terça-feira, 24 de agosto de 2010

Redenção.

Um serrote dá... Talvez sobre.
Não quero elétrica não, elétrica é fria... Passa rápido, corta certo e a gente nem vê,

Quero um serrote mesmo, manual, quero suar sobre minha obra. Pingar sal na veia vermelha da madeira nova, recente.

Quero destruir.
Quero cortar.
Despedaçar.

Quero fazer tudo virar pó!

Minha obra prima não terá nome, nem forma, nem cor.

Vou serrar, serrar e serrar. Rir do serrote cortando com gosto. Machucando. Sangrando a seiva. Serei o melhor destruidor de coisas recentes.

Assassino do atual.

Depois das peças cortadas, vou sentar e admirar minha obra. Um amontoado de peças cortadas, vários formatos, cilíndricos e quadrados.

Ah! Serrote que serra.

Tome meu suor. Deixe-me fazer parte de você agora, nesse momento só nosso.

Eu, pingando na sua carne recém descoberta, serrote amolado, corte cirúrgico.

Agora aqui sentado, curtindo minha paz te vejo em pedaços.

Estou feliz hoje! Acordei numa alegria só. Por isso aqui vai minha declaração de amor.

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