

Sim! Certinho.

Ufa!

Respondeu ao senso?

Claro!

Que bom.

Votou?

Agorinha mesmo

Como ele mandou?

Aham!

Isso! Vamos indo, estamos no caminho certo.

Tem gente vindo de lá, parecem muitos, devem ser deles...

É, vamos aqui pela trilha, deixe o caminho pra eles...

Aqui ninguém nos vê...

Vamos, não pare, o mundo deles não pode parar.

E blá.. blá.. blá...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E ele não para de tocar (entre os "triiins")

O telefone ta tocando, tem gente querendo falar, gente querendo contar, gente querendo saber.

Do quê?

Eu vou, mas um pouco de mim vai ficar...

Naquele beijo no rosto, tua face te lembrará.
Naquele palavrão dito, teu ouvido me denunciará.
No meu andar torto, corcunda, atento a tudo, teu olho dirá.

Ficarei aqui, não irei, mesmo indo.

O telefone insiste...
Quem quer saber das coisas? Por que querem saber de tudo?

Para multiplicar?
Para dividir?

Não! Creio que não. Querem apenas dizer, dizer e dizer.

Todos querem colocar pra fora, expulsar, expelir.

Quem quer coloca pra dentro? Quem quer tirar da gente?

Tire o mal daqui! Grite assim. Não diga “alô”

Todos têm razão, todos sabem de tudo um pouco.

Eu não! Sei não! Quero não! Vou não! Hoje não!

O telefone parou...

Pronto!

Acabou!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pecado

E depois de tudo ainda teve a missa... Hóstia consagrada, vinho do bom, Pai-Nosso e Ave Maria, de mãos dadas é claro.

23h primos.
01h show.
06h Extra(compras)
08h Missa.

É! É isso mesmo... E depois de tudo ainda teve a missa.

Mesma roupa.
Mesma cara.
Mesmo gosto.

Voltando pro mundo nem tudo são flores.

Sem floral, sem gotas, sem sono...

Sono que falta. Dor que mata.

Morte que não chega, nem chegará, é só coisa da cabeça.

Queria poder voltar pra lá...

Ria! Como eu ri.

Não dá?

Que droga... Essa droga toda.

Como será daqui pra diante? Como será lá depois?

Quem será lá?

Não sei se foi pecado ir à missa Domingo de manhã, confesso que não sei... Se pequei.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fruto seco.

É a herança que deixaram pra gente.

A ganância de quem nada teve.
O desamor de quem nunca foi amado.
A paciência de quem nunca teve um minuto de espera.

É o nosso prêmio por ser fruto do Mal planejado.

Agora colhemos isso, tudo, raiz, mato, tronco, terra... Sem distinção.

Agora a gente sofre.

O criador cada vez mais criador.
O fruto cada vez mais criador.

Fruto que sofre. Herança maldita.

Árvore desenganada. Galhos velhos. Raiz rasa. Deu fruto triste, sem doce, sem gosto, sem carne.

Fruto seco.
Fruto verde.

Amadurecerá? Será?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ter, ser e tal.

Nunca gostei muito de pipa.

Tinha a mesma impressão dos passarinhos na gaiola.

Dos peixes do aquário.

Inúmeras vezes... Arranjei confusão na rua...

Gostava de cortar a linha das pipas dos colegas.

“Deixa ir embora” dizia o amigo bobo (eu).

Passarinho a mesma coisa... Sempre quis abrir as gaiolas, nunca tive coragem, coisa que me incomoda até hoje, nunca consegui abrir gaiola.

Esse lance de TER é meio complicado pra mim.

Penso em ter filhos... TER filhos.

Estranho esse TER, vou mudar...

Penso em SER pai, mas como eu serei Pai pensando desse jeito?

Cabeça estranha essa minha.

Mundo estranho esse nosso, mundo doido pra SER pai.

Não vou querer ver meu filho soltando pipa.
Nem criando passarinho.
Nem criando peixe em aquário.

Nem nada...

“Pai chato”... Vou ouvir.

Acho que serei pai chato, na mesma proporção que fui amigo chato na infância.

Amigo chato que corta a linha das pipas.

Pai chato que não deixa o filho criar periquito verde, amarelo, azul e branco, nenhum.

Sou chato.

Que saco.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Grato.

Do ponto oco da gente é que surge o algo bom!

Daquele olhar perdido, que encontra alguém pra tocar.
Daquela frase dita. Que bate e rebate, ricocheteia, parece que erra, mas no alvo toca vitoriosa.

Da leveza de saber ser o que é. Apenas o que é. Sem quês, nem porquês.

Sem eira nem beira.

Do “É” e pronto.

Do oco é que vem o tudo.

A mão que toca. Certa. Reta. Forte... Que faz o inesperado.

A mesma mão que acolhe no abraço profundo, do pós, do depois, do posterior.

Do que parece nada, mas é tudo.

Da calma no momento da agonia. Do afago dentro da dor.

Do olhar calado. Gemido perfeito que concorda. Que ouve. Que espera.

Do acalanto.

No silêncio da boa hora eu fiquei. Junto. Quente. Fiquei forte até.

Uma ode ao silêncio, à calma, à paz.

Uma ode a quem é. Mesmo sem querer ser.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Opaco, borrado, fosco.

Dormi errado, sono duro, pesado, estranho, sabe?

Quem trabalha à noite e chega de manhã, perde a cor do dia.

A cor da manhã fica sem cor quando a gente chega junto. Junto das cores.

Num momento, tudo é preto. Depois as cores aparecem, mas a gente não vê, quando os olhos estão acostumados a ver o preto, o nada. A gente não vê o claro, o dia.

Hoje não vi o dia.

E olha que tava colorido!

Tava normal, gente pra lá, pra cá. Ninguém observava as cores, mas elas estavam lá. Menos pra mim. Eu que vinha do escuro, da penumbra, da sombra feito gatuno.

Não vi as cores.

Agora a tarde, já é tarde. As cores da tarde são mais fracas, já são cores misturadas ao cinza, cinza do dia, da sujeira, ou cinza da noite que chega?

Perdi a cor do dia. Sempre perco, aliás. Quantas mais vou perder?

A noite vem chegando, agora sim reconheço tudo. Reconheço o cinza, o marinho, o preto. Às vezes preto fosco, às vezes brilhante, depende do dia, da noite.

Hábitos noturnos. Olhos noturnos. Sinto falta das cores vivas. Se eu vivesse em Las Vegas pelo menos.


No outdoor luminoso a vida a mentir. Nenhuma estrela mais perto dos olhos. Ninguém.
Ecos de um rádio antigo eu pendo ouvir
...”

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O dom de ser chato.

Viu? Era só isso, sem mais, nem menos. É isso!

O resto é o povo quem pinta. O resto era você querendo ver mais além.

Mas era só querer, não tinha mais nada além.

É isso, pronto, acabou, fim de papo, zero, nada, vazio, oco, isso tudo aí.

Está gostando disso tudo pouco? É pouco sim, mas é tudo.

Sé é tudo pode ser pouco né?

Meu tudo é pouco. É sim, eu sei.

Meu pouco é raso, frio, lento, isso tudo aí, que é pouco mesmo.

Não vou dizer que...
Nem pensar em...
Nem esperar por...

Não vou.

Vou ficar aqui terminando o já começado. Pensar naquele limite meu de pensamento e esperar, o suficiente pra me satisfazer.

Hoje estou bem, leve. Aquele peso foi embora, por isso estou feliz assim.



Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom, daqui não, eu vivo a vida na ilusão entre o chão e os ares, vou sonhando em outros ares”.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Carta aos pais.

Deixem que eu resolva tudo por aqui. Agora é comigo.

Não se preocupem com as contas, com as plantas, com as coisas. Faço tudo direitinho.

Aproveitem, vivam, chegou à hora de vocês.

Os daqui mandam lembranças.

Pai! Fica tranqüilo, ta tudo trancado e tudo pago.
Mãe! A casa ta limpa do jeito que deixou e meu feijão é ótimo.

O irmão ta lá na dele, mandou lembranças também.

Mergulhem de cabeça no passado de vocês, revivam o que passou, sem pressa, sem medo, sem nada!

Apenas vivam.

Estou vivendo por aqui também. Adoro estar só em casa. Em casa.

A namorada é companhia fiel, ajuda no frio desse dias, ajuda a esquentar a alma e o coração, ela também manda lembranças a vocês.

Adorei saber das notícias de hoje, saber que tudo está bem e como planejado.

Não sintam vontade de voltar não ta? Aqui ta tudo do mesmo jeito, nada mudou e acho que nunca mudará.

Abracem.
Beijem.
Olhem.
Ouçam.

Façam tudo por todos aí, façam por mim também.

Quando quiserem é só ligar.

Do filho que sente saudade.

Eu!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tempo seco esse.

Na secura desses dias eu lavei o quintal e molhei as plantas. Mas continua tudo seco.

Quero água! Não trégua, apenas água.

Passei perfume na casa, acendi um incenso pra num sei lá o quê, coloquei água pro cachorro, tudo certo e tudo pronto.

Mas tudo ainda continua seco.

Adoro doce, adoro salgado, gosto de pimenta, azeite, gosto do gosto, gosto do cheiro, gosto de quente, gelado, gosto!

Não gosto do seco, do sem gosto, do sem nada!

As coisas andam meio sem gosto.

Vou colocar sal e pimenta a gosto nesses dias secos.

Será que chove? Será que chora? Que ri?

Coloquei uma bacia de água no quarto, pinguei um treco no dariz... E aguardo uma umidade vinda daí.

Mas venha com gosto.
Com cheiro.
Com lágrima.
Com vontade.
Venha sim e assim. Se puder traga água.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

De cara nova.

Tem coisa nova por aqui né? Mas é só a cara mesmo, o resto continua velho...

O coração ta velho.
O olho ta velho.
O sapato...Tudo velho. Como sempre, bem velho, desbotando.

Como todo e bom velho, tenho manias... Cada dia surge uma nova.

Mania nova do velho moço? Cores.

Sim! Cores, sem viadagem ta?

Apenas manias velhas ou novas, sei lá!

Meu negócio agora é perceber cores.

Todas!

Agora vejo às pessoas e imagino uma cor. Tem gente que é marrom, não sei por quê.

Acho que enjoei de tentar perceber o ser humano como tal, agora mudei, vejo cores no lugar.

Este Outono frio, ta colorido pra mim. Percebo o céu que está mais azul que antes. As tardes estão mais laranjas que as habituais.

Pena que não tenho tantas referências de cores. Não conheço aqueles tons de nome composto, azul não sei o quê, verde num sei o que lá...

Conheço as primárias. Culpa da caixinha doze cores que já citei aqui em algum texto antigo.

Nunca tive a de 36 cores da Faber Castell. Sem condições financeiras, só conheci a simples 12 cores da LABRA.

Mas estou vendo bem... Doze cores são suficientes.

Agora com casaco de couro sou mais eu.

Eu, meu casaco de couro (de motoqueiro mesmo), minha lambreta, e as cores.

Estou mais observador. Até hoje neste dia nublado, chuvoso, vi cores por aqui.


.....♪ ♫ ♫ ♪ (assobios)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dose de inspiração!

www.dosedeinspiracao.com.br



http://www.youtube.com/watch?v=i2M3cUR-n-k

sábado, 5 de junho de 2010

Jovens Tardes de Domingo (sobre mudanças)

-Ói ali! Não é o...

- Putz! É ele mesmo... Caramba! Quanto tempo.

-Nossa! Ta meio diferente né?

- Tirou a barba é isso...

-Não po! Ele nunca teve barba! Devem ser os óculos! Mudou a armação!

- Podes crê! Os óculos!! Olha lá... Quer apostar que vai entrar no sebo?

-hahaha!! Se entrar no sebo quer dizer que ele não mudou muito!

-Mudar muito não mudou mesmo, olha a roupa? Opa!! Entrou, bingo!

-Caramba! Que barato, o tempo não passou pra ele... Será que ele ainda mora lá na..

-Com certeza cara! Não mudaria dali!

- Casa estranha la né? Parecia um castelo, eu gostava quando nos reuníamos lá!

- Eu também! “Velhos tempos, belos dias” Como diria Roberto!

- Será que ele ainda namora a...

- Não po! A... Casou! Há tempos!

-Não sabia! Olha lá! Saiu! Comprou livros!

-Chame ele...

-Eu não! Chame você,... Tenho medo!

-Porra! Medo de que cara?

-Sei lá! Das mudanças todas!

- Agora é tarde! Pegou ônibus!

-Poxa! O que será que ele faz? Fez? Era superbacana! Lembra daquele dia que ele falou que...

-Lembro pô! Quase morremos de rir...

- Que legal! Saudades..

- É! Velhos tempos, belos dias.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tudo Gelado.

Tive um sonho estranho essa noite!

Sei lá se foi sonho... Se é real... Se poderá ser... Um dia e tal.

Quem sabe? Eu não! Tsc! Tsc!

Sonho é estranho, a gente acorda numa confusão danada, não sabe se levanta, se vira pro lado... Se reza um Pai-Nosso!

Noite fria essa outra.

Fui deitar gelado, acordei suando. Talvez por causa das coisas vistas na noite sonhada, dormida, bebida.

Noite estranha sim! Tão qual o sonho!

O dia amanheceu gelado. À tarde ta lenta. A noite será como? Sei não! Será igual?

Será não! Nunca é igual, aprendi isso num curso aí... Aprendi que nunca tem dia igual!

Ainda bem? Menos mal? Quem me dera?

Pois é!


“É, morena, ta tudo bem... Sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus”.

domingo, 30 de maio de 2010

Abra a porta Jonas!

Caro Jonas!

A coisa aqui ta feia. Tem gente achando que sabe tudo, outros que tudo sabe, como você já dissera!

Bem dita a hora que você foi morar aí... Quem me dera estar contigo.

Na baleia tem Programa do Gugu Jonas?

Tem Faustão? Você ouve funk Jonas?

Jonas aqui até criança de DOIS anos fuma! Sim caro amigo!! A coisa ta feia.

Quando você vai receber visitas caro amigo?

Eu te entendo, teme visitas, com medo de elas serem definitivas né?

Ta certo!

Você vai assistir a copa Jonas? Tem TV aí? Só rádio?

Jonas será que tem mais baleias nesse mar aguardando contato?

Como eu acho minha baleia Jonas?

Aguardo ansioso pela sua resposta!


Abraços!

Do amigo fora da baleia.

sábado, 22 de maio de 2010

Sábado!

Hoje tem Virada Cultural Paulista aqui em Santos.

Tem sim, mas não sei se vou não!

Não sei se quererei sair de casa. Na atual conjuntura, ficar trancado é uma opção necessária.

Necessidade, como a de ontem, de banho/cama.

Ontem estreou o Quincas Berro D’Água, quero ver. Talvez me destranque um pouco, vou ali, vejo e volto pro canto, quieto, junto (só?), abraço, sei lá!

Ainda não sei... É Sábado (não gosto), estou de folga, tem um monte de coisa a se fazer... Vamos sair do buraco?

Te levo na lambreta! No frio, na garoa... Vamos!

Me ligue mais tarde... Quem sabe o buraco não seja tão fundo.



Dentro da nossa profundeza se esconde um outro nós, quando a gente fica no xeque-mate da vida, a gente solta aquele outro nós lá do fundo. Aquele outro nós, que nem sempre a gente conhece, é meio estranho. Muita viagem, minha né? Prum Sábado à tarde!

Deixemos pra lá!

Vamos pro Sábado da folga, da virada, do berro d’água, do buraco e afins!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Prisão de idéias.

Tem um monte de coisa aqui... Mas ta difícil colocar pra fora!

Não sai uma linha... Um verso, uma frase nada!

Já tomei lactopurga... Coloquei às pernas pra cima (dizem que ajuda). Nadinha.

Sento aqui, escrevo, reescrevo, apago tudo e nada sai.

Tomei COCA, andei pela casa, a dor só aumenta.

Deve ser gases mesmo, só pode.

A página continua em branco e a barriga doendo.

Sem apetite, sem idéias... Que saco!

Pior que ta parado aqui no meio, nem sobre, nem desce. To ouvindo Roberto (1971) pra ver se me inspiro, mas nada... Nada.

Não sei o que tenho... Só sei que incomoda.


"Noites tão vazias sei que vão chegar..."

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tinha algo azedo no ar.

Não sei se tomo um Benepax, uma garrafa de cerveja ou uma dose de cachaça!

Não sei!

Dói aqui, dói ali... Acolá.

Dói!

Às vezes aperta o peito. Logo passa!

Tomei água, melhorei, era sede mesmo.

Simples!

Tomei àquela água gelada, depois da macarronada do Domingo (hoje é terça).

Tinha alguma coisa com gosto de vinagre... Será?

Molho? Azeite? Feijão? Domingo?

Algo azedo no ar.

Tira esse azedume do meu peito e com respeito trate a minha dor. Se hoje sem você sofro tanto, tens no meu pranto a certeza de um amor”.

A água ajudou a descer. Gelada, benta, tudo!

Água doce levou o azedo. Levou pra longe, sai pra lá coisa ruim!

Xô!

Agora doce! Posso deitar.

domingo, 9 de maio de 2010

Não dá! Hoje vou trabalhar...

É minha cara... É difícil, quem disse que seria fácil?

Ta chovendo, como já dissera a previsão. Acertaram.

A previsão não era boa! Lembra?

Cabe a nós, agora, esquecer toda aquela baboseira, esquecer toda aquela coisa toda lá e seguirmos em frente.

Sem grandes coisas pra levar. Bolsa leve pra não pesar.

Vamos juntos daquele jeito.

É minha cara...

Não vamos pintar mais retratos, nem criar nada mais. Vamos até, se possível fechar os olhos.

Eu fechei o meu, não falo mais.

Ficarei calado, de olhos bem fechados. De novo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Me matei e dormi.

A navalha na carne!

O sangue que escorre, foge, se enfia ralo adentro. Não me quer. Meu próprio sangue foge de mim!

A tragédia, o pânico, o horror! Aconteceu.

Tirei a barba!

Medo, desespero, a cada passada da navalha, um pedaço de mim era arrancado.

Fui decepado. Sinto-me Eunuco.

Os belos fios escorrendo pela mão espumada, atirando-se do cotovelo, saltando rumo ao incerto, rumo ao ralo.

Quanta dor.

Sangue! Poros! Cravos! Cenas de um filme a ser esquecido.

Um grande pedaço de mim se foi, será que ele volta?

A barba cresce, mas as cenas, a gente não esquece.

A mudança. A cara pálida. A boca grande. Tanto espaço.

Traumático.

Suicídio. Cometi um tipo de suicídio. Estou meio morto agora. Pálido, porém vivo.

Mas a barba cresce, e tudo começa outra vez... Até a próxima morte.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Hoje to lá no dose!! Tomem uma com a gente!!



http://www.dosedeinspiracao.com.br



Abraços e beijos!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Um minuto de loucura!!

Algumas coisas acontecem... Sei lá! Sempre igual ou sei lá o quê.

Eu tava aqui pensando numas coisas... E percebi que de tempos em tempos eu penso dessa forma. Depois despenso, mudo, aí parece que a coisa toda da volta e a gente volta pro mesmo lugar... E começamos a pensar como antes.


Loucurané?

Mas é sério... Será que é só comigo?

Por um momento eu evoluo, depois me parece, ME PARECE, que volto à estaca zero.

Como num círculo, ciclo, e tal.

To ficando doido será?

Pois é, estou assim, hoje, apenas hoje, amanhã não estarei mais... Mas sei que depois de amanhã ou depois do depois estarei assim novamente.

Sempre indo e voltando. Nunca saindo da linha, do trecho...

DA MATRIX?

Pode ser. Preso a Matrix!

Falando em Matrix pensei em filme... pensando em filme lembrei do “A.I Inteligência Artificial”, lembrando do A.I me veio a música linda...

"E quem sabe então o Rio será alguma cidade submersa.Os escafandristas virão
explorar sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos
."


Até esqueci o que eu tava pensando antes!

domingo, 25 de abril de 2010

Nós e as nossas vontades.

Eu tinha vontade de uma coisa... Mas passou! Vontade é assim, dá e passa.

Quando a gente sente vontade e não mata a danada, a gente fica aguado, minha mãe sempre me disse.

Uma vez fiquei aguado por Fandangos de presunto. Quase morri. Só melhorei quando devorei o pacote, detalhe: O médico quem descobriu, eles antigamente sabiam mais, hoje nem olham pra gente.

Esse Salvador... Olhou pro molequinho magrelo, e disse:

-Mãe! Ele ta aguado.

Depois de muita terapia descobriram que era o Fandangos de presunto e tudo se resolveu.

Hoje a gente fica aguado, mas não morre. Natureza perfeita, sabe que nunca irão descobrir o motivo então a gente não morre mais.

Antes morríamos.

Às vezes tenho vontades não realizadas... chato isso. Depois que a gente cresce não sente mais vontade de Fandangos e essas coisas fáceis.

As vontades agora estão mais requintadas... Evoluíram com o tempo.

Ainda bem que a minha passou... Tava quase morrendo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Todos Banguelas!!

Em 22 de Abril de 1500, um bando de portugueses, sem ter nada melhor a fazer, chegou ao Brasil. Que ainda não era Brasil. Brasil de brasa, mora?

Um bando chegou, que merda! Antes não tivessem chegados.

Desde 1500 chegam um bando de gente dos lados de lá. Trazem às coisas de lá pra cá e levam coisas daqui pra lá, levam mulheres, crianças e cocaína.

Como a banana que é levada pra fora, a cocaína pros gringos é a da “melhor” qualidade. Se é que pode existir DROGA da melhor qualidade.

Pois bem!

22 de Abril de 1500, dia fatídico.

Por que diabos, o bando de português veio pra cá?

Não queria ter sido descoberto não! Tava tão bom, só nós aqui, do nosso jeito.

Ontem foi Tiradentes, hoje estamos banguelas, embora vestidos. Não nos pintamos mais, como fazíamos antes dos 1500. Continuamos índios, sem sermos da Índia.

Que raiva das Santa Maria, Pinta e Nina! Não tinham nomes melhores não?

Heim portugas?

Povo chato esse... Que vem dos outros lugares, querendo nossos lugares.

22 de Abril de 1500. Dia a ser esquecido.

Boa Quinta, seus Banguelas!!!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Indo...Do meu jeito.

Como não tenho pretensão de ser grande coisa, nem muita coisa, sigo do meu jeito, sem querer saber muito das coisas muitas e sem ligar tanto pras coisas grandes.

Chato.
Retrógrado.
Radical.
Velho.
Tudo...

Sim! Sou eu.

Sou assim ué! Gabrielo? Talvez.

Vamos lá! Vou levando, espirrando, tossindo (além da rinite veio uma gripe com tosse definitiva), quinta tem médico pra gastrite, sexta eu trabalho, sábado vou estar chato e Domingo legalzinho.

Vou assim sim.

Como não tenho vontade de ter essas coisas, vou sorrindo com o que tenho. O que? ....

Tenho.

Agora ouvindo a bandinha atual que parece dos anos 50 me perco em mim, mais “se” distancio do meu presente... (quem quiser se distanciar também, taí a dica, ouça She&him, é de chorar).

Vou ouvindo, chorando, espirrando, tossindo, gemendo(azia), vou...

Igual Paris, Texas, apenas vou.

Sapato surrado. Barba grande. Paletó desabotoado. Um retrato no bolso.

Eita coisa boa!


Um dia eu vou também, assim.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Paz da Sexta

Tão linda você assim... Mesmo olhando pra lá.

Na paz do teu sossego eu descanso também. Olha pra cá quando quiser ta?

Linda!

Teu ressono, tua coçadinha no nariz, teu olhar meio perdido...

Cobri teu pé! Você nem percebeu, sim, já levantei agora to mais pra cá, você continuou aí, mas não se preocupe, to por perto.

Vou diminuir o ventilador, você se encolheu. Calma, estou aqui.

Coloquei o Toquinho, você sorriu. Deve estar sonhando que está no show dele, espero você acordar e me contar do sonho. Este, será melhor que o de ontem com certeza, não vai ter perseguições, nem tiros, nem eu bravo, nem ninguém ferido.

Nesse terá paz, merecida claro. Terá música, boa. Terá eu por perto, feliz.

Tão linda você aí!

Aqui!

Gosto!

Tarde gostosa essa!


"Não quero mais esse negócio de você longe de mim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
"



.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vou que vou!

É bom quando a gente faz assim, certo, sem medo, com orgulho.

É bom quando a gente rema e chega a algum lugar.

Quando a gente olha pra lá! E vemos alguma coisa.

Tem um monte de bom por aí...

Gosto quando me vê.

Levantei os remos um pouco sabia? A maré me leva nesse momento. Por isso não gosto de água parada... Gosto de água corrente, coisa que corre, coisa que leva.

Não gosto de corrente que prende. Gosto de corrente que leva.

Com o remo pra cima, sem uso, eu faço da nossa ida uma festa. Aqui nem é tão fundo, quer mergulhar? Aqui dá pé.

Ali é fundo, vamos! Pulo contigo.

É bom assim né?

Sem água parada e sem âncora. Barco que a água leva. Água que corre.

Fica perto agora que ta frio. Mais junto, assim.

Vamos ficar assim...

Quando chegar mais pra lá, se necessário, eu remarei de novo.


"No compasso do samba eu disfarço o cansaço, Joana debaixo do braço carregadinha de amor
Vou que vou
..."


.

sábado, 10 de abril de 2010

A culpa é de quem?

Dá um desespero ir ao banco. É o pior dia do mês. Toda aquela manobra, tirar saldo, pagar conta... Ficar duro... Detalhe: Ainda é dia 10.

É duro ser duro.

Mas seu eu ganhasse mais?

“Se você ganhasse mais, mais gastaria”. É verdade nobre amigo.

Mas se eu...

“Não! Não tem mas se eu nada”

A gente é pobre e pronto.

Será que será assim a vida toda?

Recebe... Paga... Chora... Bebe... Deve... Recebe... Paga...

Será que será?

Dá até uma angustia pensar.

Só depende de nós, diria o poeta.

Não sei não. Sei lá de quem depende. Acho que depende do Sol, da Lua, do Signo.

Prefiro culpar os outros.

Culpa do signo! É isso mesmo. Agora estou mais tranqüilo. Não é culpa minha nada.

Ufa!

Deu vontade de tomar uma...


Levando assim... Fugindo... Superficialmente... Do jeito que TODO mundo gosta.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

DOSE DE INSPIRAÇÃO!!

http://www.dosedeinspiracao.com.br


GENTE! ESTOU AQUI TAMBÉM.

JUNTO DE MAIS DOIS AMIGOS ESTOU NO DOSE. UM ESPAÇO DIFERENTE, BEM DIFERENTE AQUI DO PHALADOR.

ALÉM DOS TEXTOS NORMAIS DE UM BLOG, NO DOSE, PRODUZIREMOS UMA WEBSÉRIE, TENTATAREMOS POSTAR UM EPISÓDIO NOVO A CADA 15 DIAS.

EM BREVE O EPISÓDIO 01 ESTARÁ DISPONÍVEL, ELE JA FOI GRAVADO ESTÁ SENDO EDITADO.

O EPISÓDIO 02 ESTÁ EM PROCESSO DE GRAVAÇÃO!!!



APRECIE... SEM MODERAÇÃO!

http://www.dosedeinspiracao.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

Querido Diário....

Fui atendido.

Chegou o frio! Mas como nada é perfeito, o danado chegou, mas trouxe junto sua melhor amiga... A chuva!

Tudo alagado aqui. Goteira na casa toda, a calha sucumbiu.

De folga, nada me resta a fazer se não ficar de chinelo, meia... Procrastinar.

Esse ano, o frio vai ser diferente, já senti isso. Acho que tenho reumatismo, o corpo dói.

Não é dengue, nem dengo, nem nada. É idade mesmo.

O cão, na função de melhor amigo, me segue pela casa, desviando das poças. Com o quintal alagado ele pediu pra ficar aqui dentro.

Fui pro e-mail, contatar o povo da faculdade, especular quem vai, não vai, diz que vai e afins...

Ontem fui; lambreta, capa, sono... Cinco alunos na classe. Professora superfeliz, liberou o povo, tanto sacrifício em vão.

No passeio pelo e-mail, sobrou até pra professora de hoje, perguntei se vai ter algo especial, não pagarei o mesmo mico de ontem. Hoje, não quero saber de lambreta, nem de capa, nem de chuva. Quero ficar no casulo.

E assim está a Terça-feira santa!



Solidão! Foge que eu te encontro eu já tenho asas



.

sábado, 3 de abril de 2010

Refrescando-me.

Agora coloquei o pé na água. O banquinho veio comigo. Água fria de Outono não passa do tornozelo. Suficiente.

Com a massagem nos meus pés penso ali na frente.

Naquela moça que passa por aqui.
Nas coisas que poderei ou não fazer.

Ajustei o chapéu, o Sol andou e me achou desguarnecido, tapei o rosto. Não quero corar, pelo menos não agora.

Brinco com a areia. Faço buraco com o dedão. Risco um nome, o meu, talvez.

Penso na importância de estar ali, de ser quem sou. Penso na importância que os outros têm para mim.

Na tranqüilidade da sua mão trêmula quis ficar assim. No canto, no jeito, no peito... Braços e abraços.

Sentindo teu querer, fica mais fácil, vou deixar o pé aqui... Água fria de Outono. Tempo bom esse heim?

Tempo bom do bacalhau, do vinho, da canastra, do três vermelho, preto...

O pé ta na água.
A cabeça ta fresca.

O tempo ta bom. O inverno chegou bem!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Trinta e poucos...

Eu depois dos trinta... Preocupado com o TCC... Ao invés de pensar em casamento, comprar apartamento e coisas que se fazem na minha idade.

Retrógrado retardado.

Eu depois dos trinta... Ainda moro com os pais... Tenho um cão como melhor amigo... Trabalho de dia e estudo à noite... Coisas que a gente faz quando tem 20 anos.

Movimento uniformemente retardado.

Depois dos trinta... Tenho uma moto, que geralmente, é moto de quem aprendeu a dirigir, ontem. Moto que o pai da ao filho que tirou carta aos dezoito e conseguiu passar no vestibular, a minha não, tenho orgulho de ter comprado, com muito custo mas comprei, quase com trinta.

Movimento uniformemente variado.

Mas já morei só, já tive carro e quase casei... A variedade de coisas chatas me fez ser assim. Voltei pra cá e decidi começar tudo de novo.


Com trinta e poucos estou no começo. Primeiros passos. Primeiras idéias. Fazendo tudo novamente. Se não der certo... Volto pra escola e tento tudo de novo.

Por enquanto vou esquentar a cabeça mais um pouco com o Diacho do TCC...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tudo acontece com ela.

Apenas 1/4 da manhã dela...


No quarto!
“Ah! Eu vim aqui amor, só pra me despedir, e as últimas palavras desse nosso amor..” (toque do celular).

-Alou!
-.....
- Oi!
- ..........
- Mas porque você não vem mais?
- .................
- Poxa! Eu tava me maquiando...
- .........
- Tudo bem então. Tchau!

Na sala!
Tchic!!! (lata da cerveja)

Triiimmmm! (telefone residencial).

-Alou!
- .......
- Isso! É ela..
- ........
- Nossa! O que houve?
- ................. !! .....................
- Snif!
- ......................
- Como não chorar? Estou cheia de conta pra pagar... Não posso nem fazer um “free” vez em quando?
- ..........
- ta legal! Amanhã passo aí..
- ...........

Na cozinha!
Pin.. Pin... Pin... Pin... (torneira quebrada).

Geladeira vazia, mesa também.

Na sala!

Ruummm!! (Janela abrindo).
Biiiii….. Bi bi bi bi!! (trânsito lá embaixo).


No quintal!
- Sdfdsfjsjreralaelw (murmúrios ao redor de um corpo).

sexta-feira, 26 de março de 2010

Olhe lá... Eles

Lá naquela casinha que a gente mal consegue ver... Mora uma mocinha.

Que se pinta.
Que se veste.
Que se cuida.

Ela o faz para o moço... Que não repara.

Não! Não por maldade. Não repara porque, não repara mesmo.

A moça assobia as músicas que o moço gosta.

O moço não sabe de onde vem tal música. Só sabe que gosta.

A moça bonita encanta, canta, presta atenção nele.

Ele... Passa por ali. Apenas.

Ele vê a chuva que se aproxima e sorri.
Ela chora pelo sol que se vai.

Mas eles são eles... Do jeito deles.

Nós não! Nós somos do nosso jeito mesmo.

Ela na casinha dela.
Ele na estrada dele.

Nós aqui. Vendo tudo isso do lado de cá.



"Que eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem. Não me leve a mal
Não quero mais o natural
".

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pé pra cima.

A bota empoeirada. A lambreta suja, tanque vazio. Óculos limpos, mas não enxergam.

Coloco o pé pra cima e deixo.

Suor na testa, tempo quente esse.

Estou inquieto, algo acontece, mas não sei o quê.

Vontade de sair por aí, mas não dá, não agora, é preciso ficar.

Queria ser Cowboy!

Se eu tivesse uma Indian 1942... Para andar por aí... Assim.

Mas não tenho uma Indian, então volto pro que é meu...

Volto pro pé pra cima, volto pro calor chato daqui. Volto pros dias difíceis atuais.

Mas volto!

Volto, porque aqui tem gente esperando, tem gente querendo ouvir o ronco da lambreta.

Mas ta quente sim! O pé pra cima ta gostoso, a bota é quente.

Esses dias fui pra lá remando, hoje vou acelerando. Mas a Fé é a mesma.

Vou apontar pra lá! Ajustar o capacete e acelerar. Rumo certo. Sem receio. Sem corte. Plano seqüência. Vai ser bonito.



"Os dias que eu me vejo só, são dias que eu me encontro mais, e mesmo assim eu sei tão bem, existe alguém pra me libertar".

.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Venha semana nova!

Eu até escrevi pra não esquecer! Quando eu escrevo é mais fácil lembrar, coloquei na carteira, vou ver toda hora.

Vou lembrar que tenho que ser melhor.

Quero lembrar que o mundo NÃO gira ao meu redor, eu é que tenho que girar ao redor dele.

As pessoas, também não giram ao meu redor. Devo prestar mais atenção aos outros e não somente em mim.

Vou me ater aos outros detalhes.

A semana passada, que foi estranha, passou, essa nova começou bem, vou mantê-la assim, depende de mim, nesse caso, o fator interno é mais importante.

Eita semaninha passada heim? Mas acabou.

Ontem o dia foi ótimo, desde tudo.

Começou bem, vai ser tudo bem.

Assim seja...


Amém.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Só me chamar.

Vamos à guerra?

Venha, será legal, diferente. Vai ter aquele negócio lá que você teme.

Toda guerra dá medo! Mas logo passa, a gente aprende e pronto.

Vamos voar?

Vamos sim, temos asas já, iremos sentir frio, saudade, um monte de coisa, mas vale a pena. Podemos visitar o outro lado da coisa, o lado de cima de tudo.

Vamos logo, vamos alto.

Vamos cavar?

A pá ta aqui. A terra é fofa, a gente cava e vê onde vai dar, no Japão? No inferno? Quem sabe? Vamos cavar logo, a gente vai fazendo curva pra nunca chegar lá.

Vamos a qualquer lugar, pra cima, baixo, reto ou torto. Vamos sempre. Sem parar.

Depois de ir poderemos parar, ficar sem querer voltar, a gente ri, a gente chora... A gente bebe e vai simbora.

A gente manda. Basta começar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quando o Outono chegar...

O verão ta acabando, já tirei o casaco do armário e coloquei ao sol, a boina também.

Pena que vou tirar a barba mês que vem pra foto 3X4, um ano sem gillete. Mas é só por um dia, é bater a foto e deixar crescer novamente.

O verão foi quente demais, quero logo o frio. Quero logo o calor (humano).

Outono é frio? Já vi mais de trinta Outonos e nunca lembro como são.

Sei que verão é quente. Tem gente que é fria. Tem gente que não é...

Outono vai chegar vai trazer alívio, vai deixar planta nua, a gente vestido. Gosto do Outono, ele representa o fim do verão que não me é agradável.

Nas estações a gente embarca, desembarca, às vezes a gente passa direto, vê pela janela. Nesse Outono quero descer, quero sentir, deixar o calor pra trás.

Nesse Outono eu quero.

Boina, bota...
Calça, casaco...
Pulôver, nunca usei. Posso tentar.
Vinho, vídeo...
Você. Nas estações.

Estou no ponto. Esperando o Outono chegar.

terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas.

Do amor livre. Sem castro. Sem quês, porquês e porem!

Daquela coisa leve, simples. Coisa que ri sem ter motivo.

Ri na janela.
Ri na calçada.
Ri no sono.
... no sonho... No desejo.

Ri do passado sem ter medo do futuro.

Da coisa que a gente não sabe o que é! Só sabe o que tem de ser.

Da música cantada, errada, tocada. Música bela pensada.

Da frase decorada pra dizer, esquecida na hora do desejo. Deixada pra trás.

E o que ficou pra trás deixe mesmo. Lá longe.

Das coisas todas. Coisas que dizem os poetas, que escrevem os compositores, que cantam os cantores. Que nos fazem ficar assim. Sentir assim.

Coisas que fazem a gente observar o que nunca foi observado.

Tem tanta coisa nesse mundo né?

Tanto riso ainda pra rir.
Tanta coisa pra sonhar, a dizer. Tanta coisa pra ouvir.

Tantas coisas...

sábado, 13 de março de 2010

Maria e João.

João viu Marias nas músicas de Chico e desejou-as.

Na tela de Pedro, João também sonhou. João sempre quis uma Maria daquela.

Marias de Pedro e Chico. Sonhos embalados por Roberto.

Maria por sua vez também sonhava.

Ela sempre quis um João daqueles, sempre imaginou João, embalada ao som do pedacinho de pau (aquele que as águas de Março carregam).

João e Maria.

João nunca se ligou muito no pedacinho de pau.
Maria nunca nem percebeu as cores de Pedro.

Mas Chico era gosto comum. Nas coisas de Chico, João imaginava sua Maria daquele jeito. Maria se imaginava ali. Era tudo feito a ela.

João e Maria têm algo em comum, algumas coisas não. Vivem assim, sem mistérios, sem mentiras, sem coisas da vida.

Vivem ouvindo Chico e pedacinho de pau, admiram Pedro e suas Marias...

Ora são Maria e João, ora João e Maria.

"Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sobre a culpa.

Olhando assim de cima parece estar cheia.

Quando olhamos de lado, assim de normal, a taça está pela metade.

De vinho.

Quando a gente olha da gente tudo parece certo, na medida, completo, cheio.

Mas dando um passo atrás. Pronto! Tudo fica real.

Vendo a taça de cima (aparentemente cheia), ombros caídos do peso, do passo (mal dado), da carga, da vida, do mundo.

Cabeça que pesa. Desgastado, fragilizado, derrotado, cansado, o peso da cruz faz a diferença nessa hora.

Cruz que pesa. Pesou há muito tempo atrás, ainda pesa o mesmo tanto.

Cruz que pesa. Ombro que não agüenta. Taça abaixo da cruz. Vinho pela metade.

Meio bebido, meio tomado.

Pescoço que não agüenta o peso da cruz a mergulha no vinho.

Cruz mergulhada no vinho, no sangue.

Ao levantar a camisa está manchada de sangue! De vinho?

Altura do coração.

[Cena do filme nunca terminado].

Peso da culpa!

Culpa que carregaram numa via. Ainda não paramos de carregá-la.

A cruz.
O vinho.
A via.
A culpa.
A desculpa.

O ombro.
O peso.
O mundo.



É! Foi a Coca-Cola [ou o Lynch].

terça-feira, 9 de março de 2010

Jogue Novamente.

Puxei a carta e tirei “Jogue Novamente”.

Meus dados colaboraram, e eis que aqui estou ainda jogando. Vencendo por sinal.

É bom quando temos mais uma chance pra jogar, melhor ainda é quando esta chance é dada por nós mesmos.

Vou lançar o dado, tirar seis, te puxar pelo braço e andar várias casas...

E vamos nós nesse jogo doido.

Adoro jogo! Ainda mais se for da Grow.

Vamos pular casas, tirar a carta REVÉS (que nunca soube o que era) andar pra trás, tirar seis de novo e andar pra frente.

Assim a gente vai jogando né? Aham! Vamos assim.

Tem carta coringa.
Carta do cobrador de hipoteca.
Carta do Sr. Mostarda.
Carta do “perca sua vez”. Nessa a gente espera ta? Logo logo jogamos de novo.

Quando for lançar os dados de novo... Faça graça, faça reza, assopre a mão... Faça tudo, eu gosto.

Puxe a carta! Descarte outra e outra e outra... Até pegar uma legal!

Eu sou legal, às vezes chato, mas te ajudo a pular casas, volto contigo e no final... A gente pode até vencer junto.

Sua vez.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Édipo

Reconectar!

O calor dos primeiros momentos da vida. O carinho da voz que embala. O seio fonte de vida!

Eterna busca.

Calor, carinho e vida.

Eterno exemplo.

E assim saímos vida a fora procurando sentir o que já foi sentido. Claro, não encontramos. Aprendemos a substituir, se contentar.

Vamos vivendo.

Mas carregamos toda a lembrança guardadinha lá no fundo da cabeça, essa lembrança é o que nos torna isso que somos, vamos passar a vida toda procurando aquilo que tivemos no começo. Vamos ter novos contatos, novas fontes de vida, novas vozes e novos carinhos.

Alguns irão ser perfeitos, como o que tivemos, outros não. Seremos frustrados.

E assim seremos nós.

Homens. Na eterna busca da mulher primeira.

Pequena homenagem ao dia das mulheres

domingo, 7 de março de 2010

Flâneur

A cabeça querendo descansar. Coração sem conseguir pensar direito. Uma agonia danada.

Vou fazendo do jeito que nada se conserta.

Viro sem dar seta, do nada, quem vem atrás se perde. Talvez não seja mesmo bom me seguir.

No silêncio de ontem falei comigo, me ouvi. Foi bom! Eu me disse pra ter cautela, ser sereno e saber que tudo ali tem um propósito.

Não fugir. Essa foi à lição de ontem. Encarar.

Adoro esses encontros.

Pois bem! Saí de lá desarmado. A flor na mão. O Chapéu ajustado. O sapato brilhando.

Fui!

Cheguei, encontrei a Lua, O céu, O sol, a Borboleta. Tudo que é bonito tava lá.

Encontrei tudo.

Não sei se encontrei tudo por causa do antes que foi bom ou se o antes fez sentido por causa do tudo que estava lá... Loucura! Loucura!

Mas mesmo com o bom de antes e com o tudo que estava lá, foi do jeito que foi.

Não entendo.

Ainda não encontro sentido.


"É de mágica... Que eu dobro a vida em flor".


.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ah! Se eu fosse Doutor.

Queria ser Doutor!

Queria poder te entender quando diz às coisas pra mim, eu não entendo.

Nem posso te ajudar.

Queria saber de um monte de coisa e pensar e falar um monte de coisa importante pra você, mas não sei.

Tentei ler Freud, Schopenhauer, Nietzsche, Kierkegaard, mas só tentei! Não entendo nada do que dizem.

Não consigo te ajudar!

Como eu queria ser Doutor.

Queria saber te ouvir e no momento certo, dizer algo que mudasse sua vida! Não! Vida é muito, que mudasse pelo menos seu dia.

Queria sim!

Mas não sei. Se pelo menos eu fosse Doutor!

Me da uma agonia danada, quando você diz das suas coisas, e eu fico sem saber o que dizer, nem sei o que pensar!

Como posso te ajudar?

terça-feira, 2 de março de 2010

Esperando.

Saia daí e venha logo pra cá. Já deu né?

Deixe a cama dos tempos passados, arrume aí, pois, bem sabe, irá voltar um dia. Só pra dar aquela passada.

Venha rápido, arrume a mala grande que vem vazia. Arrume o cabelo cortado.

Venha logo que a saudade é um negócio chato de sentir.

Traga notícias. Traga vontade.

Deixe o trago aí, pra sempre.

Meu dia vai ser outro, esperando a chegada de quem foi sem querer ir. É! Senti isso àquele dia lá.

Quero ver logo o olho. A mão. A boca... Vai ter sorriso sem graça?

Venha logo!

Sinto falta das coisas...

Do Ai, do Oi, do Hã?

Do: “não me lembro”.

Sinto sim! E agora?

Quero te mostrar o filme que vi anteontem, que fala da mocinha, que não entendia muito da vida, levava-a de uma forma estranha, mas conheceu um rapaz sem querer e gostou dele, mas não sabia muito bem das coisas... E teve um final bem legal! Queria te mostrar, sei que vai gostar. Confie em mim.

Queria tanto me mostrar.

Venha logo sem demora.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dia Quieto.

Dia de abrir janela e deixar o novo entrar...

O novo nos aparece de várias formas, dum raio de sol, uma nota musical, do latido feliz do amigão que está no quintal te aguardando pro bom dia, o novo sempre aparece.

O novo aparece com o pingo da chuva do Domingo chuvoso. Domingo feliz sim.

Daqui vejo a árvore parada, não tem vento, o novo veio sem vento hoje, quer ficar quieto. Tem dias que o novo não quer bagunça, não quer festa, apenas que estar, aqui, ali, aí!

Em dias assim, dias de quietude jogo seu jogo, ando sem pisar forte, vou levando suavemente sem encostar nas beiradas.

Decifro cada sinal do novo!

Dia quieto, de paz.

Vou fazendo silêncio, falando baixo, olhando devagar, nem pisco tanto.

Domingo bonito, quieto e sereno.



Se a gente não se cansa nunca de aprender. Sempre olhar como se fosse à primeira vez. Se espantar como criança a perguntar os porquês”.




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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sol passou. Chuva chegou

Nem adianta me chamar, mexer comigo, falar um monte de coisa... eu não abrirei meus olhos. Quero ficar assim, inerte, dormindo.

Quando durmo eu penso e vice-versa.

Sei que tenho sono leve, sei que preciso fazer algo, que é necessário reagir, mas pelo menos agora, me deixe assim.

Minha cabeça precisa de nada, tem muita coisa pendente, muita coisa na mente.

Preciso sorrir.

Não sei o que mais me incomoda, se nada mais me importa ou se algo novo vai surgir.

Me deixe esperar o dia, com a boca aberta e o pé pra cima, uma hora vou sair.

Hoje, o que mais quero é me ter pra mim.

Portanto.

Me deixe assim.




Há um conflito um nó. Eu difuso enfim, os pássaros vêm me levar aí, visitar o céu”.




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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Antes só que mal acompanhado.

Plac!

-Abriu?
-Aham!
-E aí... O que é?
-Não sei, ta escuro.
-Acenda o fósforo.
-Não tenho, parei de fumar.
-Fez bem!
-Ué? Não gostava de me ver fumar?
-Claro que não! Odeio cigarro!
-Vixi! Mas você nunca disse nada.
-Pois é!
-Tem mais algo que você não gosta em mim?
-Pare de perguntar e entre logo aí.
-Agora quero saber...
-Saber o quê? Entra logo! To com medo.
-Eu to preocupada!
-Ai meu Deus!! Entra logo, ouvi um barulho.
-Não muda de assunto!
-Quem mudou foi você, entra logo aí! Pelo amor de Deus criatura.
-Não saio daqui enquanto você não me responder.
-Chega! Desisto.


Plac!

-Abra essa porta! Vai ficar sozinho aí dentro? Tem certeza?
-Tenho! Vou ficar aqui pra sempre e pare de fazer pergunta.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Começo o ano de folga.

Hoje começou o ano. Já estamos no final de Fevereiro, mais de 50 dias do começo do ano. Meu ano começou bem, acordei tarde, comecei o ano de folga no serviço... Que folga né? Folga de segunda é bom. Parece Domingo, mas um domingo agitado, pessoas nas ruas, trabalhando e eu aqui, sentado em casa... Pensando, pensando em como é bom estar em casa pensando.

Fui ao meu serviço assinar UM papel que tinha data. O papel não estava de folga, só eu.

Passei pela praia, mas ta muito quente, entre a praia (sol) e meu quarto com Ar (caro) decidi ficar mais pobre e vim pra casa, cá estou.

Coloquei um Teenage pra tocar... Pensei em quem está longe... Falei com quem está perto.

Lembrei de uma coisa legal... Hoje tem aula.

Estava com saudade do povo da faculdade, falta da cerveja e das aulas ao ar livre.

Saudades...

Comecei o ano com o pé direito, o lado esquerdo da minha cama é encostado na parede, sempre é assim, pé direito no chão.

Então Vamos nós...

De folga.
Ouvindo Teenage.
Pé direito.
Ar (caro).
Aula legal.
Cerveja gelada (talvez).
Saudade grande.

Bom ano pra nós.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Coisa estranha de sentir.

Sabe aquele filme lá do carinha que vai lá longe atrás da mocinha... Pra falar não sei o quê?

Pois é! Assim que me senti.

Ah! Não gosto dessas coisas de despedidas... Não agüento muito não.

Deu uma vontade danada de fazer alguma coisa... De dizer: “vai não”

Deu sim ,doeu. Doeu uma vontade danada, vontade dói às vezes sabia?

Vontade de sentar ali, bem ali naquela hora sabe? À hora de virar as costas e fingir que não estou nem aí? Mas não sentei. Saí fingindo não estar nem aí.

Fingi.

Tudo fingimento.

Sabe o que fiz depois?

Fui reto, por ali mesmo. Depois subi às escadas, na hora da escada deu vontade de voltar, mas era preciso fingir e rir. Fui.

Depois fiz tudo normal. Vim pra cá!

E você como fez? O que foi?

Estranho essas coisas assim! Sei lá!

Mas será bom, assim, desse jeito, bom pra você, talvez. Bom pra mim, quem sabe.


"Eu gosto de olhar pra frente, de amar pra sempre o que fica pra trás".



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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ligações.

No meu espaço tem tempo pra você!

Você é quem determina o tamanho do querer que quer.

Quer queira, quer não queira, dizia o Tim, te digo também.

Também tive essas coisas aí, mas não importa, a gente segue, a gente aprende.

Aprende que nem tudo na vida é pra ser escrito, tem coisa que basta ser lida, teus olhos, por exemplo, os leio todos os dias.

Dias como ontem, quero-os sempre, dia que me apresentei, mostrei mais uma lado, mais um pedaço meu, mais uma face dessa incógnita, que sou eu.

Eu, sendo meu, tenho um monte de chatices, que você já observou, mas quem não tem né? Quem tem o privilégio de ser perfeito? Vou sendo assim.

Assim sendo, pego na sua mão e vou tentando mostrar um caminho alternativo, desconhecido por você, um caminho meio estreito, mas suficiente pra andar nós dois.

Dois Beijos e até mais!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Papo furado moça!

Não menina! Não queira ser isso aí.

Sei que você não é esse mar de sal que diz ser...
Sei que não é esse azedo todo, eu sei e sinto.

Tu é doce! É sim, e essa doçura brota, perfuma... Quem você quer enganar?

Esse papo de ser racional.
De aprender com os erros do passado.

BA-LE-LA!

Vamos liberte-se.

Ó... Meus braços estão cansando, ainda estão abertos, só não sei até quando.

Às vezes passamos por determinadas situações que nos fazem agir de maneira que não condiz com nossa natureza, eu sei, também passei por algo parecido lembra que te falei?

Porém...

Isso não justifica querer ser algo que não somos.

Seja você menina bonita.

Deixe o mel escorrer... Será bom!

Já estou querendo ser Zangão.




“... em ti eu consigo encontrar, um caminho, um motivo, um lugar...”.



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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Bifurcado.

Minha cabeça ta meio zonza!

Calor será? Será?

Acordo com ela rodando, levanto, ela me derruba. Caio na cama (decúbito ventral, chique não?), às vezes nem consigo levantar daqui.

Mas vou andando como diz o figurino, fingindo não ser comigo.

Assim, vou me esquivando das coisas, dos problemas, dos obstáculos, vou me acovardando... Vou me ignorando.

Isso lá é bom?

Cabeça boba essa minha.

Preciso tanto de uma coisa...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval nosso.

Dessa vez trouxe mais algumas coisas... Além daquelas lá, trouxe também alguns remédios, sim, nunca se sabe. O banco parece menor, mas é impressão, agora não estou só, tenho companhia pra observar as coisas...

“Mas que calor ôuôô...” Tem até marchinha aqui, legal né?

Além da caixinha de remédios, trouxe um isopor cheio de cervejas, trouxe algumas canções. O livro ta com uma página marcada. Deixei naquele capítulo dos meus recalques... Da minha confusão de sentimento. Quer que eu leia agora? Deixo pra depois então.

O livro é longo... E chato, te garanto.

Gostou daqui? Eu gosto desse banco, gosto de olhar pra lá!

Você percebeu como o povo passa e não vê a gente aqui? Por isso gosto.

Gosto de ver... Pra onde você ta olhando agora?

Ah! Eu também gosto de olhar assim... Sem ver nada!

Que horas são?
Gostou da esfiha?
Gostou do suco?

Essa Skol pequena parece que é mais gostosa né?

Ai ai...

Venha! O sinal está aberto pra nós... Vamos reto, por ali.


"Voa coração, a minha força te conduz".



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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Chave mestra

Eu nem sei mais onde coloquei as chaves!

Procurei nas gavetas de sempre, nada. Procurei nas gavetas de nunca, nada também.

Bolsos e bolsas, não!

Revirei tudo! Achei sapato velho, meia suja, anotações vencidas, ração do Logan mofada, mas as chaves... Nada!

Achei uma chave pequena, tentei abrir, mas ela quebrou, não agüentou minha ânsia.

Será que as chaves, prevendo o futuro fugiram? Mas sempre fui tão bonzinho com elas.

Opa! Ouvi um barulho nesta caixa, barulho de chaves... Dentro da caixa alguns K7’s (lembram-se?) BASF 60 amarelinha, um monte de fita, entre elas achei a chave.

Apertei contra o peito, respirei fundo apontei pra você e abri!

Duas voltas, estava bem trancada.

Abri, descobri um mundo novo, meio preto & branco, às vezes triste, às vezes feliz!

Mas é novo, é sim.

Agora ando com a chave pendurada no pescoço, não perco mais, não me perco mais.


Deixar a sua luz brilhar e ser muito tranqüilo. Deixar o seu amor crescer e ser muito tranqüilo. Brilhar, brilhar, acontecer, brilhar. Faca amolada”.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E agora? (bicho do mato)

Não gosto de jóias, nem de coisas, nem de anéis.

E agora?

Não sou daqueles que podem chegar aos lugares e fazer o que os de cavanhaque e carros importados fazem.

Não posso, e agora?

Não sei falar a língua dos sujeitos que moram aí por perto, não sei beber em taça diferente nem falar o nome daquelas comidas.

Sou bicho será? E agora?

Não uso aquelas camisas dos moços do fórum, não trabalho em escritório nem sei usar Marlboro.

Não sei! E agora?

Moça! Escute aqui, na minha carteira tem uma identidade, uma cartão de estudante pra pagar meia entrada e um cartão de crédito que não posso usar.

Não tenho! E agora?

Mas olha só! Tenho uma coisa aqui dentro do peito, que bate uma a outra “faia”... Quando bate, bate de verdade, sem mentira nem hipocrisia, quando gosta, gosta mesmo viu? Sou desse jeito que você já viu, não espere muita coisa não, é isso, já acabou.

Espero que me entenda, um dia.

Pode ser agora?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As pequenas coisas. (que são grandes).

Muito a sentir pouco a dizer. Assim a gente vai levando, olhando e sentindo.

Nos pequenos detalhes é que aprendemos as razões de algumas coisas... Perceber o dissimulado, perceber o que vem pouco, que vem de leve.

Isso é, pra mim, a grande sacada da coisa.

Perceber o imperceptível. Realização pura.

Cada olhar distraído
Cada toque sem querer.
Cada palavra pensada.

Assim a gente vai levando, desse jeito leve, natural.

Ontem teu olhar me falou algumas coisas, coisas que me fizeram acreditar numa coisa ainda maior.

Já disse antes que adoro a linguagem do olhar né? Pois é! E o teu diz tanta coisa bonita pra mim... Ah! Se você soubesse...

A árvore ta ficando grande, as raízes entrando cada vez mais nas profundezas da terra. A sombra ta boa... Ta dando uma vontade danada de ficar aqui pra sempre.


Calma alma minha... Calminha, você tem muito o que aprender

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Já plantei, agora falta você.

Vou plantar uma árvore grande, daquelas de amarrar corda pra gente se pendurar.

Vou plantar uma bem aqui.

Terei sombra, farei contato com ela... O que será que ela vai dizer?

Quero abraçá-la.
Quero sentar sob ela e nadar (nadar de não fazer nada).

Quando ela estiver triste vou ficar perto, sentar no galho mais alto e ouvir as mágoas.

Quando eu estiver triste, sei pra onde correr, vou subir nos galhos do meio, escondidos nas folhas, quero ficar a sós contigo.

No outono te aquecerei, recolherei teus pedaços caídos no chão, acenderei uma fogueira próxima a você. Ficaremos ali, sentados contado estórias.

Na primavera te olharei lá de longe, quero te ver por inteira bonita e colorida, deixarei curtir teu momento, se precisar é só chamar.

Vou plantar você aqui comigo.

Quero a sombra de um dia bom.
Quero a sombra de uma noite nossa.

Quero à sombra da minha amiga árvore, ver teu olho no meu.

Quero assim, pode ser?

Comece então, já comecei.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Passeio.

Vai indo que eu já vou...

Vou no meu passo, vou no meu tempo, uma hora dessas eu chego.

De vez em quando olhe pra trás, certifique-se da minha presença. Juntei aquele monte de cobrança que sempre faço, juntei tudo e coloquei naquele cesto de lixo ali, ó!

Percebi, assim do nada, no banho mesmo, percebi como eu tenho que jogar algumas coisas fora... Fazer uma faxina, pois é, estou fazendo.

Já foi um monte de coisa, ainda deve ter mais alguma coisa espalhada por aí, mas desse jeito que to agora, tenho certeza que irá notar e gostar.

Reciclado, limpo e banhado.

Viu? Falei que eu ia logo atrás, continue...

To indo aqui do meu jeito, tropeçando no piso irregular... Parando pra amarrar o sapato, pensando em voltar... Mas só penso, não volto.

É tão legal te ver desse ângulo... Teu cabelo faz um desenho bonito quando anda... Tem o pé torto né? Acho tão linda.

Opa! Assustou-se né? Não me viu! Estou aqui do outro lado, atravessei a rua, desse lado aí ta muito quente, to andando seguindo as sombras das marquises.

Mais uma lixeirinha aqui, acabei de colocar mais uma sacola de coisas... Ta ficando bom esse passeio.

Continue... Ande, estou adorando te seguir.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Suba!

Vendo daqui de cima a coisa parece feia! Mas pode nem ser tanto assim.

Vou jogar uma corda, será que você vai querer subir?

Repare que não estou no topo, não, ainda tem um mundo lá pra cima, eu apenas estou um pouco mais alto, mas esse um pouco mais alto é o suficiente pra te trazer de volta e te mostrar um outro lado das coisas.

Vamos! Deixe de bobeira e agarre logo esta corda, meu braço ta cansando.

Por que você ta levando as coisas por esse caminho heim? É sempre assim?

Venha aqui onde estou, olhe daqui, veja como é feio aí embaixo aproveite e olhe pra cima e veja como ainda tem um mundo pra gente subir.

Tem! Tem um mundo ainda lá pra cima, venha!

Queria subir, mas não só. Queria ta lá com você. Nós dois e o resto do mundo (como diz a música).

Mas...

É preciso que você queira vir comigo, é preciso que segure à corda, é preciso força para içar seu corpo, é preciso.

Se preferir ficar aí embaixo... Fique, vou fazer pirraça, vou comprar uma lanterna super potente e ficar te iluminando, trocar a bateria e iluminar de novo, serei chato (mais do que já sou), mas não te deixarei no escuro, não mais.



Mesmo na luz não há quem possa se esconder do escuro



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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O lado de lá.

A maré contra, vem, bate na gente joga pra trás. O barco é velho, tem um furo no casco, a gente leva uma caneca pra jogar água pra fora, a cada duas remadas, ganhamos um brinde de uma pra trás.

E vamos nós...

O negócio é olhar, mirar e remar.

Só tenho um remo, fico revezando os lados, às vezes, a cabeça no mundo da lua esquece de revezar, remo de um lado só, o barco anda em círculo, demoro horas para notar... E assim vou levando.

Remo, tiro água com a caneca, inverto o lado e miro.

Meu objetivo é o lado de lá.

Tem dia que tem sol e o mar é tranqüilo... Há dias em que a chuva impera, vem onda, sofro. A onda vira o barco, me agarro na corda e amarro no meu colete salva-vidas, o barco virado vai me puxando, eu nem ligo, amarrado e boiando, tiro sarro da onda e deixo ela passar. Quando tudo se acalma, desviro o barco e sento nele... Sigo na lida.

Uma hora eu chego e o lado de lá vai ser bem mais legal.



E se já não sinto teus sinais, pode ser da vida acostumar, será, Morena?”



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domingo, 31 de janeiro de 2010

Beija-Flor preto.

Dali a visão era perfeita!

Água com açúcar pra te alegrar e te receber bem e sempre. A samambaia que, com o vento, e um certo ciúme, te empurrava pra lá, mas você ali, certo do que queria, sedento, não ligava pra samambaia e continuava saciando-se.

Eu dali, paralisado, te via e me encantava.

Beija-flor preto.

Tem aqueles coloridos, pequenos, são tantos, são bonitos também, mas você é mais majestoso, chega, para, olha pros lados, e suga a água, sem encostar as patas no suporte, faz tudo na força da asa.

Beija-flor que suga a água doce.


Será que ele pensa que é flor de verdade?

O beija-flor preto suga a água doce do plástico, achando que é flor de verdade? Ou não tem mais flores de verdade pra ele matar a fome?

Visita boa! Passei à tarde na rede, te vendo, cada hora vinha com um causo novo pra me contar.

Domingo bom esse... Domingo de beija-flores, beijos e flores também.

Domingo da volta!

Domingo Seco e Molhado.



Eu já não sei se sei de tudo ou quase tudo, eu só sei de mim, de nós, de todo mundo


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sábado, 30 de janeiro de 2010

Vírus Malvado.

Afe!!!

Desde Terça-Feira brigando com um vírus que nos pegou de jeito aqui.



Após uma longa luta e uma grana gasta VOLTEI!!!


amanhã postarei algo interessante.


Brigadão pelo carinho e preocupação.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sobre sonhos e minhas neuras.

Se eu soubesse sonhar direito seria mais fácil... Sou canhoto, uso óculos, não tenho grana e não sei cantar. Ah! Se pelo menos eu soubesse sonhar.

Iria sonhar cantando, fazendo backing de uma banda famosa, queria ficar atrás, só entrar no refrão. Iria cantar do mesmo jeito, ganhar uns trocados e não ser famoso, ideal.

Eu ia sonhar com minha moto custom, minha jaqueta de couro, botas e a estrada.

Sonharia com a moça do sorriso tímido do meu lado feliz.

Que pena eu não saber sonhar...

Será que atropelei o fazedor de sonhos com minha lambreta?

Mas eu sempre trato bem os idosos (fazedor de sonhos é idoso né?)

Não trato bem jovens nem gente da minha idade, sou chato. Mas crianças e idosos trato sim.

E se o fazedor de sonhos for um desses jovens, que ouve suas músicas chatas no celular bem alto?

E se o fazedor de sonhos for uma dessas moças, que atendem o (chato) do Nextel com viva-voz acionado e falam de sua experiência sexual da noite anterior em alto e bom (mau) tom.

Será que é por isso que não sonho?




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sábado, 23 de janeiro de 2010

Previsão do tempo

O calor passou por aqui. De noite chove, chove sempre. O tempo ta igual, será o El ninho? Será a zona de convergência? O que será?

De dia é quente, à noite chove, chove forte. Alaga.

Ta tudo muito igual. Todos estão iguais.

Quente de dia. Alagados a noite.

Hoje está mais fresco, alguma coisa vinda do lado do mar.

Lá do lado de lá é mais fresco. Por que será?

Sinto que hoje não terá alagamento. Mas de qualquer forma vou levar minha capa.

Mas como sempre há um porém, vou dizer o meu. Minha capa só me cabe.

Se chover não me molharei. Mas só Eu. Não gosto dessa minha individualidade toda.

O calor que passa.
A brisa que vem. Do mar.
A chuva que alaga.
A capa que seca.

Nos dias iguais, sinto que tenho que ser diferente.


Assim eu caminho no tempo que bem entender...”.


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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Trecho da sexta-feira feriado aqui.

O amor de um americano, que quer destruir uma ponte, por uma linda espanhola, órfã.

Um velho bochechudo que tenta manter sua família unida, longe das drogas perto dos jogos.

Os humilhados no parque com seus jornais.

Mensagem recebida: “não estou conseguindo te ligar”.

Nublado.

Apaga o leite, vai derramar.

Atende lá! To fazendo a barba.

“Ótima sexta pra você”

Feriado.

Que pena.

Beijos.

Beijos.

Não é John Ford... É Sam Wood.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quebra nozes.

Nunca vi um quebra nozes.

Nunca gostei de Noz. Noz é seca, sem graça. Que gosto tem aquilo?

Eu gosto é do gosto.

Gosto do açúcar e do sal.

Gosto da pimenta e da água que vem depois.

Coisa sem gosto, não dá.

Aperto de mão sem aperto não tem graça.

Gosto da saudade. Gosto de saciá-la.

Gosto de chocolate quente. Gosto de cerveja gelada.

Prefiro via de mão dupla às de sentido único.

Quero ver gente voltando. Não apenas indo.

Hoje ta nublado, mas ali no lado da serra tem umas nuvens carregadas. Pro lado da praia ta sol, ou seja, não sei se vai chover ou se vai limpar de vez. Tempo ideal. Sem saber de nada.

Eu gosto de não saber de nada!

Gosto de não conhecer o quebra nozes.


E basta contar compasso e basta contar consigo que a chama não tem pavio...”.



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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Quarta-feira cinza

Ó... Fique aqui, feche a porta, a janela também.

Fique em silêncio, ficarei também.

Não se mexa... Vamos ficar assim, juntos, quietos.

Hoje ta chato lá fora... Vamos ficar aqui dentro. Hoje pelo menos.

Amanhã a gente sai.