quinta-feira, 6 de maio de 2010

Me matei e dormi.

A navalha na carne!

O sangue que escorre, foge, se enfia ralo adentro. Não me quer. Meu próprio sangue foge de mim!

A tragédia, o pânico, o horror! Aconteceu.

Tirei a barba!

Medo, desespero, a cada passada da navalha, um pedaço de mim era arrancado.

Fui decepado. Sinto-me Eunuco.

Os belos fios escorrendo pela mão espumada, atirando-se do cotovelo, saltando rumo ao incerto, rumo ao ralo.

Quanta dor.

Sangue! Poros! Cravos! Cenas de um filme a ser esquecido.

Um grande pedaço de mim se foi, será que ele volta?

A barba cresce, mas as cenas, a gente não esquece.

A mudança. A cara pálida. A boca grande. Tanto espaço.

Traumático.

Suicídio. Cometi um tipo de suicídio. Estou meio morto agora. Pálido, porém vivo.

Mas a barba cresce, e tudo começa outra vez... Até a próxima morte.

4 comentários:

  1. Adoro esses paradox suicidas, o barato é se sobreviver depois de cada morte.

    :)

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  2. Saudade dos teus olhos sobre minhas letras. Espero por tua visita, ansiosamente.
    Com carinho e folhas secas.
    Simplesmente Outono.

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  3. Ow, que dramático!

    Rs

    Rosto lisinho também tem suas vantagens, Ju. ;)

    Beijo, bom fds!

    * Ah, e beijo para a tua mãe!

    ℓυηα

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  4. Aprender com a dor é renascer da morte dos próprios sonhos.

    Força!
    Beijo

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