quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um amor de pessoa.

Não... Não vou ligar não...


Nem vou lá também não... Vou ficar aqui na minha... Se o telefone tocar a caixa postal atende... Deixe recado... Não vou retornar.

Nem pense que vou passar aí não... Nem me espere. Vou passar direto.

Sou ruim meu! Sou malvado.

Não me apego. Não me apanho.

Quando der vontade vou ligar, se quiser me atender bem, se não atender, azar o TEU.

Não perderei um minuto do meu precioso tempo em vão. Ah! Não vou mesmo.

Foi bom aquilo né? E não foi nada, poderia ser melhor. Eu faço você fazer o que eu quiser comigo, portanto mocinha, tome cuidado.

Não vou dizer que gostei, vou ser frio, calado, talvez até eu seja bicho.

Daí pra baixo.

Vou marcar às 22h e chegarei 23h30 bêbado. Reclamando. Nem aí pra você.

Bacana não?

Ah! A bolhinha de sabão?

Simples, só fechar a mão e estoura-la.




Depois de tudo isso eu acordo e volto pro meu mundo de cara bobo.



"Não tenho pressa, mas tenho um preço e todos têm um preço e tenho um canto. Um velho endereço. O resto é com vocês.O resto não tem vez".


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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sem apertar.

Ela apareceu bem na minha frente... Toda singela... Sorriso misterioso... Olha fixo ao meu... Ela era tão colorida... Tão... Tão... Ah! Toda linda.

Aí! Eu todo encantado... Levantei minha mão, palmas pra cima e fiquei parado.

Mão parada...
Ela olhando, fazendo graça...
Mão parada...
Ela chegando... Colorida... Voando...
Mão parada (fingindo que nada queria)...
Ela chegou... Com a maior sutileza do mundo e pousou bem na palma da mão.

Bolhinha Colorida! De onde você veio?

Bolhinha Colorida do sorriso lindo...

Agora ando por aí todo feliz...

Eu e a Bolhinha Colorida... Ando com a mão espalmada... Não aperto, não seguro.

Deixo a mão aberta... Quando ela quiser boiar por aí... Ela vai.

Por enquanto ela ta aqui... Olhando-me... Tão transparente, me vejo em seus olhos... Às vezes ela finge que vai... Se mexe... Eu me preparo para o Tchau... Mas ela me engana e chega bem pertinho e me “beija” Fico com a boca molhada... Ela gosta dessas coisas.

E vou levando...

Eu e a Bolhinha Colorida.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Redenção.

Abri os olhos... Gosto de terra na boca... Vista embaçada... Luz do dia cegando-me.

Dor no peito, dor no corpo.

Levantei e sentei, olhei ao redor, um buraco frio e escuro. Mancha de sangue na farda. Altura do peito.

Susto.

Não quis tocar com medo de estar ferido, cabeça zonza, a mochila com toda a tralha e minha super faca ao lado.

Como caí aqui?
Será que fui capturado?
Será que pulei?

Cabeça vazia.

Olhei pra cima e vi uma ponta de corda, um palmo de corda. Enrolei-a ao punho esquerdo, puxei, consegui erguer meu corpo e o puxei com o braço direito, apoiei meu corpo com as pernas (doloridas) na rocha... Fui subindo, subindo...

Saí da gruta. Senti o Sol do dia, que dia é hoje? Que tempo? Onde?

Perguntas...

Subi.

A corda acabou, alcancei uma parte plana da rocha, rocha perfurada. Vou escalar...

Escalei.

Peito dolorido. Corpo atrofiado. Quanto tempo permaneci ali? E a guerra acabou será?

Alcancei o cume.

FÊNIX.

Sorri pro sol, pro céu, pro vento.

O vento batendo em meu rosto. Liberdade?

Abri minha camisa, verifiquei o suposto ferimento. Nada! Apenas um sinal e o sangue na blusa.

Cortei um pedaço da corda e a trouxe comigo, lembrança da redenção.

Vento forte aqui no cume. Peito nu. Retirei às botas. Dia quente.

De onde vem esse vento? Do norte? Do Sul? Deixei minha super faca com bússola lá embaixo.

Não quero saber de onde vem o vento nem pra onde vai.

Agora daqui de cima vejo o mundo pequeno. Sinto paz. Vou ficar aqui balançando as pernas no cume da montanha. Camisa aberta. Calça dobrada. Pés descalços.

Fim da guerra. Não ouço aviões... Nem explosões.

Acabou.


Eu não estou interessado em nenhuma teoria, nem nessas coisas do oriente, romances astrais. A minha alucinação é suportar o dia-a-dia e meu delírio é a experiência com coisas reais”.



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sábado, 26 de dezembro de 2009

Natal!!

Atento!


Cauteloso!


Andando em cascas de ovos...


Indo pela beirada... Pra não deixar rastros e não quebrar a telha.


Ano novo chegando... E esse novo ano será um dos melhores, se não o melhor!


Motivos pra isso tenho... É só ter cautela.


E o natal? Ah! deixa pra la.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Volto Logo.

.... Mosaicado.




tem peça jogada pra todo lado.




quando eu juntar alguma coisa aqui.... Apareço.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vento do litoral

O toque.
O tato.
O aperto.

A pele.
O perfume.
A mão... Que toca.

A boca bonita.
Além de bonita diz...
Beija...
Cala...
Sorri... Ah! Boca bonita sorrindo...

Na noite nublada... Senti o vento.

Vento bom.

Vento que vem daqueles lados de lá... Ó... De lá.
Vento que vem... Do nada. Que chega sem perguntar se pode.
Vento que faz a gente sentir sua presença.

Presença.

O vento faz a gente sentir sua presença. Ele toca a gente. De leve, mas toca.


To aqui, sentado, sentindo o vento, ta quente, quente de verão aqui no litoral, calor que eu não gosto, queria sentir o frio do Sul.

Mas não posso.

Então, fico aqui à sombra sentindo o vento quente e úmido que vem dali.


Lembrei desta:

“ventos que arrombam janelas e arrancam porteiras...”

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Segunda-feira clara.

E não é que deu certo?

É só a gente querer... Esperar... Iluminar. O caminho ficou tão mais claro agora... Vi tudo direitinho.

Das recentes aquisições... Girocóptero, venda, capacete-lanterna, este último foi de grande valia.

No caminho iluminado enxerguei longe... Tive resultado prático.

Agora... Esperto que sou... Vou permanecer com o coração vendado, óculos meio embaçados e lanterninha ligada.


Dessa vez eu sei o que vou fazer direitinho. Não machucarei o punho na mesma ponta de faca.



“Por eu ser só um. Ah nem! Ah não. Ah nem dá...”.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Iluminar para não tropeçar.

E a lanterna que ilumina tudo?

Sabe aqueles capacetes que já vêm com uma lanterna? Aqueles que deixam as mãos livres para tocar/sentir.

Vou arranjar um desses.

Capacete-lanterna.

Quero ver antes de sentir, quero ver e tocar. São sentimentos iguais, pelo menos pra mim.

Ver, ouvir e sentir. Gosto disso.

Com meu capacete-lanterna vou poder entrar nos lugares escuros que sempre quis conhecer.

Grutas, cavernas, templos e vidas... Vidas. Quero conhecer vidas.

Pode até ser vida escura, afinal, terei minha super lanterna para iluminá-las.

Fico aqui, com minha lanterna a postos, bateria carregada pronta pro uso. Se, por acaso, eu observar uma pequena passagem, passagem misteriosa, ligo minha lanterna e vou... Sem medo. Vou descobrir as profundezas.

Vou poder dizer, vou poder ouvir, vou poder sentir... Estarei vendo. Ver é bom.

Andando sem medo de tropeçar é mais fácil, com meu All Star novo (modelo Off Road) vou me embrenhando mata adentro. Mãos tocando, ouvidos atentos e olhos espertos aos sinais.

Tão legal assim, caminho iluminado. Tateando o visível.



“Olhos que procuram em silêncio... Ver nas coisas, cores irreais...”.




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sábado, 19 de dezembro de 2009

Mergulho.

Eu sei, entendo... Tem dias, tem tempo, tem épocas que a gente quer ficar mesmo dentro da gente. Quietos.

É Normal. Ou deve ser, sei lá. Só sei que também tenho disso. Ontem mesmo, eu tive esse meu minuto de mim.

Abandonei tudo, no meio do nada e saí... Fui embora.

O importante é termos a noção do que precisamos. Mais importante ainda é sabermos a hora de voltar à tona.

Precisamos saber a hora de entrar.
Precisamos saber a hora de sair... De ficar.

Mas é fato! A gente nunca sabe, por isso que digo que entendo qualquer tipo de manifestação e todo mundo tem de entender. Se não entenderem, eles mesmos são quem precisam de um mergulho em si.

Vamos mergulhar então???


Ótimo Sábado e ótimo mergulho pra nós.



“Pois se é no não que se descobre de verdade o que te sobra além das coisas casuais”.


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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Eu sei que estou errado! Calma, vou aprender.

Vi que tava nublado, não coloquei a capa, me molhei todo.

Dias Depois...

Nublado, nada de capa! Molhado novamente...

Misturei às coisas. Tava na cerveja a noite toda, no final quis fazer bonito, mandei umas caipirinhas de Vodka... Resultado? Dia seguinte sem conseguir sair do quarto.

Passado alguns dias...

Noite quente, amigos, cerveja gelada, ahamm! Uma delícia, papo vai... Papo vem, amigo amigo, aparece com o quê?

Exato! Caipirinha de Vodka!

Fazendo bonito, alguns copos tomados, alguns limões chupados...

E??

Claro, dia seguinte sem conseguir abrir os olhos dentro do quarto escuro...

E assim eu vou... Não aprendendo com meus próprios erros... Que saco heim?

Antes de dormir coloco o relógio pra despertar, porém, esqueço de apertar um botão, como se fosse o PLAY do danado. O que acontece? Ele não toca! Resultado? Atrasado no serviço... Blábláblá do chefe querido.

Noites depois...

Cama, sono, lençol, travesseiro baixinho, relógio na cabeceira da cama, botão PLAY do danado desligado... DESLIGADO.

Atrasado, blábláblá... Dia tenso, dor de cabeça...

Preciso ser mais cauteloso. Prestar menos atenção e ser mais atento.

Preciso tanto aprender!

Tanto. Sempre cometendo os mesmos erros de sempre. Os punhos já não têm onde furar um furo novo... Sempre a mesma faca, o mesmo murro, a mesma ponta, a mesma mão.


Preciso de um basta!

Pelo menos reconhecendo isso, sei que é um passo importante.


“Vou errando enquanto o tempo me deixar...”.


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Desconstruindo-me

Sou tão chato! Cheio de manias, traumas e preconceitos.

Tenho rinite.
Gastrite.
Sinusite.

Não sou loiro, não tenho olhos azuis.

Não sou alto.
Não sou forte.
Não tenho grana nem sorte.

Não falo Inglês, arranho o português. Tenho sono leve, não sei fazer conta de cabeça e ninguém (inclusive EU) entende minha letra.

Às vezes me calo.
Às vezes falo (demais).

Sou tão imperfeito.

Moro no litoral e não vou à praia, nas férias prefiro o campo, o mato, o bicho, a rede, a varanda o céu... O céu... No Céu tem estrela.

É! Gosto de estrelas... Gosto da Lua... Tá! Não sou tão imperfeito assim.

Mas sou chato... Sou sim e assim.

[Escrito na hora do almoço, após comer farofa... De ovo].


“Vivo num clipe sem nexo, um pierrô-retrocesso...”.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BIC (rasuras e borrões).

Escrever a lápis é bom porque depois a gente apaga. Mas, desde pequeno, nunca gostei de escrever a lápis, sempre preferi caneta. Mesmo rasurando tudo depois.

No Primário, quando a gente só faz conta, usava o lápis o dia todo. Péssimo. Eu achava o lápis difícil, meio pesado, prendia na folha, tinha que colocar força.

Coisa pesada.
Coisa que prende.
Coisa com força!

Não é minha cara.

Aí! Devido a minha dificuldade com o lápis (mesmo apontado, mesmo Faber Castell), eu usava caneta. Sim! Mesmo na matemática, eu borrava tudo, rasurava, riscava, pra alegria dos professores.

A caneta era mais leve, corria suave na folha, sua tinta era forte.

A caneta me ensinou a ter cautela, pensar antes de escrever, aplicar menos força.

Com o tempo fui aprendendo e pouco rasurava, mas quando o fazia, sem nenhuma cerimônia, riscava tudo, ficava aquele borrão.

Nas provas, redação pra nota, trabalho em dupla, tudo riscado. Bem bonito.


E fui levando assim, sem rascunho pra ensaiar, sem papel pra fazer conta.


Era assim: pensando, fazendo, errando, riscando.

Depois inventaram o líquido corretivo, eu até usava, mas não tinha o mesmo charme das rasuras dos riscos. Só usava o ERROREX nas provas. Nas lições diárias era tudo riscado mesmo.


E vou levando assim até hoje. Escrevendo, errando, riscando. Sempre a caneta, pra arriscar mesmo e depois, se eu errar, RISCO TUDO, bem riscadinho.




“Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, num instante imagino uma linda gaivota voar no céu...”.


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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Visita diária.

Sempre odiei (de ódio mesmo) animais presos.

Nunca quis criar passarinho, peixe, essas coisas... Bicho preso é inconcebível pra mim.

Tenho um cão, que não tem lugar certo em casa, fica onde quer, sai e entra quando quiser também, já tive gatos, da mesma forma. Vivia por aí.

Quem sou eu né? Pra manter alguém refém?

Pois!

Mas de uns dias pra cá! Algo tem me surpreendido, tem uma borboleta voando aqui nessas bandas de cá! Ela aparece todo dia aqui na minha janela. Ela me olha, faz seus gracejos e voa antes de eu perguntar algo.

O poeta disse: “borboleta é uma flor que o vento tirou pra dançar” Concordo.

Essa criaturinha colorida parece mesmo uma flor. Tão linda!

Tive uma idéia esses dias, mas vai de encontro às minhas práticas, queria capturá-la, mas com um único intuito, ver ela de pertinho, tentar falar com ela.

Mas pensei bem e cheguei a uma conclusão. Se ela quisesse falar comigo, já teria falado. Então o que eu faço? Fico aqui olhando. Apenas olhando!

Só queria dizer a ela que adoro suas visitas.
Que adoro suas cores.
Que adoro seu jeito de voar (dançar).

Borboleta! Volte sempre ta? E quando estiver confiante, se mostre.

Vou deixar a janela aberta! Entre se quiser.



“Descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais... Querer saber demais”.




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domingo, 13 de dezembro de 2009

Filosofiazinha de Domingo. (ainda fora deste mundo)

Stress...
Depressão...
Síndrome do Pânico...
Obesidade...

Bem vindo ao Vosso planeta.

É o homem deixando de ser homem. É a perda de identidade. O sofrimento atual, essas doenças psicossomáticas, são frutos do nosso sentimento de “derrota”, de estar fora do círculo vicioso que nos cerca. Pertencimento. Hoje temos que pertencer. Quando por algum motivo o sujeito perde o pertencimento. (emprego, carro, esposa [marido], corpo sarado, rosto liso e etc.) ele se sente excluído do sistema, do mundo, ele deixa de pertencer. Deixando de pertencer deixa de existir, aí é que começa tudo isso que está ali em cima.

Portanto! A maior parte do mal da nossa sociedade (atual) é fruto da perda de identidade, queremos ser como os outros. Esses outros, são modelos impostos por quem detém o poder.

Botox.
Lipoaspiração.
Horas e horas de academia.
Salada e verdura.
Nada de álcool.
E afins...

Quem não se enquadra nesse sistema, está fora.

Cigarro.
Álcool.
Sedentarismo.
Horas e horas... Sentado lendo um livro, ou não.

Coisas dos séculos passados.

Agora não temos tempo a perder com isso não, temos que correr, correr, mesmo que seja na esteira. Corra!

Não podemos mais ser a gente mesmo, temos que seguir as tendências.

Tendências? De quem? Pra quem?

BALELA.

Quero beber minha Brahma gelada, curtir meu Rockn Roll e não sofrer de Stress.


Quero ser eu! Mesmo sabendo que eu não sou deste planeta. Mas serei sempre eu, no mundo dos outros.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Noite vendada.

Agora arranjei uma venda, aquelas de vendar os olhos sabe? Não as de vender.
Não quero vender meus olhos... Só preciso que eles fiquem mais quietos.

Mas a venda (recém comprada) não é para os olhos, para cegá-los bastam meus óculos embaçados de sempre... A venda é para calar o coração... Sim. Aquele sujeito que fica aqui perto e às vezes fala pra mais.

Agora sempre saio assim. Óculos embaçados e coração vendado.

Com o coração cego, sem poder falar, é mais fácil administrar às coisas. Agir com o sentimento nem sempre é a melhor saída.

Os mais exaltados irão dizer que é absurdo isso.

Mas o que fazer? Se já não quero mais (pelo menos agora) ver nem sentir.

Ontem o show tava ótimo. Emocionante.
Os amigos sensacionais de sempre.
A Brahma gelada. Maravilhosamente gelada, ainda mais na noite quente.

Depois do Show, teve bar de sempre lá (aquele das musicas de sempre, detalhe: Tocaram ALIVE a pedido meu).

Eu meus amigos e minha venda. Fantástico.

Disse isso tudo só pra mostrar como é possível viver bem, mesmo com o coração vendado e os óculos sujos.

Vou levando assim... Calado. Cego. Vendado.

Barreira anti-stress.


Mas quando tem lua cheia no céu... Não tem como não notar... Nessas noites... A venda, os óculos embaçados lutam para me cegar.


Hoje terminarei assim, como ontem me foi dito:

“Pares de olhos tão profundos, que amargam as pessoas que fitar, mas que bebem sua vida, sua alma, na altura que mandar. São os olhos, são as asas, cabelos de Avohai”.


Valeu Zé...
Valeu Venda...
Valeu Amigos...

Valeu...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Lua e Eu...

Desde pequeno a Lua me chama a atenção...

Acho que fui influenciado pelo meu pai. Ele, nascido no sertão nordestino, onde as pessoas percebem a natureza de forma diferente... Ou melhor, lá eles percebem, aqui quase não se vê essa tal natureza. Meu pai sempre me chamou pra ver a Lua em todas as suas fases. Explicava-me sobre suas faces... Suas cores... Suas datas (nunca gravei muito bem) Mas sempre amei ficar no quintal de casa o ouvindo falar dela...

Quando era Lua cheia, ele fazia a festa... Gritava me chamando. Pois, daqui de casa, quando a Lua ta cheia, ela nasce atrás de um morro, fica tão linda... Lá perto da praia. É Tão lindo de ver.

E meu pai conta as histórias de sua infância, onde não havia energia elétrica, então, a Lua os guiava nas estradas de terra. A Lua pro meu pai, tem um significado muito grande...

E claro! A Lua pra mim também tem.

Fui crescendo, tornei-me homem, como meu pai e agora quando vejo a Lua ela também tem um significado todo especial, lembro imediatamente da minha infância de aprendiz da Lua, lembro imediatamente do meu Pai (ele ainda está aqui ao meu lado, e ainda conta os causos da Lua), lembro de tudo.

Virei um admirador dela. Esses dias enquanto ia à faculdade, passava na avenida da praia e quem estava lá me dando Boa noite??

Ela!! Toda cheia, toda graciosa, deixando o Mar laranja, cor de fogo, claro! Imediatamente parei e eu não era o único, parei e fiquei ali até ela subir e ficar amarela, sim, porque primeiro ela fica toda laranja quando chega (tímida) depois ela vai criando coragem e vai ficando amarelinha... Vai subindo... Subindo e fica ali! Linda, amarela...

Voltando...

Parei e fiquei admirando, seu tom de fogo iluminando o mar! Pronto. Noite ganha. Nem precisava mais de nada. Cheguei atrasado, mas foi por uma nobre causa...

A Lua me hipnotiza! Quantas vezes tive que parar para vê-la.

Fiquei igual meu pai... Ele tinha toda a razão.

Ah Lua! Na noite nublada meu coração chove.

Volta logo Lua, volta!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Eu e ponto.

Então eu vou ser eu, sempre. Como é ser eu?

Vou explicar...

Ser Eu é estar em casa numa Quarta-feira qualquer, dum dia assim... Qualquer também, nem chuva, nem Lua. Quarta assim sem graça mesmo.

Eu olho pro relógio, 21h30, férias da faculdade, sem jogo na TV, sem filme, sem nada.

Trinta e Dois Reais na carteira, o suficiente pra entrar (R$ 10.00) e beber algumas cervejas... No Bar predileto, onde tocam as mesmas músicas (prediletas) e aonde vai o povo de sempre, nem tanto prediletos.

Sendo eu normal, tomo banho super rápido, coloco aquela calça lá, tênis que todos sabem qual e uma camisa qualquer.

E lá vou Eu... E VAI eu também. Ouço a música predileta, bebo a Brahma predileta, vejo às pessoas, nem tão prediletas. Pronto! Tive mais uma melhor noite da minha vida.

Sendo eu...

Sábado à noite! Pessoas em polvorosa, MSN’s, rádios, celulares, campainhas, buzinas, tudo, todos. Parecendo formigas quando a chuva se aproxima...

Sendo eu, olho pro relógio, 21h30, ligo a TV, desligo no mesmo instante, Ligo o som, fico aqui por alguns minutos e Durmo. Sábado, 22h não estou mais nesse mundo.

Sou Eu.

Sendo Eu, não tenho regras, nem lógicas, não tenho padrão. Nem dia nem noite.

Saio meia noite pra trabalhar.
Chego do serviço 09h45 da manhã e durmo até quando quiser.

Enquanto eu...

Sou assim, meio esperto, meio bom, meio mal.

Mas ó... Sou normal, bem normalzinho.

Só não sei muito bem o que vim fazer aqui nesse planeta ainda... Mas sou normal sim.


"Não vão embora daqui.... Eu sou o que vocês são..."


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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Segunda-feira nublada... Apertada, abafada.

Peito apertado...

Pensamento torto, sem fundamento. To assim hoje e não tem motivo algum, pois, tive um ótimo Domingo, dormi bem, porém, acordei desse jeito...

Você me disse:

“É assim mesmo, ninguém tem o dever de ficar bem sempre”.

É... Eu também diria o mesmo pra mim. (você sempre EXATA).

Passei o dia calado.
Pensando.
Olhando.

Cabeça solta.

Por que será?

”É encosto” diriam alguns.
“Reza um Pai Nosso”... Outros.
“Vamos beber uma que passa”... A maioria. Confesso que essa foi atraente.

Acordei assim. O dia foi assim, nublado, abafado. Querendo gritar... Contive-me.

Preciso voar... Mas primeiro preciso aprender como...



[sem musiquinha hoje].




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domingo, 6 de dezembro de 2009

Sem as medalhas da guerra.

E eu que pensei que...

Ah! Sei lá po, eu com meus preconceitos, esse meu recalque, experiências negativas ao longo desse tempo...

Sabe aquele lance de veterano de guerra que se assusta com bombinha?
Sabe aquele lance do gato escaldado?

É isso...

Todo cheio de cicatriz, paradigmas, normas e conceitos... Cheio de teorias.

Pois é, sendo esse assim, estava ali no lugar de sempre, as mesmas músicas, os mesmos olhares, o mesmo tipo, sendo o mesmo tipo, logo, o mesmo papo.

Eu, comigo, parado no mesmo canto, sendo normal.

Mas um dia desses decidi arriscar...

Vou abrir àquela porta, o mais legal de tudo isso, é que ninguém precisou se esforçar, foi tudo tão tranqüilo, suave, paciente. Com o maior cuidado do mundo. Perfeita.

O lance do singelo que tanto admiro agora tinha uma representação. E estava ali, ao meu alcance.

Rasguei o uniforme da guerra, joguei fora as medalhas que estavam fincadas no peito.

Agora do lado de ca, não penso mais em voltar. Abandonei aquele papo de:

“Mas...”
“E se...”
“Espere! Deixe-me...”.

Não tem mais.

Esses lugares de sempre... Mas que nem sempre têm pessoas de sempre...

Ah! Olha o que eu achei no meu bolso? Uma medalhinha da guerra. Vou trazê-la comigo, um trauma aqui... Outro ali, não há de fazer mal.



“Há um conflito um nó...
Eu difuso enfim...
Os pássaros vêm...
Me levar aí... Visitar o céu
E pra você levantar o véu pra mim.”

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sendo Nada para sentir Tudo.

Tênue... Sendo tênue.

Diminuído ao tamanho de uma formiga, bem pequeno, sendo assim, sou tênue, sou efêmero. Nesse momento um toque de um único fio de cabelo teu, será o suficiente para me balançar, continuo seguindo...

Sendo micro a sua respiração é um tufão, me leva me faz voar.

Sendo assim, desse jeito, sou capaz de sentir cada pedaço gigante teu. Cada fio de cabelo (uma floresta pra mim), cada ondulação do teu corpo são eternas dunas.

Sendo pequeno.

Percorro-te, vou conhecendo cada parte tua, demoro a chegar, sou pequeno, cada movimento teu é um terremoto pra mim, me seguro, me deito, pra não cair.

Sendo formiga posso te sentir...

Essa é a chave, ser pouco, ser tênue, ser efêmero, ser formiga. Sentir-te grande.

Um toque.

Um suspiro.

Um pequeno movimento.

Um piscar de olhos.

O barulho bom dos seus lábios...

São teus sinais... Que consigo captar... Sendo pouco.

Viu? Nem precisei ser gigante

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Lição da Tarde

Podemos ver tantas coisas... Esses dias, sentado no banquinho (claro) vi um velhinho sentado no seu banco, o velhinho ficava olhando o mar, as pessoas que passavam logo a sua frente, olhava tudo bem olhado, às vezes ele sorria, às vezes ficava sério. Eu, daqui do meu lado achando àquilo fantástico. Um navio apitou! Apito forte, entrando na barra, o velhinho inesperadamente, levantou-se e acenou, fato engraçado, pois o navio estava a kilometros de distância.

Sensacional.

Logo ele sentou novamente, uma moça passeava com uma criança, um garotinho de no máximo 2 anos, o velhinho arrumou os óculos, arrumou-se no banco e ficou olhando (entusiasmado), e eu daqui tentando entender...

A moça se aproximou...

O velhinho paralisou...

O garotinho de mãos dadas à moça, andava vendo seus próprios pezinhos, se descobrindo ainda...

Frente a Frente.

O velhinho sorriu e falou algo a moça...

A moça retribui o sorriso e repentinamente entregou a mão do bebê ao velhinho... O velhinho ensaiou alguns passos, mas o bebê não acompanhou e chorou...

O velhinho assustou-se e entregou o bebê novamente à moça... Eles seguiram.

O velhinho... Tirou os óculos, limpou os olhos (ele chorou?)... Ele se virou e percebeu que eu olhava toda a cena (não faço a menor idéia da cara que eu tava) percebi o velhinho sem graça... Levantou-se e saiu...

Minha aula também tinha acabado ali, levantei e saí.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Desabalada carreira...

Andando embalado, numa descida, quando penso em parar algo me empurra...

Vou descendo a ladeira...

Agora correndo...

Não sei onde a ladeira vai dar... Nem vejo nada a minha frente... Vou seguindo...

Cantarolando: “Cento e dez, cento e vinte, sento e sessenta, só pra ver até quando o motor agüenta”...

Vou correndo... O chapéu de ontem caiu... Está rolando na rua... A flor do paletó espedaçou com a força do vento...

Vou descendo... Alguns obstáculos aparecem, desvio numa perfeição de dar inveja ao recordista mundial de corrida com obstáculo (que não sei quem é).

Claro! Meu dom de ser desastrado trago comigo, então vou tropeçando, derrubando latas, pessoas, pedindo desculpas, mas seguindo... Sigo.


Ali na frente... Bem na frente, vejo uma pessoa... Correndo também, estará correndo de mim? Não sei, vou atrás, vou seguir, vamos ver onde vai dar...



[Estamos vivos e isto é tudo é, sobretudo, a lei, dessa infinita Highway].






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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fragmentos da volta ao serviço, da hora do almoço, da cabeça confusa.

Ó... Veja como ele bate forte, Viu? Pois é! Estou vivo. Por estar vivo, eu sinto, sentindo, reajo, reagindo, me fecho, me calo... Esse é meu modo.






“Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração quando fala comigo, quando eu sei ouvir”.




[Voltei ao serviço, Dezembro mês corrido, tempo sem tempo, isso é um pouco do que há em minha cabeça HOJE].


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