segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natimorto.

Cedo pra acordar, gosto amargo de engolir, dor demais para pensar.

Assim começa tudo.

Será que vai ligar?

Se ligar eu vou correr? Praí ... Te ver!

Sei não!

O café sem gosto desce rasgando, a linha do piso está torta, quem fez esta casa?

É Natal então? Que diabo é isso?

Que papelada é essa jogada aqui?

Quero mais umas horas de ano velho, curtir o que foi bom. Quero essa chuva molhando aqui.

A mistura de rojão, com buzina não está fazendo bem. Tão mal quanto aquela outra mistura maldita.

Nascimento amargo esse.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Na mesma calçada.

Estando só posso ficar olhando a parede que agora tem cor. Gosto da cor.



A menina que anda só na rua, atravessa fora da faixa, desatenção pura. Logo atrás outras meninas fazem o mesmo trajeto, uma desatentas, outras atentas cometendo o erro conscientemente.

Na mesma calçada seguem os rapazes, uns vão daqui pra lá, outros de lá pra cá. Muitos deles atravessam fora da faixa, a maioria aguarda o semáforo.

Todos conseguem atravessar a rua.

A menina segue só.
Os meninos seguem.

Ela termina sua Coca-cola e joga a latinha na sarjeta, um menino a amassa, pisando com força, outro a chuta pro meio da rua, um terceiro a recolhe, correndo todos os riscos da via movimentada, e a coloca no lixo.

A menina continua seu trajeto, certa de onde ir.

O grupo masculino pára para olhar um grupo do sexo oposto que vem no contra fluxo.

A menina que seguiu se perdeu por aí. Não se alcança mais pelos juvenis.

Furacão passado, a vida volta ao normal.

Meninos vão, uns chutando, outros amassando e outros recolhendo. Juntos vão.

Menina foi, está longe do seu mundo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O senhor da guerra não gosta de criança.

Olha que engraçado, você falando aquilo e eu ouvindo isso: “nosso dia vai chegar”.

Será que teremos, nós, esse tal dia nosso? Será que teremos vez? Às vezes me pego pensando nisso, sabia?

Será que é pra ser? Porque, como dizem por aí, o que tiver de ser será!

Que droga!

Odeio me sentir assim, amarrado, impotente.


Dá uma dor aqui dentro quando penso em você pensando. O que será que se passa aí?


“É o mal que a água faz quando se afoga” Será que é a sopa? O café? O chá?

O que será? (que me dá que me bole por dentro)

Dá uma doída sabia? Ahamm... Uma dor, meio de dó, de medo, meio de não sei o quê!

Cada uma das suas idas e voltas leva meu coração junto. Ora você sobe, ora desce, quando sobe me leva junto e me larga lá no alto sem pára-quedas, quando desce me puxa repentinamente, sem tempo de tomar fôlego, me afogo, engasgo, fico todo roxo!

Loucura essa loucura toda!

Não sei mais o que adiantará, no nosso caso. Não sei brincar assim, mas continuo brincando, tá?

Você sabe que pra essas coisas de brincar eu sou bom, sempre sou o último a cansar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Meu martelo e eu.

Sei lá o que acontece... Parece um buraco isso aqui. É como a árvore que tem ali... Ela e sua casca dura... Que fica mole, descasca, fica a ferida, a fenda. Às vezes se cura... às vezes não. Fica a marca!

Tentei pregar com o martelo, mas meu martelo velho não deixou, ou era a parede que não prestava... Ou quem sabe a culpa era do prego? Prego velho, torto que fez o martelo escorregar e acertar meu dedo, unha roxa!

Dor dos infernos.

Sei lá o que acontece!

Será culpa minha? Sujeito chato sou eu que não acho nada engraçado... Já disseram isso.

Queria a cura. Queria tapar a fenda da árvore, não gosto do jorro da seiva. Não gosto do martelo velho, do prego torto, da parede fofa.

O que vem por aí? Deve ser o tal inferno astral que eu disse não acreditar, é! deve ser!

Olhei pra cima esta noite meio mal dormida, vi uma luz pra lá, parece que falaram comigo, queriam me mostrar algo, mas eu durmo de toca que não enxerguei muita coisa não.

Engraçado! Não vejo a melancia na minha frente, só percebo suas ranhuras, suas entranhas... Não vejo o óbvio, só percebo o intrínseco, vejo até o que não existe.

Quando vou ver direito?

Quando volver? Pra esquerda? Pra direita? Tipo cabra cega?

Sempre gostei de brincar de cabra cega.

Ta quente!!!
Ta frio!!!

Estou longe (frio) de estancar a seiva da fenda da árvore que não se cura. Estou frio de conseguir pregar o prego torto na parede fofa com meu martelo velho.

Meio farto!



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Passeio.

Lá no plano alto a gente se sente meio diferente, sei lá, não sei se é a secura do clima, ou a falta de fio, ou a falta de calçada, ou o amor dos nossos, ou as cigarras gritando, ou se é tudo coisa da nossa cabeça.

Não sei o que é! Só sei que me sinto diferente.

A gente anda pra lá, pra cá e bebe, e anda, e come, e dorme, e vê, e ouve... Tudo muito diferente, pra mim... Aqui, no plano baixo, no nível do mar, faço tudo isso também como lá, mas aqui não é igual, lá parece ser mais legal.

E a gente que achava que tudo era assim. Não, não é!

Por que a nuvem tem buraco?
Por que aquela estrela nos segue?

Nuvem parece algodão, porém, quando a gente passa nela tudo treme, então, não é fofinha como parece, é dura que nem pedra.

Nuvem de pedra.

Por falar em pedra, a cidade projetada e feita de pedra não é dura como a nuvem, só é dura entre dez da manhã e três da tarde, fica um sol duro na cabeça da gente... Depois das três tudo fica mais suave e quando a noite chega a suavidade alcança o ápice.

Que coisa, né?

A estrela veio junto, será que ela sempre faz isso? Acompanha os outros, fica voando, indo e voltando?

Que bonita, né?

É bom cumprir mais uma etapa do trajeto, estar no rumo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

V.C (velocidade constante)

Quando você for eu vou. Iremos nós, pra lá!

Agora, nos dias de hoje, atuais, sigo ali meio na frente, um passo e meio de distância, às vezes meio passo. Sigo.

Você me segue. Vem toda decidida, como quem sabe que será bom, e será, né?

Né!

Tem dia que olho pra trás, te vejo, estendo à mão e te trago. Tem dia não! Nestes eu não olho pra trás, apenas ando, passo reto, coluna ereta, óculos limpos, certo de que você está logo atrás, naqueles mesmos meio, ou um passo de distância.

Coloquei uma musiquinha legal, ouve daí?

É uma música de um dos capítulos finais da série assistida com afinco, sem falhas, acompanhada detalhe por detalhe, como a nossa caminhada. Detalhada, certa, junta.

No exato momento em que a tal música diz: “então me guia para longe, para aquele campo aberto, desligue a ignição e viaje” eu o faço, guio, seta desligada no intuito de ir reto, velocidade constante, 5ª marcha engatada.

Vou! Vamos!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Médio

É uma arte ser mediano. Nem muito, nem pouco, ser ali, na média. [normal?]

Será que tem certo?

Ser sempre muito ou sempre pouco, acho que esse é o normal. O [problema?] está em ser os dois ao mesmo tempo, aí é que o bicho pega.

Hoje é muito, amanhã não mais. Como é que a gente faz? Como a gente lida?

Hoje lida pouco, amanhã lidará muito. E quando de manhã é pouco e à tarde muito?

O muito/pouco no mesmo dia.

É legal ser médio.

Hoje precisei pegar o histórico escolar para xerocar, e vi um negócio interessante.

Como tem “C” naquilo! Acho que tem um “A”, alguns “D” e vários “C”, sempre na média.

Gosto de estar na média, nem ser muito, nem pouco, meio cinza meio marrom. Ta bom.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sobre as árvores de nossas vidas!


Hoje estou balançando neste galho.


http://www.dosedeinspiracao.com.br/

sábado, 6 de agosto de 2011

Vamos? [velejando].

Ta, vou te ajudar.

Vamos puxar essa âncora. Estique a vela. Isso. Vamos. Força, sozinho também não agüento. Aí, ficou bom!!

Aponta pra lá! O vento faz o resto.

Segure o leme, agora vá só administrando a coisa.

-Mas quem ta guiando? Eu ou o vento?
-Quem guia é você, quem empurra é o vento, o vento faz a parte dele e você a sua.
- Mas se eu for pra lá, foi por minha causa ou por causa do vento?
- O fato de você ter ido, foi por causa do vento, agora o “pra lá”, foi por sua causa.
-Então quer dizer que eu ia de qualquer jeito?
-Sim, iria de qualquer jeito! Mas... Iria pra onde?
-hmm... Entendi. Então “ir pra lá” é um conjunto?
-Isso, é o resultado de “ir” com “pra lá”, como na escrita mesmo.

Então? Vamos pra lá?

Eu entro com o “vamos” e você guia o “pra lá”

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Muda e não muda.

E quando a mudança vem, anunciando uma nova fase, faz aquele alvoroço todo e nada muda? Como é que a gente faz?

Sabe aquelas coisas... começa mudando aqui, depois muda ali... tudo adquire uma nova cor, forma, sentido... Você, simples e tolo mortal, faz um monte plano (no plano das idéias, apenas), imagina um monte de coisa... e pimba!!

Nada acontece.

Mudou e tudo continuou na mesma. Estático. Fincado. Preso.

Coisa doida essa.

Vou seguindo fazendo a minha parte. Limpo meu terreiro. Cuido dos bicho. Não me atraso nos compromissos (poucos que tenho)... Vou fazendo. Um dia a mudança vem à Vera e aí sim.... Algo mudará de verdade.

Hoje é Quarta, não sei por que tem algo bom no ar... Acho que é aquela coisa de energia, aquelas coisas que a gente lê e nunca entende nada. É, deve ser energia, hoje ela está boa para mim.

Mudou. Mas nada mudou. Ou será que mudou e eu não percebi?



“Às vezes... Eu só quero descansar... desacreditar do espelho, ver o Sol se pôr vermelho...” (Vermelho - Marcelo Camelo).


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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aqui, como quem não quer nada

Falei cara, deu coroa.
Disse sim, era pra ter dito não.
Fiquei, era pra ter ido.
Fui... na hora errada.

E assim vou levando, meio trôpego, meio sem jeito, meio cabeludo e meio barbudo.

Percebi o sol ali querendo fugir, talvez como eu, mas chamei pelo nome e quando a gente chama pelo nome o negócio fica sério.

Eu disse: Sol!

Ele olhou, ficou com preguiça e mandou a chuva. Eu, pensando em ter sol tive chuva, como na moeda, pensei cara e deu coroa.

Não estou na vez. Vou ficar por aqui aguardando minha hora chegar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pertencendo

Adoro o cheiro do mato!

Nesse final de semana de quatrocentos e poucos quilômetros de distância, senti o poder que tem o conectar.

Como é bom estar junto!

Tão sábios aqueles que têm o poder e a magia de juntar gente, juntar raízes, contar histórias... Ainda mais quando essas histórias são as nossas.

Senti uma alegria imensa, mesmo vendo tudo do lado de cá. Mesmo não pertencendo me senti pertencido, tamanha a magia do povo. Eita povo que sabe fazer acontecer.

Nos quatrocentos e poucos quilômetros aprendi muita coisa, como por exemplo, ouvir calado, olhar sentindo, tocar sabendo... Aprendi sim.

A secura se manifesta somente no clima, que racha nossa boca e seca o nariz... Acho que com um sábio propósito... Fazer-nos falar menos e sentir mais.

Com o nariz seco a gente cheira mais? Não sei, talvez sim.

É tão bom tudo isso, fazer parte de um pedaço do todo.

Adoro o cheiro do mato, da terra vermelha... Aquele pôr do sol na estrada, o trator sujo de barro, a Belina setenta e poucos conservada... E o Sol que nasceu à nossa frente quando estávamos indo? Será que estávamos no rumo certo? Não era pra nós estarmos indo rumo ao poente?

Foi só uma pequena prova das curvas da vida!

Mesmo a gente indo no rumo certo, tem-se a impressão de estarmos errando ou errado, mas é assim mesmo... No final tudo se ajeita!

É bom demais pertencer.

sábado, 21 de maio de 2011

Mocinha mãe.

Dia bonito hoje, um presente a minha mãe que completa 59 anos! há 59 anos nascia uma menininha, linda, lá no interior do Ceará!

Nasceu e cresceu ali, junto dos bichos (bois, cavalos e afins), subiu em árvores, brincou no terreiro, montou em jumento e tudo mais que uma criança saudável faz naquelas bandas de lá.

No início da década de 70, a vida da mocinha mudou. O príncipe encantado apareceu no sertão e de lá tirou a mocinha carente e a trouxe pro mundo grande, mundo corrido, mundo diferente que, no início deixou a mocinha atribulada. O príncipe trabalhando à noite deixava a mocinha em casa. Nas noites geladas da Capital fria, ela pensava em voltar, pensava na sua vida vivida até ali.

Mas logo, o príncipe mudou sua vida novamente e semeou, na mocinha, a semente da felicidade e em 1975 sua vida tomou um novo rumo, agora a mocinha virou mãe e mostrou, ali, toda a sua benção, todo o seu motivo de existir! Ela, sem saber, se tornou a melhor mãe do mundo.

Dias passando, dias difíceis, príncipe trabalhando à noite, sementinha chorando, mas a vida, percebendo a garra e a força da mocinha mãe, mandou outro recado.

Em 1978 uma outra sementinha foi plantada e nasceu mais um fruto dessa união abençoada.

E é assim até hoje, príncipe trabalhando, sementinhas que viraram frutos já maduros e a mocinha mãe completa 59 anos de vida bem vivida, dedicada aos seus (príncipe e semetinhas).

É tanto amor que não cabe no coração na mocinha mãe, então, esparrama por aí, vai vivendo e pingando amor, derramando em quem ta perto... E eu, que não sou bôbo, estou sempre junto, lambuzando-me todo no amor que derrama.

Obrigado mocinha mãe, por tudo!

Amamos você.

Sementinha mais nova

21/05/2011.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tá cheio de pó isso aqui!!

Acho que o sossego do coração deixa a gente assim, meio sem graça. Quando estamos no meio das atribulações, no meio do mundo, do vendaval, não nos faltam coisas pra contar. A gente fala da gente, das coisas, do vento, do sol... Do banco bom de sentar... Enfim, mas com o coração bom e a cabeça quieta é difícil contar.

Atchiiimmm!!!!

Hoje vim passar o espanador, tirar a poeira, passar um pano, dar uma geral. Às vezes é bom acalmar. O acalanto desses dias recentes tem me feito bem, coloquei a cabeça no lugar, coração calmo é outra coisa. Das profundezas trouxe algumas coisas aqui pra superfície, usei algumas coisas, outras coisas descartei. Aqui ta bom, lá dentro também estava, mas nem sempre é bom ficar muito tempo dentro do mesmo lugar, ainda mais se esse lugar for dentro da gente.

Hoje estou aqui fora, vejo de lá pra cá e não daqui pra lá, como era antes. Amarrei aquele barquinho que me levava nas ondas, por aí. Hoje ando na terra, meio firme, continuo perto do mar, mas não dentro dele, fico na espreita, ligado nos seus movimentos. Estou de olho na frente agora, hoje até me peguei pensando no amanhã, olha que coisa!

É! As coisas até que mudam.

É isso.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vamos pra lá!

Olha a chuva caindo, ta vendo? É... é a prova de que só a gente que parou.

Coloque teu vestido lá, eu me troco daqui, eu passo aí, vamos ficar por ali.

Que tal, hã?

Venha aqui... Diga o que há! O que se passa por aí?

Será que conseguiremos chegar?

Não sei meu bem. Também não sei bem o caminho que lá vai dar. Bem sei, que queria lá estar.

Esta tarde de chuva, chuva das fortes, de trovão, deixa a rua mais complicada, meu mapa molhou, meus óculos não me mostram o caminho certo.

Não sei como faço pra chegar.

Vou separar meus apetrechos, soltar a corda, puxar a âncora e remar.

Aguarde-me, logo logo navegarei nas bandas daí.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Gente grande que não deixa a vida passar.

Como gente grande. Agora me sinto como gente grande.

Depois de tantos anos passando pela vida andando pelos cantos, sem interferir, apenas olhando, sem tocar, a coisa mudou um pouco.

Toquei.

Mudei a rota da roda. Virei o volante, fui prudente olhei no retrovisor e sinalizei com seta.

Interferi. Agora faço parte.

Antes eu ficava (e gostava) vendo às coisas passarem por mim, perto, longe, gostava quando passavam. Agora gosto também, mas gosto de passar e não apenas vê-las passarem.

Minha cadeira ta fechada por enquanto, quero andar, quero passar quero acenar para quem está vendo quem passa, como eu sempre fiz.

O chapéu, o bicolor, o terno de linho branco ainda existem, mas estão no seu canto, quietos, não os usarei por enquanto. Preciso andar, preciso ali chegar.

Regra de três composta.
Ditongos.
Oxítonas.
Reunião.
Gravação.
Pitching.
OAB.

Vixi! É tanta coisa a pensar, não tenho tempo de sentar.

Vou ali e já volto!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Balanço do mar

Balance por aí. No balanço do barco que parte. Barco que me deixa só.

Balance!

Não fui aí, pois, sabia que o balanço do meu coração iria afetar tudo, atingir meus olhos, eu não conseguiria suportar, a lágrima iria balançar até cair. Não quis isso.

“Até sangrei sozinho, entenda”.

Preferi ficar aqui, imaginando você aí, os teus, o mar.

Ta balançando muito?

Acho que ainda nem partiu, ainda respira o mesmo ar que eu? Esse ar quente daqui. Quando estiver respirando outros ares, irá lembrar de mim?

No balanço do teu andar.
No balanço do teu olhar.

Balanço-me daqui, balanço de saudade, de pressa, esse tempo que não passa.

Eu sei que ainda nem foi, mas por favor, volte logo!


“Quem no balanço do mar caminha num baque só. Quem no balanço do mar caminha num baque só. Vida que é doce levar avisa de lá que eu já sei, todo balanço que dá neste navegar, naveguei.” (camelão)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Domingo quente e quebrado.

Cantos, trocos, moedas no chão.
Simples, fartos, todos à mão.
Olhos, outros, lábios em vão.


Aquela moeda jogada no console do carro.
A carteira vazia quando buscamos o troco.

O beijo não dado.
O Alô ignorado.

A questão não respondida, um ponto que falta, a cerveja tomada.

Classificados.
Turnos.
Salários ou não.


Hoje é Domingo, amanhã a gente resolve.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sem chuteira não dá.

Queria tanto ter ido jogar! Mas sem chuteira não dá. Quem será que jogou minha chuteira no lixo reciclável?

Será que foi engano?
De propósito?

Pra se ter idéia da minha assiduidade futebolística, minha chuteira (que era nova) estava numa sacola, pendurada no muro dos fundos da casa.

Empoeirada? Sim!
Com barata dentro? Sim
Toda ressecada? Sim!

Eu gosto de jogar, porém, o tempo, as dores, a preguiça, a falta de gente pra formar dois times e alugar uma quadra decente, isso tudo afasta a gente da diversão.

Pra beber temos times completos, claro! Mas pra jogar...

Enfins!!!

Estou aqui triste, me sentindo um verdadeiro derrotado. Perdi minha chuteira.

Logo hoje que tinham dois times completos e uma quadra alugada.

Logo hoje que a camisa 05 estava reservada para o evento.

Cinco! Sempre gostei de ser o Cinco, jogar ali no meio, evitando o ataque adversário, colaborando com o ataque nosso. Nunca fui de fazer gol, sempre evitei mais do que fiz.

Gosto de jogar ali, no meio, aquele lance de coadjuvante.

Gosto de ser importante, sem ser principal, único, protagonista, astro e tal.

Numa banda queria ser o baixista. Ou backing vocal.
Num duo ou dupla, queria ser a segunda voz.


Nunca o primeiro, nem o último.

Mas sem chuteira não dá! Definitivamente.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Feito pra acabar.

Como uma gota numa superfície... Ela existe. Você vê, você sente, porém, como num piscar de olhos ela desaparece, escorrega, vira poça e depois some, morre.

Ou... Como o vento, ele sopra, você sente, você gosta... Mas você não pega, você não vê. Ele apenas leva às coisas, bate a janela, a porta e faz a gente se refrescar e também, como num singelo piscar de olhos ele se vai. Tudo para, quieto, só, some. O calor permanece. O vento morre, talvez.

Tem o sorriso. A gente vê, a gente gosta, a gente paralisa. Tudo graças a um belo sorriso. Quando verdadeiros nos fortalece, nos empolga, nos motiva. Sorrisos existem sim, são raros, mas existem. Porém, como tudo que é bom ele também se esvai, acaba aos poucos, a seriedade chega se apodera e o sorriso, o sorriso morre.

A estrela cadente existe! A gente vê, faz pedido e antes do pedido acabar ela se foi. Você se preocupa, pensa na estrela que já se foi, pensa no pedido não feito, pensa no porquê das coisas boas acabarem logo. Pensa. Enquanto você está pensando a estrela se joga, morre.

E tudo acaba!

O Jogo.
A cerveja.
O Filme.
O sono (às vezes).
A fome.
A sede...e blas, blas, blas.

É! realmente a gente é feito pra acabar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terça quente.

No cinzeiro vazio e limpo onde guardo moedas.
Na caneca quebrada cheia de cartões nunca visitados.
No porta-retrato que insiste em me mostrar no tempo que eu olhava a frente.

Coisas que estão ao nosso redor e nunca as vemos.

Este livro lido, pela metade. Páginas e páginas marcadas de obras nunca entendidas.

Filmes não vistos, ou vistos e não entendidos, ou entendidos e não gostados.

Os óculos velhos quebrados. O novo que se quer quebrar.

As coisas que se mostram e a gente não vê.

Tem um monte de coisa por aqui, coisa pra deixar a gente assim, refletindo. Mas não, não quero isso, reflexões.

Vou esperar a noite chegar, aqui quieto, escondido. Não deixarei o calor me pegar.

Quando a luz acabar sairei, beberei e tudo ficará melhor.

Eita calor danado!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Retrovisor

Segure firme suas raízes aí, lembre-se que voltará em breve e aqui se lembrará, saudosa, dos daí, portanto, finque seus pés e sua cabeça aí, com eles.

Aproveite o dia. Faça àquilo que fez na infância, suba naquele pé num sei do quê.
Visite seus amigos e amigas. Ouça os velhos, ajude sua mãe e seu pai a lembrar das velhas coisas que eles queriam contar, assim que voltasse. Relembre o passado, esqueça o futuro.

À noite conte suas estórias e histórias, ouça as deles. Deixem que falem. Se cale no momento certo. Fale para concordar, evite discordar, não é o momento.

Abrace!

Não reclame do calor, não reclame de nada. Leve alívio, esperança, leve paz.

Quando voltar, eu estarei aqui, venha preparada, minha chatice aumentou com a saudade.

Boa Viagem!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Só pra dizer um "Oi"

To meio assim, sem ter nada a dizer. Então fico assim calado, olhando. O 2011 começou bem pra mim. Fazendo coisas legais e realizando as poucas vontades que tenho. Acredito que em breve volto à velha rotina de escrever mais.

Por enquanto vou me entristecendo vendo as tragédias no Rio e por aí a fora. Uma alegria é ouvir um músico paulista que conheci recentemente, o som do cara é muito bom. Indico.

Marcelo Jeneci:

http://www.youtube.com/watch?v=UP6XJKwZBU4