sábado, 19 de fevereiro de 2011

Balanço do mar

Balance por aí. No balanço do barco que parte. Barco que me deixa só.

Balance!

Não fui aí, pois, sabia que o balanço do meu coração iria afetar tudo, atingir meus olhos, eu não conseguiria suportar, a lágrima iria balançar até cair. Não quis isso.

“Até sangrei sozinho, entenda”.

Preferi ficar aqui, imaginando você aí, os teus, o mar.

Ta balançando muito?

Acho que ainda nem partiu, ainda respira o mesmo ar que eu? Esse ar quente daqui. Quando estiver respirando outros ares, irá lembrar de mim?

No balanço do teu andar.
No balanço do teu olhar.

Balanço-me daqui, balanço de saudade, de pressa, esse tempo que não passa.

Eu sei que ainda nem foi, mas por favor, volte logo!


“Quem no balanço do mar caminha num baque só. Quem no balanço do mar caminha num baque só. Vida que é doce levar avisa de lá que eu já sei, todo balanço que dá neste navegar, naveguei.” (camelão)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Domingo quente e quebrado.

Cantos, trocos, moedas no chão.
Simples, fartos, todos à mão.
Olhos, outros, lábios em vão.


Aquela moeda jogada no console do carro.
A carteira vazia quando buscamos o troco.

O beijo não dado.
O Alô ignorado.

A questão não respondida, um ponto que falta, a cerveja tomada.

Classificados.
Turnos.
Salários ou não.


Hoje é Domingo, amanhã a gente resolve.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sem chuteira não dá.

Queria tanto ter ido jogar! Mas sem chuteira não dá. Quem será que jogou minha chuteira no lixo reciclável?

Será que foi engano?
De propósito?

Pra se ter idéia da minha assiduidade futebolística, minha chuteira (que era nova) estava numa sacola, pendurada no muro dos fundos da casa.

Empoeirada? Sim!
Com barata dentro? Sim
Toda ressecada? Sim!

Eu gosto de jogar, porém, o tempo, as dores, a preguiça, a falta de gente pra formar dois times e alugar uma quadra decente, isso tudo afasta a gente da diversão.

Pra beber temos times completos, claro! Mas pra jogar...

Enfins!!!

Estou aqui triste, me sentindo um verdadeiro derrotado. Perdi minha chuteira.

Logo hoje que tinham dois times completos e uma quadra alugada.

Logo hoje que a camisa 05 estava reservada para o evento.

Cinco! Sempre gostei de ser o Cinco, jogar ali no meio, evitando o ataque adversário, colaborando com o ataque nosso. Nunca fui de fazer gol, sempre evitei mais do que fiz.

Gosto de jogar ali, no meio, aquele lance de coadjuvante.

Gosto de ser importante, sem ser principal, único, protagonista, astro e tal.

Numa banda queria ser o baixista. Ou backing vocal.
Num duo ou dupla, queria ser a segunda voz.


Nunca o primeiro, nem o último.

Mas sem chuteira não dá! Definitivamente.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Feito pra acabar.

Como uma gota numa superfície... Ela existe. Você vê, você sente, porém, como num piscar de olhos ela desaparece, escorrega, vira poça e depois some, morre.

Ou... Como o vento, ele sopra, você sente, você gosta... Mas você não pega, você não vê. Ele apenas leva às coisas, bate a janela, a porta e faz a gente se refrescar e também, como num singelo piscar de olhos ele se vai. Tudo para, quieto, só, some. O calor permanece. O vento morre, talvez.

Tem o sorriso. A gente vê, a gente gosta, a gente paralisa. Tudo graças a um belo sorriso. Quando verdadeiros nos fortalece, nos empolga, nos motiva. Sorrisos existem sim, são raros, mas existem. Porém, como tudo que é bom ele também se esvai, acaba aos poucos, a seriedade chega se apodera e o sorriso, o sorriso morre.

A estrela cadente existe! A gente vê, faz pedido e antes do pedido acabar ela se foi. Você se preocupa, pensa na estrela que já se foi, pensa no pedido não feito, pensa no porquê das coisas boas acabarem logo. Pensa. Enquanto você está pensando a estrela se joga, morre.

E tudo acaba!

O Jogo.
A cerveja.
O Filme.
O sono (às vezes).
A fome.
A sede...e blas, blas, blas.

É! realmente a gente é feito pra acabar.