segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Meu martelo e eu.

Sei lá o que acontece... Parece um buraco isso aqui. É como a árvore que tem ali... Ela e sua casca dura... Que fica mole, descasca, fica a ferida, a fenda. Às vezes se cura... às vezes não. Fica a marca!

Tentei pregar com o martelo, mas meu martelo velho não deixou, ou era a parede que não prestava... Ou quem sabe a culpa era do prego? Prego velho, torto que fez o martelo escorregar e acertar meu dedo, unha roxa!

Dor dos infernos.

Sei lá o que acontece!

Será culpa minha? Sujeito chato sou eu que não acho nada engraçado... Já disseram isso.

Queria a cura. Queria tapar a fenda da árvore, não gosto do jorro da seiva. Não gosto do martelo velho, do prego torto, da parede fofa.

O que vem por aí? Deve ser o tal inferno astral que eu disse não acreditar, é! deve ser!

Olhei pra cima esta noite meio mal dormida, vi uma luz pra lá, parece que falaram comigo, queriam me mostrar algo, mas eu durmo de toca que não enxerguei muita coisa não.

Engraçado! Não vejo a melancia na minha frente, só percebo suas ranhuras, suas entranhas... Não vejo o óbvio, só percebo o intrínseco, vejo até o que não existe.

Quando vou ver direito?

Quando volver? Pra esquerda? Pra direita? Tipo cabra cega?

Sempre gostei de brincar de cabra cega.

Ta quente!!!
Ta frio!!!

Estou longe (frio) de estancar a seiva da fenda da árvore que não se cura. Estou frio de conseguir pregar o prego torto na parede fofa com meu martelo velho.

Meio farto!



3 comentários:

  1. É sempre falta, um pedaço, algo que não sabemos ou sabemos o que é, isso mesmo! As vezes me canso também e me distribuo em outras coisas, pra ver se tampa essa fenda, esse prego que não entra!
    Eita rs

    JU

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  2. "Não vejo o óbvio, só percebo o intrínseco, vejo até o que não existe." A beleza e a dor de não ser superficial. Ler você é maravilhoso justamente porque você vai além... Sinto falta quando demora a postar. Beijo dessa alagoana que te admira.

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  3. Esse teu jeito peculiar de escrever é bonito. Me agrada desde sempre.

    Eu gosto quando tu aparece lá no blog, Ju. Entendo como um convite pra vir até aqui e, entenda : digo isso não por conta de cordialidade de visitas trocadas, não, não, nada a ver, e sim por conta da impressão que guardei de ti, com as reservas todas.

    Gosto de vir aqui, então, nessas ocasiões, em especial.

    ;)

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