quinta-feira, 11 de março de 2010

Sobre a culpa.

Olhando assim de cima parece estar cheia.

Quando olhamos de lado, assim de normal, a taça está pela metade.

De vinho.

Quando a gente olha da gente tudo parece certo, na medida, completo, cheio.

Mas dando um passo atrás. Pronto! Tudo fica real.

Vendo a taça de cima (aparentemente cheia), ombros caídos do peso, do passo (mal dado), da carga, da vida, do mundo.

Cabeça que pesa. Desgastado, fragilizado, derrotado, cansado, o peso da cruz faz a diferença nessa hora.

Cruz que pesa. Pesou há muito tempo atrás, ainda pesa o mesmo tanto.

Cruz que pesa. Ombro que não agüenta. Taça abaixo da cruz. Vinho pela metade.

Meio bebido, meio tomado.

Pescoço que não agüenta o peso da cruz a mergulha no vinho.

Cruz mergulhada no vinho, no sangue.

Ao levantar a camisa está manchada de sangue! De vinho?

Altura do coração.

[Cena do filme nunca terminado].

Peso da culpa!

Culpa que carregaram numa via. Ainda não paramos de carregá-la.

A cruz.
O vinho.
A via.
A culpa.
A desculpa.

O ombro.
O peso.
O mundo.



É! Foi a Coca-Cola [ou o Lynch].

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