terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Natal.

Manhã, mesa, café amargo e jornal de ontem.

Feliz Natal!

Ali e assim ninguém o vê. Não consegui perguntar-lhe se quer ser visto. Não dá os olhos não se cruzam nunca. Só nos sinalizamos com os olhos. Sua boca não abre. Nunca.

Preso a corrente
Cabeça entre as mãos.

Neste natal ganhará lembranças, daquelas trágicas que o assombram durante toda vida, sempre à noite.

Pensa em ligar, desejar bom dia. Tenta escrever, cabeça não para. Idéias vêm e vão e nada se completa. Ele, na realidade, gostaria de ter um bom dia, ou quem sabe uma boa noite, de natal.

Passei e o vi na varanda. Acenei. Sem resposta. Olhava para o meu lado, mas não sei se seu olhar chegava a mim.

Por que eles não vêm aqui? Deve se perguntar.

Agora tirou seu carro da garagem, limpou por dentro e por fora, encerou, gostei quando vi aquela cena.

Vai sair. Pensei.

Após a limpeza, carro na garagem.

Agora o vejo abrindo a caixa do correio, uma carta. Um sorriso, após muito tempo.

Movimentos pela casa.
Luzes que acendem.
Janelas se fecham.
Carro sai da garagem.
Aceno de dentro do carro.

Era uma carta! Apenas uma carta que faltava.

Feliz Natal!! Desejei de longe.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Trezentos e sessenta e cinco dias

Doze Meses. Pouco a pouco fomos levantando nosso mundo, mundo bom.

Teve aquele morro lá que a gente derrapou na subida, mas nós, espertos que somos, estávamos preparados com nosso kit de sobrevivência e assim saímos ilesos.

Únicos!

Fomos únicos. Dias, semanas e meses. Agora é preparar os anos e olha que eles chegam sem dó, vamos deixar chegar, vamos chamá-los até.

Venham anos! Tragam suas histórias e nos contem. Venham preparados também para ouvir, contarei às nossas, que já são tantas e sempre serão.

Quanta coisa legal nesse tempo passado. Tempos da dúvida pensada, tempo da certeza construída.

Embalados ao som da música boa nossa. Juntos, rosto colado, piegas... É tão bom saber que não estou só.

É tão bom não deixar só.

Doze Meses rápidos. Doze passos profundos. Nossas marcas estão bonitas nessa estrada, sabia? Estão sim, pares de pegadas retas, poucas curvas, nem vejo fim.

Estou aqui fazendo sombra aos olhos, tentando ver ali adiante, a barra da minha calça suja do caminho, bota com solado novo e realmente não vejo fim não.

Venha! Vamos por aqui mesmo, lado a lado, vamos por essa estrada mesmo, chegaremos lá.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Felicidade alagada

Nem sempre rimos quando estamos felizes. Nem sempre chuva é tristeza, ou escuro é noite.

Hoje, por exemplo: chovendo, nublado, cansado, tudo aqui alagado e eu aqui, na moral, levando na flauta.

Cochilei aquele cochilo de vencedor. 30min? Talvez, mas foi revigorante, era isso que meu corpo pedia. Desci lá nas profundezas do nada absoluto, subi repentinamente e aguardei o telefone tocar. Tocou. Aí o círculo se fechou. Mesmo chovendo, nublado e tal.

Nem sempre queremos ver.

Hoje eu quis. Vi dum modo outro que não tinha visto. Vi molhado, rua com cheiro de terra. Gente que chega abatida. Eu vi todos. Daqui da minha sorrindo, meio que sem jeito, é difícil sorrir na chuva. Quando dei por mim, estava apertando o chapéu mais ainda na cabeça, óculos molhado, guarda-chuva quebrado.

Sorrindo mesmo assim. Vai saber né?

Será que existe vida do lado de lá?
Quando eu estou do lado de lá? Será que eu percebo este lado aqui?

Nem sempre. Nem sempre queremos ver.



Talvez essa isso explique alguma coisa:

http://www.youtube.com/watch?v=UP6XJKwZBU4




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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Garoto Enxaqueca.

Há dias com uma dorzinha de cabeça daquelas bem chatas. Vou ao médico hoje pra ver o que ocorre com o cabra aqui.

Será sinusite?
Enxaqueca?
Coluna?
Dente?

Será o final de ano? Será o medo do 2011?

Fui ao banco inventar de pagar as contas, só pra dor passar das pontadas para a dor contastante.

Durante todo esse tempo de blog, tenho alguns textos mais ou menos desse jeito.

Falta de grana.
Dor de cabeça e tal.

Que sujeito chato sou eu né? (parodiando Raul).

Pois é! Sou mesmo desse jeito.

Mas agora, confesso que até estou menos. Estou até otimista em relação ao que se aproxima. Vamos ver!!

Por enquanto vou levar esse restinho de ano desse jeito, meio chato meio tal.

Fazendo jus ao apelido que já tive: “Garoto Enxaqueca”.




Ouvindo aquela caixa do Chico da editora Abril.

“Acorda, amor, eu tive um pesadelo agora, sonhei que tinha gente lá fora batendo no portão, que aflição” Salve Julinho da Adelaide.


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