quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Na véspera do 32º

Trigésimo segundo ano de vida! Nem passa tão rápido assim, ta certo que eu dei uma parada no tempo. Talvez medo de vê-lo passar. Continuo na mesma que há dez anos atrás. Algumas coisas mudaram, mas no resumo das coisas continuo estático.

Bom?
Ruim?

Sei não. Talvez nunca vá saber.

Nesses trinta e poucos anos aprendi algumas coisas. Aprendi bem menos que aquele colega da mesma idade que viajou o mundo todo, hoje senta e conta histórias por três dias seguidos sem repetir ao menos uma. Sei quase nada diante daquele outro que casou, tem dois filhos e conseguiu um alto cargo na firma em que trabalha, perto desse eu nem existo. Teve aquele outro que foi embora ainda jovem. Morreu, agora sabe ainda mais que todos os citados, este, sabe o que tem do lado de lá.

Mas digo, com toda certeza do mundo, que fico feliz com todos os que sabem mais que eu, mas não quero saber o tanto que eles sabem. Deixo com eles a arte de saber. Eu quero mesmo é ficar assim, desse jeito escolhido por mim. Esse jeito de não saber das coisas. Jeito que fica por aqui, quieto. Vejo tudo do meu jeito, me alegro com a sabedoria dos outros, me alegro com minhas sabedorias. Poucas que são minhas.

Vendo daqui, do meu ângulo é tudo muito bom é bonito ver daqui. É meio antigo, meio velho, faz barulho é colorido.

O teto é de vinil e o capô é preto.
A mesinha de centro é de mogno.
Só a agulha da vitrola que é recém trocada.

Olho daqui. Três décadas olhando assim. Aprendi assim, conheço esse jeito. Me embalo na expectativa de seguir sem ser importunado.

Claro que tudo muda. Inclusive nossa cabeça.

E quando mudar serei igual.

2 comentários: