segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quero ver a esperança chegar.

Hoje a vista ta diferente. Não sei se os óculos estão mais limpos que o normal, se o Sol brilha mais forte, se meu banquinho encontrou uma posição melhor... Não sei. Só sei que tem algo no ar.

Pra comemorar coloquei minha melhor roupa. Meu terno de linho branco. Meu chapéu de aba larga e meu sapato bicolor.

Passei na Pharmacia comprei uma goma Valda e esperei.

Estou sentado agora... Aguardando. Sinto o verão se aproximar e que talvez, a estação quente, traga um pouco de calor aqui dentro. Prevendo isso, coloquei a cadeira numa sombra bem gostosa e trouxe os lenços.

Vou colocar o Cartola pra tocar.
Vou esperar o bonde passar...

Vou aproveitar esse clima bom... Clima de esperança.

Vou ficar aqui... Terno branco... Lenço branco... Sapato preto e branco e rosas brancas.


Estou esperançoso... De que algo vá mudar.

domingo, 29 de novembro de 2009

Tem hora pra tudo.

Por que não posso ficar aqui quieto no meu canto, sem toc-toc, plim-plim ou “Tem alguém aí?”

Tem dias que o que a gente mais quer, é ficar assim. Sem nada. Sem ter um porquê.

Cabeça zonza, corpo mole. Vontade de ficar na cadeirinha-de-balanço-do-vovô (que nunca conheci).

Vontade de ficar aqui.

Vontade de não sei o quê também. Essa vontade é a pior. Fica aqui dentro latejando, remoendo, mas o que posso fazer? Se nem sei do que se trata?

Fui ali atravessar a rua na faixa, eu era o único. Motoristas não entenderam minha atitude. “O que aquele cara ta fazendo ali em cima daquelas linhas no chão?” disseram.

Alcancei à calçada, avistei um casal de idosos passeando com um cão (os cães sempre me adoram) o cão me olhou dum jeito bonito, eu parei e fiz carinho em sua cabeça. Ele me mordeu.

O velho disse:
-Bem feito, quem manda mexer no que ta quieto.

Continuei, sem entender e com a mão doendo. Arrastando a cadeira de balanço.

Cabeça ainda zonza, corpo mole e agora a mão doendo.

Encontrei uma sombra, posicionei a cadeira e sentei. Um pombo me deu boas vindas.

Exatidão!

Mais um cão. Fiquei quieto, completamente parado (acho que com cara de assustado).

A moça disse...

-Credo moço! Ele não morde, não precisa fazer essa cara.

Não é meu dia.

Vou arrastar a cadeira e voltar, tem dias que não é bom ficarmos no lugar de sempre.

Tem dia que é bom não usarmos a cadeira de balanço, tem noite que é bom à gente não beber.

Tem dias, tem noites e tem hora pra tudo.



[Estou percebendo que às vezes temos quer ser outros e não nós mesmos].


.

sábado, 28 de novembro de 2009

Um saco cheio de igualdade.

Iguais... Iguais e Iguais.

De saco cheio de tanta igualdade.

Preciso urgentemente encontrar a saída de emergência disso aqui.

Tentei usar branco. Não me adaptei.
Tentei dizer um “olá” qualquer. Não obtive resposta.
Tentei bater à porta. “Entre sem bater”.
Tentei uma visita surpresa. “Não perturbe”.

Tentei tanta coisa... Mas definitivamente, não sou da mesma espécie.

Não tenho macacão.
Não faço àquele gesto característicos dos caras de macacão.
Não olho daquela mesma forma dos caras de macacão.
Não falo o que eles (os caras de macacão) falam quando você passa.
Não espere... Não falarei. Não usarei. Não olharei.

Sou assim mesmo, três gotas de adoçante.
Uma pitada de Sal.
Não sou cafeína.
Não sou sedativo.
Sou esse mesmo. Sem nada demais. Nem muito de menos.

Compreende o que digo?

Todo mundo se diverte ali, eu também. Aqui.

Não preciso ser rei, príncipe ou ter um belo macacão. Eu sou eu. Desde que nasci.

Vou sendo. Até quando puder.

Mesmo assim, [desiludido?] continuo sentado, só vendo o movimento.


Acho que vou beber uma água tônica. Preciso digerir.



.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Frente fria que vem lá do Sul.

Vento que vem com força!

Frente fria no calor tropical é sempre bem-vinda.

Quente de quarenta graus. Vento daqui parado. Vento que vem quente.

Na janela de sempre, com coisas vistas de sempre, sinto um ar fresco. É uma frente fria.

Frente fria que refresca.

Na ânsia de querer entender, àquilo, abri bem as janelas e esperei.

Ela veio, fazendo manha, dançando em seu próprio ritmo, seu canto era confortante.

Canto que encanta.

Cantou, refrescou, me encantei, me refresquei.

Frente fria tem dessas coisas, mudam. Gosto de mudanças.

Senti a frente fria, ela passou, me levou longe, me trouxe de volta.

Agora estou aqui, órfão da frente fria.

Carregue-me vento bom! Ta quente aqui.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Perdidos numa noite nem tão suja (ainda sobre São Paulo).

Sentado nas cadeiras de plástico dos bares na Paulicéia vi um monte de coisa...

Meninas bonitas bordadas de flor. Todas elas.
Rapazes, meio iguais, chave dos possantes a mão, camisas com textos em inglês, cabelo com uma onda no meio (chamam de moicano, mas nem sabem de onde vem o penteado). Só sei que é algo relacionado aos índios americanos, o Daniel Day-Lewis mostrou uma vez algo sobre...

Voltando ao assunto...

Moças bonitas (preocupadas com a sandália apertando o dedinho e com os buracos nas calçadas, salto alto, sabe como é) Andam como se estivessem marchando, cômico ver.
Moços conversam entre si, bebem long neck no gargalo fazendo estilo, fumam na calçada (lei maravilhosa), aproveitam para olhar o movimento... Delas.

Elas ficam na calçada, algumas nem fumam, mas ficam ali olhando os rapazes iguais.

Percebo que em algumas mesas, escondidas dentro do bar, alguns e algumas como eu, mas cheguei tarde e não consegui mesa lá dentro. Tive que ficar na calçada sentindo o cigarro alheio, vendo às moças olhando os moços. Claro. Nem fui notado.

Eu, minha barba, minha camisa sem nada escrito, Brahma na mesa, e chave do possante? Não tem. Fiquei ali vendo. Noite paulicéia.

Estava na Vila Madalena, totalmente perdido.

É tão bom ver essas coisas, como somos bobos né? O bar não tinha música, então eu ficava ali cantarolando, imaginado as cenas e suas respectivas trilhas.

Bebi, vi, cantei, gastei e paguei.

Quero voltar. Na próxima vez chegarei mais cedo, quero sentar ali dentro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fale com ela

Que saco! Que vontade de te falar... Ensaiei três vezes... Mas não tive coragem.

Fui, desfui, fui de novo e retornei.

Ah meu! Não quero parecer chato. Quantas graças você não deve ouvir por dia, ou não, sei lá. Não queria dizer graça alguma, só queria te dizer que a menina do filme que vi hoje parecia muito com você! Só isso. Mas ia parecer cantada barata. Não queria que parecesse com nada. Só queria que você acreditasse nisso.

Mas nem sei se acredito em mim também.

Po! Foi muita coincidência, eu vi o filme lembrei de você, de repente você aparece assim do nada, há tempos que não aparece por aqui.

Queria um dia pelo menos ocupar dez minutos do seu tempo, queria ouvir suas idéias, queria ouvir o que tem a dizer. Mas nunca rolou.

“Por que a gente é desse jeito? Criando conceito pra tudo que restou”. Já dizia o Anitelli.

É tanta coisa! Tanto medo. Tanto “não querer ser chato” que me torno um chato de marca maior.

Prometo que vou melhorar, vou falar contigo, quando menos esperar e espero que quando mais precisar, quero chegar na hora certa, na hora agá.

Vai ser assim:
-Oi! Ocupada?
-Por acaso você já viu “Fale com Ela” Do Almodóvar?
-Não? Eu assisti esses dias, e a mocinha principal, me fez lembrar muito de você e de repente te vejo aqui, como há tempos não via. Coincidência não?...

Espero não decepcionar, comigo nem contigo. Por enquanto vou ficando por aqui, só escrevendo, qualquer dia digo pessoalmente.

Beijos...

Tchau.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quem são Eles?

Deve ser triste, ver e não sentir.

Estar perto, presenciar e não conseguir entender as aflições, não participar das alegrias, não saber sorrir, não chorar.

Eles só sabem voar e nos ajudar.

Eles nos ajudam porque querem ser iguais. Ficam o tempo todo imitando a gente, sorrindo (riso sem graça), chorando (choro sem lágrima). Olham a gente lá de cima, não dormem, quando estamos dormindo, na madrugada, eles sofrem, não tem com quem conectar. Estão a sós, entregues.

Os anjos são tristes. É difícil ser anjo. Ele não escolheu estar ali, ele apenas é.

Quando choramos, eles ficam perto tentando chorar também, sofrem com cada lágrima caída, pois seus olhos estão secos, não entendem. Quando sorrimos, eles se afastam, sabem que ali, naquele momento, não precisamos deles, saem também porque não entendem o motivo daquilo. Ficam lá em cima olhando, apenas olham.

Às vezes tentam nos tocar, em vão.
Às vezes, pessoas mais sensíveis sentem algo, uma presença, e falam:

“Nossa! Senti alguém aqui”.

É nesse exato momento em que o anjo mais se aproxima da realidade, tenta ficar feliz, chora não sabe sorrir então ele tenta tudo o que vê a gente fazer.

Choro sem lágrima, ele tenta molhar os olhos, mas não consegue.

Estão sempre perto e sempre longe. Silenciosos, são nossa sombra. Gostam de ver nosso olhar, olham nos nossos olhos pra nos entenderem.


Na próxima vez que sentir alguma “presença” diga um Olá a eles, faça-os felizes.
Quando sentir alguém te olhando, certifique-se que não tenha ninguém, se não houver, pisque pra ele, ele te agradecerá. Eternamente.

Seja um anjo pro seu anjo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

e a visita veio abrir as portas.

Uma da tarde e ele acabando de acordar, campainha tocando.

Na Sala, o vestígio do final de semana mal passado. Tudo espalhado por toda a parte.

Olho mágico denuncia quem não poderia ser naquele momento, a mão o trai e abre a porta, a boca insana completa a traição.

-Oi! Que bom te ver.

A porta aberta. (porta aberta tem alguns significados, pode ser ENTRE, SAIA, PERMANEÇA AÍ, VOLTE SEMPRE).

-Entre. Aconteceu algo?
-Você está péssimo, uma bagunça danada.
-É! Não quis fazer nada esse final de semana.
-Poderia pelo menos abrir as janelas.
-Eu ia abrir depois que acordasse.
-Vim só pegar algumas coisas, aproveitar que estava aqui perto.
-Veio só pegar... Algumas coisas?
-Sim.
-Quer conversar?
-Não.
-Nem sentar?
-Não! Da pra você parar de andar atrás de mim? Não vou pegar nada teu.
-O aparelho de DVD é teu?
-Sim! Minha irmã que me deu, não lembra? Você não lembra de nada mesmo, só o que lhe convém.
-E você continua na mesma, me acusando, me acusando.
-Sai de trás de mim caramba! Parece uma barata tonta.
-Desculpe, só queria conversar. Vai levar o som também? Como você vai levar? Deixa, eu levo depois.
-Não precisa, tão me esperando lá embaixo.
-Tão? Quem? Por que você ta tirando a TV da tomada? Eu que comprei!
-No meu cartão e nunca pagou.
-Tem um homem naquele carro lá embaixo.
-Jura? Que coisa não?
-Você mudou!
-Pois é! E você não. Continua na mesma.
-Mas eu não sabia que deveria mudar, quando se apaixonou por mim, pensei que quisesse ficar comigo e não com outra pessoa, como eu ia saber que tinha que mudar.
-Pois é! Agora é tarde. Tchau.
-Tchau.


Sem Tv, dvd, sem o Som...Sem ela.

Agora era Ele e Ele. Hora de encarar, hora de acordar, afinal, já passava de uma da tarde...

Abriu a geladeira.
Abriu uma cerveja.
Abriu as janelas.
Abriu os olhos...



.

domingo, 22 de novembro de 2009

Dia escuro. Tudo escuro.

Olho aberto quarto escuro. Olho não quer fechar. Quarto não quer clarear.

Olho aberto no quarto escuro pode ser ansiedade, medo, tristeza, um monte de coisa pode ser. E pode não ser também.

O dia acordou nublado, quando ele ta nublado fica fraco, não tem força para atravessar a fresta da janela, então deixa o quarto escuro. Quando o quarto ta escuro a gente acha que é noite, a gente fica deitado, a gente pensa que é insônia aí o dia começa mal.

O dia preguiçoso, deixa todos preguiçosos por conseqüência.

Olho aberto, peito escuro. Quando o olho ta aberto e ele não enxerga pode ser cegueira, pode ser cortina, pode ser neblina. Quando o peito ta escuro é mais grave.

Quarto escuro. Peito escuro. Dia nublado.

Abri a janela entrou dia.
Pro olho receitei música ele viu algumas coisas.
Pro coração... Não sei não. Quando ele fica escuro, não tem janela, não tem canção.

Fica e pronto.

Peito escuro. Acho que é meia noite aqui dentro. Será que se eu dormir a hora passa mais rápido e logo vira dia?

Olho aberto, quarto escuro.

Dia nublado não tem força para clarear.

Vou aguardar o sol. Vou ficar aqui deitado, vendo o nada. Ouvindo o tudo. Esperando uma Luz.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Longe de casa, perto de mim.

Passando o feriado em Sampa!

Vendo primos e primas...vi palhaços na Madalena. Dormi ja era dia! A Avenida não me deixou pegar no sono direito.

Estou fora de casa esse final de semana...

Volto não sei quando, trouxe mochila com roupa pra pra hoje, amanhã e não sei quanto tempo mais. Trouxe o baralho, a gaita e umas idéias.

Vim pra São Paulo, ontem trouxe o sol, agora pedi chuva e ela chegou.

Vim pra São Paulo... E essa terra me faz lembrar algumas coisas, acho que nem queria lembrar.

"Mas nada pode fazer se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá que ta me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá
Meu coração vai se entregar à tempestade" (M. Camelo).

Hoje é Sexta! Estou aqui, longe de casa, perto de mim.


Bom final de semana a todos!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Seja...

Seja perfeita pra mim menina. Você nunca conseguiu isso antes, agora chegou à hora.

Seja perfeita pro cara imperfeito.

Você sempre tentou ser o que não era, assim como eu, você errou. Agora está só.

Seja perfeita! Você conseguirá.

Quando a gente tenta ser o melhor, muitas vezes ficamos cegos, em busca da perfeição. Não seja mais cega, não queira mais ser a melhor!

Seja a pior, mas seja perfeita.

Vamos ser os piores? Eu larguei de mão todo esse papo de querer ser as coisas, agora não me importo mais com um monte de coisa que tem por aí. Preocupo-me agora, somente com o desnecessário. Chega de dor de cabeça.

Sou tão imperfeito, se você soubesse.

Menina! Largue esse monte de dúvida, esse monte de ás, três de paus, reis e rainhas.

Eu sou curinga. Sou imperfeito. Sou peão. Sou o Bobo.

Sua imperfeição era seu maior objetivo, e foi o causador de tudo isso que está aí.

Chegou o momento de ser perfeita.

Eu trouxe o baralho. Quer jogar comigo?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Vendo tudo das alturas, sem medo de cair.

Se eu fosse um animal queria ser um Urubu. Sim! O rei dos céus.

O bichão fica lááá em cima perto dos aviões, é tão forte que quando ta com raiva faz a turbina do bicho de lata parar. Morre um monte de gente.

Não que isso seja coisa boa, claro que não, só queria com isso mostrar a força do Rei.

O Urubu come o que todo mundo tem nojo, ou seja, ninguém disputa seu alimento, bicho esperto.

Eles (os urubus) inventaram uma lenda, onde diz que da azar matar urubu, aí eles ficam ali, na deles, ninguém mexe, todo mundo teme.

Eles ficam lá em cima só observando, é aí que entra a melhor parte.

Todo mundo ta cansado de saber que eu adoro observar.

Eu observo os urubus observando a gente e fico com uma vontade danada de ser um deles.

Eu ia ser o Urubu mais feliz. Quase não desceria. Ficaria ali, desviando dos aviões, ajudando os pilotos de asa delta a acharem as bolsas de ar. Eu ia ser amigo dos homens voadores.

Será que o urubu tem noção da vida boa que ele leva?

Será que ele vê a gente aqui embaixo e pensa a mesma coisa? Quando ele vê as pessoas revirando os aterros sanitários, o que será que eles pensam?

“Ó que povo feliz! Cheio de carniça do lado, lixos espalhados por todos os lugares, eles são felizes”.

Será que o urubu pensa isso?

Caro urubu! Você é muito feliz aí em cima, fique sabendo disso! Eu queria muito estar no seu lugar.

Ah se eu fosse urubu... Ia entender tanta coisa, vendo tudo lá de cima.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Escolhas.

-Pai! E aquele pombo? Por que ele fica ali, parado?
-Filho! Ele fica ali parado porque ele quer, como nós também né? A gente tem de fazer o que a gente quer.
-A gente pode fazer o que a gente quer pai?
-Claro filho!
-então eu posso entrar no mar?
-Claro filho, pode sim.
-Mas a água ta fria?
-Não sei, vá lá senti-la.
-E se eu me afogar?
-A escolha foi sua, se afogou porque quis, eu já te disse que criança da sua idade, não pode entrar no mar sozinho.
-Mas se eu me afogar, você irá me salvar?
-Não filho, não te salvarei, porque como te disse, a escolha de se afogar foi sua. Papai só te salvaria se você caísse ali, no mar, sem querer, sem saber dos seus perigos.
-Mas pai! Você não me ama?
-Claro filho, por te amar tanto assim, é que te deixo livre. Caberá a você escolher seus caminhos, sempre estarei por perto para te orientar, nada mais que isso.
-A mamãe me salvaria.
-Pois é! E também não te deixa livre.
-A vida é feita de escolhas filho. Escolha seu caminho e siga.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Eu e as caixas.

Vou arranjar um estilete e cortar esta fita que te prende. Tirar você desta caixa que não te deixa se mexer.

Você foi encaixotada, sem pedir, sem querer, sem nada. Agora ta aí toda enrolada, presa, a caixa é grande, mas viver numa caixa não dá, eu sei.

Vou te confessar também já me colocaram numa caixa, mas consegui escapar, eu tinha um estilete pequeno escondido na barra da calça.

Fora da caixa nem tudo são flores, mas aqui, fora, a gente pode ser a gente sabe?

A gente pode correr. Depois a gente pode parar e ficar parado, só vendo. Aquele lance de camarote que sempre digo.

Se um dia eu conseguir te tirar da caixa, vou te colocar aqui sentada comigo, vendo as coisas passarem. É um barato, cada hora uma coisa diferente. Fico aqui sentado, imaginado como seria se todas as pessoas pudessem olhar também. Quem passa na minha frente nem me vê, devido ao tempo e à correria, acredito. Mas eu vejo todos que passam por aqui, vez ou outra, alguém me vê, senta, conversa um pouco e logo sai.

Tenho essa cadeira aqui do lado justamente para àqueles que querem descansar um pouco.

Ainda tem muita gente presa às caixas sabia?

Tem muita gente que quer sair, outras não sabem se a caixa realmente ta fechada, outras estão tentando entrar. Cada um cada um né?

Não há certo, ou errado. Pode ser que, fora da caixa, eu esteja correndo perigo. Mas eu gosto daqui.

Estou aqui sentado, a próxima vez que você passar por aqui, eu abrirei a caixa e te mostrarei minha visão das coisas, a caixa ficará ao lado, caso queira voltar.

domingo, 15 de novembro de 2009

João e Maria (uma história de amor).

João, um amigo meu, é casado com Maria, também a conheço...

João foi criado no meio de muito amor. Pai, mãe, avôs e avós cuidadosos, muitos primos e primas, João tinha e ainda têm muitos amigos, muitos mesmo.

João gosta muito de Maria, mas também, gosta muito de seus pais, seus familiares e gosta muito de seus amigos, muito mesmo.

Maria foi criada com a avó, uma senhora de idade, a relação nem é tão boa assim. Maria tem uma irmã, mas ambas quase não se falam, tempo, culpam o tempo. Os pais de Maria separados nunca deram tanta atenção a ela. Maria quase não tem amiga, há sim, poucas conhecidas.

Maria tem João. Maria ama João. Maria sente por João o que nunca sentiu em toda sua vida.

João sente por Maria algo familiar, algo que ele já sentiu antes.

João foi criado com muito amor, mas não ama.
Maria não teve amor e ama muito João.

João não acredita na palavra AMOR para ele, o sentimento que ele tem pela sua família, pelos seus amigos e por sua esposa, é um sentimento muito forte. Porém, João, não consegue dividir, fracionar tal sentimento.

Amor carnal?
Amor fraternal?
Amor.... Essas coisas, João não entende. Como dividir um sentimento tão forte? Para ele, ele gosta muito e pronto.

Maria ama João, ela só sabe disso.

João se ama.

Maria não.

Se Maria perder João, ela se perderá.
Se João perder Maria, ele se terá.


Que coisa não?

sábado, 14 de novembro de 2009

Meu Carnaval.

Olha só que legal, sente aqui a banda vai passar. Ah! É tão gostoso ver daqui.

E lá vem... Olha aquela moça! A preocupação dela com as coisas, ela agora ajusta a saia, agora atendeu ao telefone, iphone ou sei lá o quê... Veja o rapaz ao lado dela, ele usa uma roupa bonita né? Ele agora se insinua a ela... Ela nem o nota.

A marchinha não para...

Opa! O rapaz mostrou algo à moça, ela esta sorrindo, parece uma chave, agora ele colocou algo no dedo dela, que lindo não?

Esse desfile ta tão legal.

Eles estão abraçados, ele a admira, ela admira as chaves e o objeto no dedo dela.

Opaa!! Olha a serpentina.

Tem a ala dos velhinhos, gosto tanto de vê-los.

Eles estão sorrindo, velhinhos de um lado, velhinhas do outro. Cada um na sua sendo feliz.

Por vezes se encontram, se olham, enxugam o suor um do outro e voltam para os seus iguais.

Eles sabem das coisas...

Mais uma cerveja moço do isopor!

Olha lá! Agora vêm uns homens, eles estão de terno, pastas, todos falando ao telefone. Não notam o público que aplaude, não notam o sol, não notam à tarde linda. O moço do isopor oferece uma geladinha, eles recusam... Os negócios não podem parar.

O desfile também não...

E eu aqui sentado, vendo toda a festa à sombra de uma árvore.

Ao longe vejo algo colorido!

Chega o bloco mais esperado por mim, o bloco das moças simples...

Elas chegam, todas lindas, flores nas orelhas, não ligam pros rapazes afoitos que tentam passar pelo cordão de isolamento. Elas cantam, sabem a marchinha toda, no refrão elas sorriem, eu imagino que aquele sorriso é pra mim. Elas desfilam como se andassem nas nuvens, admiram o sol, a tarde, percebi que uma delas mandou um beijo pra o alto, fiquei um pouco triste, mas logo passou, percebi que ela mandou o beijo a um beija-flor que parou para vê-las. Eu olhei para ele, ele piscou para mim e lhe ofereci minha cerveja.

O desfile passou, a noite chegou, e eu aqui, na minha cadeira, vendo as coisas de camarote.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Delírios, apenas delírios.

De que vale estar por perto?

Tem horas que a distância é tão boa. Estar perto é ver de verdade e os olhos de verdade não mentem. Estar perto é ter aquele monte de coisa que um dia a gente jogou fora e ficou feliz depois. Ter por perto é estar disposto àquilo tudo que ontem fez a gente chorar.

Estar longe é ter paz?

Quando queremos estar perto sem perder a distância? Será que dá?

Acho que não!

Estar perto é ter! Ter não é legal. Quero estar perto, mas mantendo certa distância.

Quero estar perto, mas sem ter tudo aquilo que já joguei fora.

Joguei fora porque não presta!

Fico pensando... Diminuir a distância é abrir o saco de tranqueiras? É abrir a porta do porão?

Acho que o que mais quero é ficar longe, inclusive de mim. Eu fui o culpado de tudo aquilo que tem no saco velho jogado no lixo.

Estar longe é não ter saco velho pra jogar no lixo. Estar longe é estar só.

Estar só é ruim. Estar perto também.

Não sei mais o que fazer... Nem o que pensar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

... É o contentamento descontente....

Paixão é aquela coisa que te acorda de madrugada. Que te liga pra discutir a relação às 03 da manhã.

Você diz:
-Tá tudo bem, amanhã a gente conversa, preciso dormir.
E a paixão diz:
-Não! Não consigo dormir pensando nisso, quero falar agora... E bla bla bla.

Quando a paixão não dorme, não deixa ninguém dormir.

Paixão é uma coisa forte, que mexe por dentro.

Quando você recebe visitas, seus familiares, primos e primas que há tempo não os vê, você todo solícito apresenta a paixão pra eles, e a paixão fica com cara de paisagem. Quando a visita vai embora você ouve:
-Você só da atenção pra sua família.

Paixão não gosta de família.

Quando você sai do serviço, super cansado e passa na casa da paixão, pra terminar o dia bem. Mas a paixão ta “naqueles dias” e briga com você, pois, você sai às 18h do serviço e já são 18h30 e o certo seria chegar lá às 18h15. Paixão não admite atraso.

Ah Paixão! Mexe tanto com a gente.

Quando seu telefone toca, e você respeitando àquele momento com ela, não atende, a paixão briga!

-não quer atender por quê?

Se você atende...

-Caramba! Nem quando estamos juntos você não desliga esse telefone!!


Paixão! Paixão.

Já me apaixonei um dia.



Já Dizia Raul:

“É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, evita o aperto de mão de um possível aliado. Convence as paredes do quarto e dorme tranqüilo. Sabendo que no fundo do peito que não era nada daquilo”. (Por quem os sinos dobram).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tudo certo como Dois e Dois são Cinco.

(Fragmentos de uma Segunda-Feira).

Vontade, apenas vontade.

Vontade de te ver.
Vontade de te tocar.
Vontade de ter.
Abraçar.
Beijar.
Apertar.
Puxar.
Deitar.
Levantar.
Subir.
Descer.
Cobrir.
Descobrir.
Sair.
Entrar.

Gritar.

Relaxar.
Conversar.
Acarinhar.
Dormir.
Sonhar.
Acordar.

e...

Recomeçar.



..

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Moça do sorriso aberto...

E quando chega assim de repente?

Você sentado, naquela cadeira lá... De sempre. Ela chega. Como quem não quer nada.

Essas chegadas “como quem não quer nada” são as melhores. Ela chega, toda ela, toda bordada de flor (de novo, sempre chega assim).

Eu de ressaca, cabeça girando, girando. Confesso que no início não enxerguei direito, meu óculos ta com uma perna só, ta manco (sem trocadilho), sentei em cima dele ontem. Não enxerguei, não vi possibilidades ali. Agora começo a ver, mesmo com óculos manco.

Sabe o que vi?

Vi a viagem conversada.
Vi a piscina.
Ouvi a moça que canta bem.

Moça! Será que terá flores nesse jardim aí?

Será que o cravo vai se dar bem nessa história toda?

O que a rosa quer com o cravo?

O Cartola disse que as rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubam de ti. Eu queria dizer isso também, mas nem sei o teu perfume. Não sei nada de ti.
Chega de repente e fique aqui.
Fica aqui assim como quem não quer nada, fica? Nem precisa fazer muita coisa, apenas fique aqui. Sabe aquele lance “não solta da minha mão”? Então, é isso.
Quando você se cala, o coração acelera, me preocupo. Mas como pode você se calar se eu nunca ouvi a tua voz?

Ressaca doida.

Nessa história toda, meu coração até que entendeu o recado, bate de vez em quando, num ritmo... “Água com açúcar”?

A vida é assim mesmo.

Cheia de surpresas!
Cheia de detalhes!

Tem aquele lance das feridas ainda não cicatrizadas. Quando a gente tem um machucado desses, qualquer contato dói, machuca, como não está cicatrizado dói na carne. Moça! Cuide dos seus machucados.

“Cuida de mim enquanto finjo... Enquanto fujo” Coisas teatrais.

Eu aqui ainda na mesma cadeira, com óculos do Machado de Assis, esperando.

Continue assim, como quem não quer nada!

Mas queira.



Eu quero.



.

domingo, 8 de novembro de 2009

Conto de uma tarde de verão.

A cadeirinha de balanço balançando, o vai e vem do dia. O Vem e vai da noite.

A moça que não sabe direito o que quer, mas que balança sabendo apenas do pequeno curso da cadeira, que vai só até ali e volta.

Só até ali e volta! Esse é o que importa.

O vento que bate no rosto dela, da moça da cadeira, é o mesmo vento que faz o moço, lá do outro lado dos lugares, viajar e pensar no calor que está chegando. Vento quente, coisa do verão.

A moça balançando na cadeira olha a nuvem branca, bem branquinha, e diz:

- Nuvem branca, bem branquinha assim é coisa de verão né?

O vento quente bate mais uma vez em seu rosto.

-Vento quente é noroeste, vai chover.

O moço esperto que só, sai de casa e leva o guarda-chuva, pois, vento quente é sinônimo de chuva no final de tarde, já dizia seu pai.

Andando na cidade, sol danado e guarda-chuva na mão, coisa de doido! Coisa de moço que sabe das coisas. Quando choveu ele abriu seu companheiro se abrigou e sorriu!

Moça na cadeira quis se molhar, permaneceu sentada. Sua mãe uma vez disse que chuva de verão não adoece.

Moça na cadeira se molhou na chuva de verão.
Moço do guarda-chuva se abrigou e secou, com sorriso no rosto, inclusive.

Felizes molhados, felizes secos.

Felizes.

sábado, 7 de novembro de 2009

Terminando o raciocínio sobre a tal Virtualidade.

Um monte de coisa na cabeça e nada nas mãos.

Por que a cabeça faz isso com a gente? Coloca um monte de coisa e depois tira.

Cabeça malvada essa nossa!

Quero ter mais coisas nas mãos, coisas de tocar. Quero ter mais coisas a minha frente, coisas de olhar. Quero ter mais coisas aqui perto, coisas de sentir.

Tem muita gente malvada nesse mundo, daquelas pessoas que nos fazem fantasiar e depois nos acordam, dizendo:

- Hey Baby! Acorde, foi tudo um sonho.

Não sei se gosto mais de sonhos, não sei mais de nada.

Será que é este o nosso futuro?

Ninguém mais terá mais coisas de tocar?

Será que a gente não vai ser mais a gente?

Assim; Será que eu não serei mais EU de verdade? Eu quero tanto ser sempre EU.

Esses dias saí da faculdade e fui beber com uns amigos da classe.

Começamos a beber perto da faculdade, de lá fomos a um bar que nunca fecha.

Foi tão bom, é tão bom estar com gente de verdade. Ver gente de verdade.

Será que daqui a alguns anos poderemos fazer isso de verdade?


[brigadão ao Alexandre Mauj do blog Lost In Japan, pelo selo].

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais uma bonitinha (prometo que é só).

Mostre-me o caminho!

Com minha mão direita no seu ombro esquerdo a gente segue. Você me leva por caminhos coloridos, me mostra por onde passou e por onde gosta de passar. Você retira um pedaço de terra do chão e me fala alguma coisa sobre a criação da humanidade, em seguida me aponta um morro e me fala algo sobre um sermão. A sua voz me cativa, sentindo-me cativado, minha mão direita, escorre lentamente, sem que eu perceba, e vai parar no seu ombro direito.

Opa! Mão direita no ombro direito? É isso mesmo, agora, estamos abraçados.

Ao mesmo passo, ao mesmo tempo. Cadenciados.

Seguimos lentamente, você falando e eu ouvindo.

Você contou suas proezas, falou de filosofias, contou de Platão, de Aristóteles, Hume e Descartes. Falou das coisas da vida.

Você gesticulava! Sorria o tempo todo. Paramos embaixo de uma árvore, era pé de alguma coisa, acho que maçã. Ali você falou de uma história, de uma maçã que caiu na cabeça não sei de quem, essa maçã mostrou algo pra esse homem que mudou a história da humanidade. Não lembro muito bem, eu tava encantado com sua voz, com seu sorriso que nem prestei atenção ao que falava.

Embaixo da árvore, minha mão se soltou do seu ombro, na queda encontrou sua mão, que gesticulava. Elas se abraçaram. Primeiro a direita, a esquerda acompanhou e nossas mãos se uniram. Um pássaro vermelho piou, você me falou sobre ele. Eu ouvi. Você parou de falar, me olhou tirou meus óculos, que estavam embaçados pela proximidade da sua respiração.

Marquei esta página, era hora de sair. O livro está apenas no começo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sobre as coisas da vida!

E ela ali, sentada, tranqüila, de olho nele. Ele que não olhava nada.

Ela sorrindo, cabelos de lado, fazendo charme sabe?

Ele olhando o teto.

Ela folheando um livro super intelectual, já todo dobrado, indicando ser livro de cabeceira dela, escrito na língua original. Francês, Inglês, Alemês, sei lá.

Ele lendo o jornal do Dia. O Dia, ou Da Tarde, alguma coisa do tipo, jornal cuja a capa mostrava o empate heróico do São Paulo no jogo contra o Grêmio.

Ainda era cedo, ambos chegaram antes pra não perderem o ônibus.

Ela sentiu sede, foi à Casa do Pão de Queijo e comprou uma Coca Cola Light e UM pãozinho de queijo recheado com alguma coisa.

Ele sentiu sede, foi ao bebedouro, bebeu a água como um beduíno (nunca vi algum bebendo algo, mas deve ser uma cena emocionante). Após a água ele abriu a mochila e retirou um pacote de bolacha recheada daquelas LEVE TRÊS E PAGUE UM.


O ônibus chegou.

Ele foi logo entrando e se jogando na sua poltrona 21 (janela) inclinou a poltrona com a mochila no colo.

Ela conferiu sua poltrona antes da subida 22, pensou: “tomara que seja no corredor, pra não ter de suportar chatos de plantão”.

Ela subiu, avistou sua poltrona e um barbudo ao lado, já dormindo.

Ela pensou: “droga! Vai roncar a viagem toda”.

Ela sentou-se.
Ele assustou-se.

Ela retirou o livro da mochila.

Ele levantou o encosto do banco e perdeu o sono.
Ela fechou o livro, marcando a página com cuidado.

Ele sorriu!
Ela sentiu!

O ônibus partiu!

Estórias bonitinhas da vida!!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Online? Offline?

Essa virtualidade toda vai nos levar aonde?

É bom? É ruim?

Ter centenas de amigos no Orkut. Ter seguidores nos Blogs. Ter amigos em todas essas redes virtuais. Onde isso pode nos levar?

É cômodo abrir uma página, mandar um beijo, um abraço, desconectar e pronto.

Tenho medo do futuro.

Queria tanto olhar, sentir, pegar, ver que existe vida por aí.

Tenho amigos reais, claro. Mas nem se compara em quantidade dos amigos virtuais.

Que estranho todo esse papo.

Quem está disposto a largar esse anonimato e ser real?

Quem quer ser real?

Eu, por vezes tento ser só real e não virtual. Mas como fazer?

Tenho vontade de transformar os virtuais em reais!

Tenho vontade de colocar cor, ta tudo preto e branco. Tão sem graça.

Às vezes da vontade de cancelar todas essas contas e esquecer todas essas senhas.

Às vezes tenho vontade de ser! Ser só eu de verdade e não esse monte de gente que imaginam que sou.

Às vezes... Eu desconecto.


(aparecer Offline).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Guarda-chuva aberto pra me molhar.

Os óculos que deixam cego. Que deixam à gente longe de você.
O microfone que cala quando tentamos dizer algo.
A muleta que derruba quando tentamos andar.

Inválido.

Um mero inválido.

Será que você tem tempo de pensar em mim? Na sua faculdade, no seu serviço, no seu tempo, tem tempo pra mim?

Às vezes penso nisso...

Será que um dia, cruzarei seu caminho?

Quando cruzar! O quer será de nós?

Um “Oi”?
Um “É”?
Um “Ta”?

Será?

Será que no seu tempo, eu terei tempo? Será?

Não sei! Isso sempre acontece... Sempre.

Quando dá pra um, não da pra outro, o tempo passa a vida passa, a vida e o tempo sempre andam juntos, é um barato.

Será que um dia nosso tempo será igual? Os nossos relógios irão se encontrar?

Hoje vi uma moça no ônibus, vindo de São Paulo, pensei que poderia ser você.

Analisei super discretamente, claro, e na minha análise tava perfeito.

Eu na poltrona 08 e você na 40.

Vi quando você desceu, pelo jeito é universitária e passou o final de semana com a família, agora voltava pra encarar a semana de estudo.

Eu na minha permaneci lendo o jornal, analisando o horóscopo, lendo a nossa sorte.

Retirando os óculos...
Desligando o microfone...
Largando a muleta de lado...


“sozinho em um corredor, esperando, trancando pra fora. Ele levantou e saiu de lá, correu por centenas de milhas” (GIVEN TO FLY – PEARL JAM).




.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Rindo no Rio.

Fui reintegrar!

Agora renovado. Com força pra encarar tudo o que tem por aqui.

Fui querido, fui amado, gargalhei, fui atração.

Atravessei a baia rumo ao centro. Não quis praia nem gente. Não quis o óbvio.
Fui andar pelo vazio, fui sentir o que aquela cidade tinha a me mostrar.

A velocidade do Silêncio é arrebatadora, quando a cidade é grande.

A Rio Branco parece a Paulista.... Nem tanto? Mas a João Pessoa aqui de Santos parece sim.

Paço Imperial.
Centro Cultural Banco do Brasil.
Fundação Casa Brasil França.
Livraria da Travessa.
Centro Cultural dos Correios.

O Rio foi também. Cerveja, música, piada, fotos, fotos, risos, gargalhadas, estórias de fantasmas, violão, família, churrasco, mais cerveja. Galinha, galo, poleiro e passarinho.

Dormir tarde e acordar cedo. Café da Tia (tudo de bom).

Rio foi pra mim assim.

Na barca da Guanabara eu vi a MENINA BONITA BORDADA DE FLOR, que o Marcelo Camelo falou, mas ela nem ligou pra mim. Deu até vontade de dizer a ela que eu a conhecia tão bem. Mas achei melhor não.

Fim de semana ótimo. Família feliz, eu mais ainda! Cheguei cansado. Mas muito, muito feliz.

Agora é planejar mais alguma coisa legal... Afinal, Novembro de férias está só começando.