domingo, 6 de dezembro de 2009

Sem as medalhas da guerra.

E eu que pensei que...

Ah! Sei lá po, eu com meus preconceitos, esse meu recalque, experiências negativas ao longo desse tempo...

Sabe aquele lance de veterano de guerra que se assusta com bombinha?
Sabe aquele lance do gato escaldado?

É isso...

Todo cheio de cicatriz, paradigmas, normas e conceitos... Cheio de teorias.

Pois é, sendo esse assim, estava ali no lugar de sempre, as mesmas músicas, os mesmos olhares, o mesmo tipo, sendo o mesmo tipo, logo, o mesmo papo.

Eu, comigo, parado no mesmo canto, sendo normal.

Mas um dia desses decidi arriscar...

Vou abrir àquela porta, o mais legal de tudo isso, é que ninguém precisou se esforçar, foi tudo tão tranqüilo, suave, paciente. Com o maior cuidado do mundo. Perfeita.

O lance do singelo que tanto admiro agora tinha uma representação. E estava ali, ao meu alcance.

Rasguei o uniforme da guerra, joguei fora as medalhas que estavam fincadas no peito.

Agora do lado de ca, não penso mais em voltar. Abandonei aquele papo de:

“Mas...”
“E se...”
“Espere! Deixe-me...”.

Não tem mais.

Esses lugares de sempre... Mas que nem sempre têm pessoas de sempre...

Ah! Olha o que eu achei no meu bolso? Uma medalhinha da guerra. Vou trazê-la comigo, um trauma aqui... Outro ali, não há de fazer mal.



“Há um conflito um nó...
Eu difuso enfim...
Os pássaros vêm...
Me levar aí... Visitar o céu
E pra você levantar o véu pra mim.”

4 comentários:

  1. é muito chato ser normal... mesmo...

    se há um blog ótimo sobre cotidiano, é o seu!

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  2. Ju,

    não é fácil administrar as experiências, sabe? Não existe um limite claro entre usá-las para não cometer os mesmos erros, e fazer delas um tipo de prisão, que tolhe, que nos tira possibilidades, enfim.

    Quando se encontra esse meio termo, fica tudo tão mais leve, menos complicado, e a gente vê que pode, sim, conciliar os dois lados.

    Somos fruto do que vivemos, e não do que deixamos de viver.

    Te lendo, lembrei de "Uniformes", na voz da Paulinha Toller :

    ♪ "Será que um dia a gente vai se encontrar
    Quando os soldados tiram a farda pra brincar" ♫

    E eu respondo : "Sim, a gente vai."

    (DQLS)

    ℓυηα

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  3. As cicatrizes e as medalhas fazem parte do que somos. Não podemos simplesmente arrancá-las sem que arranquemos também um pedaço de nós mesmos. temos que ter orgulho das marcas que trazemos.

    Ah, tem um meme para você lá no Ponto Rouge.

    Beijo rouge

    Dani

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  4. Acho que as cicatrizes são importantes. Vivemos. Aprendemos. E é preciso amadurecer como a ferida. Mudar com ela.
    Levar sempre a lembrança. Para saber o que se procura. Mas não deixar que ela continue sangrando...
    Um beijo

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