quarta-feira, 31 de março de 2010

Trinta e poucos...

Eu depois dos trinta... Preocupado com o TCC... Ao invés de pensar em casamento, comprar apartamento e coisas que se fazem na minha idade.

Retrógrado retardado.

Eu depois dos trinta... Ainda moro com os pais... Tenho um cão como melhor amigo... Trabalho de dia e estudo à noite... Coisas que a gente faz quando tem 20 anos.

Movimento uniformemente retardado.

Depois dos trinta... Tenho uma moto, que geralmente, é moto de quem aprendeu a dirigir, ontem. Moto que o pai da ao filho que tirou carta aos dezoito e conseguiu passar no vestibular, a minha não, tenho orgulho de ter comprado, com muito custo mas comprei, quase com trinta.

Movimento uniformemente variado.

Mas já morei só, já tive carro e quase casei... A variedade de coisas chatas me fez ser assim. Voltei pra cá e decidi começar tudo de novo.


Com trinta e poucos estou no começo. Primeiros passos. Primeiras idéias. Fazendo tudo novamente. Se não der certo... Volto pra escola e tento tudo de novo.

Por enquanto vou esquentar a cabeça mais um pouco com o Diacho do TCC...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tudo acontece com ela.

Apenas 1/4 da manhã dela...


No quarto!
“Ah! Eu vim aqui amor, só pra me despedir, e as últimas palavras desse nosso amor..” (toque do celular).

-Alou!
-.....
- Oi!
- ..........
- Mas porque você não vem mais?
- .................
- Poxa! Eu tava me maquiando...
- .........
- Tudo bem então. Tchau!

Na sala!
Tchic!!! (lata da cerveja)

Triiimmmm! (telefone residencial).

-Alou!
- .......
- Isso! É ela..
- ........
- Nossa! O que houve?
- ................. !! .....................
- Snif!
- ......................
- Como não chorar? Estou cheia de conta pra pagar... Não posso nem fazer um “free” vez em quando?
- ..........
- ta legal! Amanhã passo aí..
- ...........

Na cozinha!
Pin.. Pin... Pin... Pin... (torneira quebrada).

Geladeira vazia, mesa também.

Na sala!

Ruummm!! (Janela abrindo).
Biiiii….. Bi bi bi bi!! (trânsito lá embaixo).


No quintal!
- Sdfdsfjsjreralaelw (murmúrios ao redor de um corpo).

sexta-feira, 26 de março de 2010

Olhe lá... Eles

Lá naquela casinha que a gente mal consegue ver... Mora uma mocinha.

Que se pinta.
Que se veste.
Que se cuida.

Ela o faz para o moço... Que não repara.

Não! Não por maldade. Não repara porque, não repara mesmo.

A moça assobia as músicas que o moço gosta.

O moço não sabe de onde vem tal música. Só sabe que gosta.

A moça bonita encanta, canta, presta atenção nele.

Ele... Passa por ali. Apenas.

Ele vê a chuva que se aproxima e sorri.
Ela chora pelo sol que se vai.

Mas eles são eles... Do jeito deles.

Nós não! Nós somos do nosso jeito mesmo.

Ela na casinha dela.
Ele na estrada dele.

Nós aqui. Vendo tudo isso do lado de cá.



"Que eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem. Não me leve a mal
Não quero mais o natural
".

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pé pra cima.

A bota empoeirada. A lambreta suja, tanque vazio. Óculos limpos, mas não enxergam.

Coloco o pé pra cima e deixo.

Suor na testa, tempo quente esse.

Estou inquieto, algo acontece, mas não sei o quê.

Vontade de sair por aí, mas não dá, não agora, é preciso ficar.

Queria ser Cowboy!

Se eu tivesse uma Indian 1942... Para andar por aí... Assim.

Mas não tenho uma Indian, então volto pro que é meu...

Volto pro pé pra cima, volto pro calor chato daqui. Volto pros dias difíceis atuais.

Mas volto!

Volto, porque aqui tem gente esperando, tem gente querendo ouvir o ronco da lambreta.

Mas ta quente sim! O pé pra cima ta gostoso, a bota é quente.

Esses dias fui pra lá remando, hoje vou acelerando. Mas a Fé é a mesma.

Vou apontar pra lá! Ajustar o capacete e acelerar. Rumo certo. Sem receio. Sem corte. Plano seqüência. Vai ser bonito.



"Os dias que eu me vejo só, são dias que eu me encontro mais, e mesmo assim eu sei tão bem, existe alguém pra me libertar".

.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Venha semana nova!

Eu até escrevi pra não esquecer! Quando eu escrevo é mais fácil lembrar, coloquei na carteira, vou ver toda hora.

Vou lembrar que tenho que ser melhor.

Quero lembrar que o mundo NÃO gira ao meu redor, eu é que tenho que girar ao redor dele.

As pessoas, também não giram ao meu redor. Devo prestar mais atenção aos outros e não somente em mim.

Vou me ater aos outros detalhes.

A semana passada, que foi estranha, passou, essa nova começou bem, vou mantê-la assim, depende de mim, nesse caso, o fator interno é mais importante.

Eita semaninha passada heim? Mas acabou.

Ontem o dia foi ótimo, desde tudo.

Começou bem, vai ser tudo bem.

Assim seja...


Amém.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Só me chamar.

Vamos à guerra?

Venha, será legal, diferente. Vai ter aquele negócio lá que você teme.

Toda guerra dá medo! Mas logo passa, a gente aprende e pronto.

Vamos voar?

Vamos sim, temos asas já, iremos sentir frio, saudade, um monte de coisa, mas vale a pena. Podemos visitar o outro lado da coisa, o lado de cima de tudo.

Vamos logo, vamos alto.

Vamos cavar?

A pá ta aqui. A terra é fofa, a gente cava e vê onde vai dar, no Japão? No inferno? Quem sabe? Vamos cavar logo, a gente vai fazendo curva pra nunca chegar lá.

Vamos a qualquer lugar, pra cima, baixo, reto ou torto. Vamos sempre. Sem parar.

Depois de ir poderemos parar, ficar sem querer voltar, a gente ri, a gente chora... A gente bebe e vai simbora.

A gente manda. Basta começar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quando o Outono chegar...

O verão ta acabando, já tirei o casaco do armário e coloquei ao sol, a boina também.

Pena que vou tirar a barba mês que vem pra foto 3X4, um ano sem gillete. Mas é só por um dia, é bater a foto e deixar crescer novamente.

O verão foi quente demais, quero logo o frio. Quero logo o calor (humano).

Outono é frio? Já vi mais de trinta Outonos e nunca lembro como são.

Sei que verão é quente. Tem gente que é fria. Tem gente que não é...

Outono vai chegar vai trazer alívio, vai deixar planta nua, a gente vestido. Gosto do Outono, ele representa o fim do verão que não me é agradável.

Nas estações a gente embarca, desembarca, às vezes a gente passa direto, vê pela janela. Nesse Outono quero descer, quero sentir, deixar o calor pra trás.

Nesse Outono eu quero.

Boina, bota...
Calça, casaco...
Pulôver, nunca usei. Posso tentar.
Vinho, vídeo...
Você. Nas estações.

Estou no ponto. Esperando o Outono chegar.

terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas.

Do amor livre. Sem castro. Sem quês, porquês e porem!

Daquela coisa leve, simples. Coisa que ri sem ter motivo.

Ri na janela.
Ri na calçada.
Ri no sono.
... no sonho... No desejo.

Ri do passado sem ter medo do futuro.

Da coisa que a gente não sabe o que é! Só sabe o que tem de ser.

Da música cantada, errada, tocada. Música bela pensada.

Da frase decorada pra dizer, esquecida na hora do desejo. Deixada pra trás.

E o que ficou pra trás deixe mesmo. Lá longe.

Das coisas todas. Coisas que dizem os poetas, que escrevem os compositores, que cantam os cantores. Que nos fazem ficar assim. Sentir assim.

Coisas que fazem a gente observar o que nunca foi observado.

Tem tanta coisa nesse mundo né?

Tanto riso ainda pra rir.
Tanta coisa pra sonhar, a dizer. Tanta coisa pra ouvir.

Tantas coisas...

sábado, 13 de março de 2010

Maria e João.

João viu Marias nas músicas de Chico e desejou-as.

Na tela de Pedro, João também sonhou. João sempre quis uma Maria daquela.

Marias de Pedro e Chico. Sonhos embalados por Roberto.

Maria por sua vez também sonhava.

Ela sempre quis um João daqueles, sempre imaginou João, embalada ao som do pedacinho de pau (aquele que as águas de Março carregam).

João e Maria.

João nunca se ligou muito no pedacinho de pau.
Maria nunca nem percebeu as cores de Pedro.

Mas Chico era gosto comum. Nas coisas de Chico, João imaginava sua Maria daquele jeito. Maria se imaginava ali. Era tudo feito a ela.

João e Maria têm algo em comum, algumas coisas não. Vivem assim, sem mistérios, sem mentiras, sem coisas da vida.

Vivem ouvindo Chico e pedacinho de pau, admiram Pedro e suas Marias...

Ora são Maria e João, ora João e Maria.

"Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sobre a culpa.

Olhando assim de cima parece estar cheia.

Quando olhamos de lado, assim de normal, a taça está pela metade.

De vinho.

Quando a gente olha da gente tudo parece certo, na medida, completo, cheio.

Mas dando um passo atrás. Pronto! Tudo fica real.

Vendo a taça de cima (aparentemente cheia), ombros caídos do peso, do passo (mal dado), da carga, da vida, do mundo.

Cabeça que pesa. Desgastado, fragilizado, derrotado, cansado, o peso da cruz faz a diferença nessa hora.

Cruz que pesa. Pesou há muito tempo atrás, ainda pesa o mesmo tanto.

Cruz que pesa. Ombro que não agüenta. Taça abaixo da cruz. Vinho pela metade.

Meio bebido, meio tomado.

Pescoço que não agüenta o peso da cruz a mergulha no vinho.

Cruz mergulhada no vinho, no sangue.

Ao levantar a camisa está manchada de sangue! De vinho?

Altura do coração.

[Cena do filme nunca terminado].

Peso da culpa!

Culpa que carregaram numa via. Ainda não paramos de carregá-la.

A cruz.
O vinho.
A via.
A culpa.
A desculpa.

O ombro.
O peso.
O mundo.



É! Foi a Coca-Cola [ou o Lynch].

terça-feira, 9 de março de 2010

Jogue Novamente.

Puxei a carta e tirei “Jogue Novamente”.

Meus dados colaboraram, e eis que aqui estou ainda jogando. Vencendo por sinal.

É bom quando temos mais uma chance pra jogar, melhor ainda é quando esta chance é dada por nós mesmos.

Vou lançar o dado, tirar seis, te puxar pelo braço e andar várias casas...

E vamos nós nesse jogo doido.

Adoro jogo! Ainda mais se for da Grow.

Vamos pular casas, tirar a carta REVÉS (que nunca soube o que era) andar pra trás, tirar seis de novo e andar pra frente.

Assim a gente vai jogando né? Aham! Vamos assim.

Tem carta coringa.
Carta do cobrador de hipoteca.
Carta do Sr. Mostarda.
Carta do “perca sua vez”. Nessa a gente espera ta? Logo logo jogamos de novo.

Quando for lançar os dados de novo... Faça graça, faça reza, assopre a mão... Faça tudo, eu gosto.

Puxe a carta! Descarte outra e outra e outra... Até pegar uma legal!

Eu sou legal, às vezes chato, mas te ajudo a pular casas, volto contigo e no final... A gente pode até vencer junto.

Sua vez.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Édipo

Reconectar!

O calor dos primeiros momentos da vida. O carinho da voz que embala. O seio fonte de vida!

Eterna busca.

Calor, carinho e vida.

Eterno exemplo.

E assim saímos vida a fora procurando sentir o que já foi sentido. Claro, não encontramos. Aprendemos a substituir, se contentar.

Vamos vivendo.

Mas carregamos toda a lembrança guardadinha lá no fundo da cabeça, essa lembrança é o que nos torna isso que somos, vamos passar a vida toda procurando aquilo que tivemos no começo. Vamos ter novos contatos, novas fontes de vida, novas vozes e novos carinhos.

Alguns irão ser perfeitos, como o que tivemos, outros não. Seremos frustrados.

E assim seremos nós.

Homens. Na eterna busca da mulher primeira.

Pequena homenagem ao dia das mulheres

domingo, 7 de março de 2010

Flâneur

A cabeça querendo descansar. Coração sem conseguir pensar direito. Uma agonia danada.

Vou fazendo do jeito que nada se conserta.

Viro sem dar seta, do nada, quem vem atrás se perde. Talvez não seja mesmo bom me seguir.

No silêncio de ontem falei comigo, me ouvi. Foi bom! Eu me disse pra ter cautela, ser sereno e saber que tudo ali tem um propósito.

Não fugir. Essa foi à lição de ontem. Encarar.

Adoro esses encontros.

Pois bem! Saí de lá desarmado. A flor na mão. O Chapéu ajustado. O sapato brilhando.

Fui!

Cheguei, encontrei a Lua, O céu, O sol, a Borboleta. Tudo que é bonito tava lá.

Encontrei tudo.

Não sei se encontrei tudo por causa do antes que foi bom ou se o antes fez sentido por causa do tudo que estava lá... Loucura! Loucura!

Mas mesmo com o bom de antes e com o tudo que estava lá, foi do jeito que foi.

Não entendo.

Ainda não encontro sentido.


"É de mágica... Que eu dobro a vida em flor".


.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ah! Se eu fosse Doutor.

Queria ser Doutor!

Queria poder te entender quando diz às coisas pra mim, eu não entendo.

Nem posso te ajudar.

Queria saber de um monte de coisa e pensar e falar um monte de coisa importante pra você, mas não sei.

Tentei ler Freud, Schopenhauer, Nietzsche, Kierkegaard, mas só tentei! Não entendo nada do que dizem.

Não consigo te ajudar!

Como eu queria ser Doutor.

Queria saber te ouvir e no momento certo, dizer algo que mudasse sua vida! Não! Vida é muito, que mudasse pelo menos seu dia.

Queria sim!

Mas não sei. Se pelo menos eu fosse Doutor!

Me da uma agonia danada, quando você diz das suas coisas, e eu fico sem saber o que dizer, nem sei o que pensar!

Como posso te ajudar?

terça-feira, 2 de março de 2010

Esperando.

Saia daí e venha logo pra cá. Já deu né?

Deixe a cama dos tempos passados, arrume aí, pois, bem sabe, irá voltar um dia. Só pra dar aquela passada.

Venha rápido, arrume a mala grande que vem vazia. Arrume o cabelo cortado.

Venha logo que a saudade é um negócio chato de sentir.

Traga notícias. Traga vontade.

Deixe o trago aí, pra sempre.

Meu dia vai ser outro, esperando a chegada de quem foi sem querer ir. É! Senti isso àquele dia lá.

Quero ver logo o olho. A mão. A boca... Vai ter sorriso sem graça?

Venha logo!

Sinto falta das coisas...

Do Ai, do Oi, do Hã?

Do: “não me lembro”.

Sinto sim! E agora?

Quero te mostrar o filme que vi anteontem, que fala da mocinha, que não entendia muito da vida, levava-a de uma forma estranha, mas conheceu um rapaz sem querer e gostou dele, mas não sabia muito bem das coisas... E teve um final bem legal! Queria te mostrar, sei que vai gostar. Confie em mim.

Queria tanto me mostrar.

Venha logo sem demora.