quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Na mesma calçada.

Estando só posso ficar olhando a parede que agora tem cor. Gosto da cor.



A menina que anda só na rua, atravessa fora da faixa, desatenção pura. Logo atrás outras meninas fazem o mesmo trajeto, uma desatentas, outras atentas cometendo o erro conscientemente.

Na mesma calçada seguem os rapazes, uns vão daqui pra lá, outros de lá pra cá. Muitos deles atravessam fora da faixa, a maioria aguarda o semáforo.

Todos conseguem atravessar a rua.

A menina segue só.
Os meninos seguem.

Ela termina sua Coca-cola e joga a latinha na sarjeta, um menino a amassa, pisando com força, outro a chuta pro meio da rua, um terceiro a recolhe, correndo todos os riscos da via movimentada, e a coloca no lixo.

A menina continua seu trajeto, certa de onde ir.

O grupo masculino pára para olhar um grupo do sexo oposto que vem no contra fluxo.

A menina que seguiu se perdeu por aí. Não se alcança mais pelos juvenis.

Furacão passado, a vida volta ao normal.

Meninos vão, uns chutando, outros amassando e outros recolhendo. Juntos vão.

Menina foi, está longe do seu mundo