Com esse martelo pesado, vai enfiando a estaca. Agora firme, forte e profunda, pode armar sua barraca.
Gosta do vento, mas ele não pode levar sua vida, não agora.
Tendo apenas essa barraca, firmando ela bem, não terá problemas, não por enquanto.
Barraca armada. Cobertor no sol, tirando a poeira. Óculos no jeito. Tudo pronto pra festa começar.
Festa que desinteressa. Festa que ninguém sabe. Festa de um só.
Festa de um só por motivos óbvios. A barraca citada é um iglu, aquela que só cabe um.
Festa louca de um homem só.
Ele e seu martelo de firmar estacas.
A gente passa e não entende o motivo daquela festa toda.
Festa pelo sol matador de mofo.
Festa pela madeira conseguida, madeira que alimenta na guerra contra o frio.
Festa pelo liquido quente na manhã gelada.
Festa pela cola conseguida, cola que cola o remendo novo. Hoje não terá aquele zumbido ártico no pé.
É festa!
Martelo fica de fora, ao relento, tem importância estratégica, faz peso no teto da morada. Equilibra a barraca nos ataques do ar em movimento.
Agora quente, reina em paz. Rei do iglu. Caçador de frio. Fincador de estacas.
Agora vamos deixá-lo em paz. É hora de recolher-se... Sumir no universo do seu mundo...
Proteção ou sossego?
ResponderExcluirBeijo J. R.