quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E no final assim calado...

Deixei a porta aberta, mesmo assim a campainha tocou.

Gritei: Entre! E ninguém entrou.

Esperei, esperei e o silêncio falou.

Como o silêncio estava por ali permaneci assim.

O telefone tocou, tocou, eu longe demorei, quando cheguei ele parou.

Celular ciumento não identificou.

Voltei! Mudei de canal, mudei de música, mudei o volume.

Carro buzinou. Rua barulhenta.

Carro rebuzinou. Livrei-me dos livros, tropecei na mesa, joelho que já doía doeu mais, sentei, massageei, dor parou, carro andou.

Sozinho. Sem querer, sem conseguir.

Têm coisas que acontecem sem a gente querer, mas de tão bem acontecidas ficam inexplicáveis. Acontecem e pronto. Não adianta dizer, querer explicar, querer entender, não conseguirá! Aconteceu e pronto.

Quando acontece, acontece.

“Olhe esse sorriso, tão indeciso, ta se exibindo pra solidão” (Marcelo Camelo).

6 comentários:

  1. É um texto reflexivo? "Tem coisas que acontecem" acho que é verdade. Mas há coisas que não acontecem porque não deixamos. Mas quando acontecem fora do nosso controle e são coisas boas, são um presente para nossas vidas.

    Gostei de "silêncio estava por aí" é bem original.
    bj

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  2. Talvez só não seja a hora de encontrar, quem sabe um dia a pessoa entre, ligue de novo e decida estacionar...

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  3. é como morar na radial leste, este seu texto

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  4. ótimo texto, como sempre...

    beijo rouge

    Dani

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  5. Ah, se soubesse que a porta estaria aberta, teria entrado... rsrs
    Beijos!

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  6. "De tão bem acontecidas"...concordo. Tem coisas que fazem pensar que nem que fossem por encomenda poderiam ser tão perfeitas, e, no entanto, são obras do mais puro acaso.

    ♪ "Eu não vou mudar, não
    Eu vou ficar são" ♫

    ℓυηα

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