Olhando assim de cima parece estar cheia.
Quando olhamos de lado, assim de normal, a taça está pela metade.
De vinho.
Quando a gente olha da gente tudo parece certo, na medida, completo, cheio.
Mas dando um passo atrás. Pronto! Tudo fica real.
Vendo a taça de cima (aparentemente cheia), ombros caídos do peso, do passo (mal dado), da carga, da vida, do mundo.
Cabeça que pesa. Desgastado, fragilizado, derrotado, cansado, o peso da cruz faz a diferença nessa hora.
Cruz que pesa. Pesou há muito tempo atrás, ainda pesa o mesmo tanto.
Cruz que pesa. Ombro que não agüenta. Taça abaixo da cruz. Vinho pela metade.
Meio bebido, meio tomado.
Pescoço que não agüenta o peso da cruz a mergulha no vinho.
Cruz mergulhada no vinho, no sangue.
Ao levantar a camisa está manchada de sangue! De vinho?
Altura do coração.
[Cena do filme nunca terminado].
Peso da culpa!
Culpa que carregaram numa via. Ainda não paramos de carregá-la.
A cruz.
O vinho.
A via.
A culpa.
A desculpa.
O ombro.
O peso.
O mundo.
É! Foi a Coca-Cola [ou o Lynch].
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